JARDIM DE AMORES O meu poema é litorâneo, Inspirado numa gamboa; Suave, contemporâneo, Um preito pra João Pessoa. ...

Jardim de Amores

poesia paraibana raniery abrantes
 
 
 
JARDIM DE AMORES
O meu poema é litorâneo, Inspirado numa gamboa; Suave, contemporâneo, Um preito pra João Pessoa. Aldeia do Sanhauá, Nascida numa colina, Cartão postal pra se amar, Luz do Sol que fascina. Aquarela de fino pintor, Maviosa canção de amor, Berço de Heitor, Rafael e Marina. Cidade de aromas e cores, Terra de muitos sabores, Meu canto, jardim de amores.
SER POETA
Ser poeta é ser escultor da palavra, É ser pintor do abstrato, É ser beleza no vazio, no nada, É ser sozinho nos braços da madrugada. Ser poeta é ser ímpar, sem definição, É ser o dom daquele verso pra amada, É ser fiel ao passado, à tradição, É ser flor ao nascer da alvorada. Ser poeta é ser segredo de amor, É um nascer, e renascer, singelamente, É ser mestre na arte de esconder a dor, É viver a vida profundamente. Ser poeta é ter sentimento, De quem escuta a voz do coração, É quem canta sozinho o seu lamento, Nas ondas do rádio da emoção.
PRISCAS ERAS
Venho de priscas Eras... Na Medieval História fui Suserano, Cavaleiro, Vassalo, Abade e Trovador. Fui prisioneiro no castelo, Sofri nas mãos do Inquisidor. Fui um Mestre Templário, Lutei naquela Cruzada, Dignifiquei a minha espada, Conquistei Jerusalém. Retornei sem glória alguma, Fui abandonado pela amada, Tornei-me um Zé Ninguém! Fui Quixote sem juízo, Venci moinhos de vento, Enfrentei dragões de fogo, Mas perdi a minha Flor. Minha armadura foi roubada, Minha espada abandonada, Minha alma quebrantada, Restou-me apenas o vazio, o nada... Por companheira, a dor.
OLHANDO A VIDA QUE PASSA DA JANELA
Olhando a vida que passa da janela, Vejo o passado de alegrias e farras meu amigo! O presente me cerca, a solidão, essa pantera, A dor que dói no coração mora comigo. Não sei no futuro o que me espera, Somente a esperança, música singela, Luz perene, um poema de Florbela, Que me quer com riso aberto junto dela. Com um riso que ilumine o meu rosto, Que disfarce cicatrizes, meu desgosto, E que me afaste da mágoa e do perigo. E enquanto esse tempo não me chega, Sigo o caminho da solidão, triste procela, Prossigo olhando a vida que passa da janela.
VERSOS PARA AUGUSTO
Queria o poeta que o tempo parasse, Para cheirar a rosa, ferir-se no espinho; Para ver a aurora, o voar do passarinho, Para olhar o sol que no horizonte nasce! Queria o poeta que o tempo parasse, Para curtir este momento infindo; Para deitar-se à sombra do amado tamarindo, Onde chorou o filho do carbono que renasce! Queria o poeta que o tempo parasse, Para sentir no peito a solidão, essa pantera, Para beijar as faces da magnifica Era. Mas o tempo é cruel, e inexoravelmente passa! Hoje, o engenho Pau d'Arco transfigurou-se em tapera, E Augusto, como anjo, surge vez em quando tal quimera!

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE
  1. Parabéns, belo calmante à alma.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns, Raniery! Que a inspiração seja sua inseparável companheira e, de sua poesia, ela seja herdeira, da primeira a derradeira!

    ResponderExcluir

leia também