Vencíamos os degraus de acesso ao Grupo Escolar “Thomaz Mindello”. A farda: camisa branca e calça azul marinho tinha as iniciais do edu...

Curso primário

escola primaria reminiscencias
Vencíamos os degraus de acesso ao Grupo Escolar “Thomaz Mindello”. A farda: camisa branca e calça azul marinho tinha as iniciais do educandário bordado na gravatinha: GTM (gato tomando mingau).

Zombavam delas, mas, mesmo crianças, nos orgulhávamos em sermos estudantes naquela casa de saber. Dentro era o alvoroço dos alunos ocupando as salas, enquanto não chegava a professora. Esta impunha o toque de recolher. O silêncio.

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@Leline_Gonçalves
A atenção de todos nas antigas carteiras que tinham uma depressão cavada para colocar as “penas” e os lápis e um furo, onde se depositava o tinteiro. E o indefectível mata-borrão. A professora (não se chamava ainda de “tia”) começava as explicações utilizando geralmente uma vara lisa para apontar o que ia escrevendo no quadro negro ou lousa. Nós vidrados, um ou outro zumbido de conversa debelado pelo olhar austero da mestra.

Na esperada hora do recreio, todos em fila, pela ordem, a corrida para o tabuleirinho de Zé Vicente, a fim de adquirirmos guloseimas.

Brincávamos de pega, um correndo atrás do outro, as meninas pulavam corda. Quando a diretora, Dona Adelita Bezerra Cavalcanti, tocava o sininho, entendíamos o término do recreio: todos retornando suados às salas de aula. Assim, até a hora da saída, quando os pais ou responsáveis nos vinham buscar.

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Grupo Escolar Thomaz Mindello (J. Pessoa)
@historiadorparaibano
O vetusto casarão ladeado pela General Osório e Praça Aristides Lobo, com a frente voltada para a Guedes Pereira, a primeira escola em que estudei. Velho Grupo “Thomaz Mindello”, o primeiro da Paraíba, criado pelo decreto 778, em 1916. As gerações dos que passaram por teu corredor, salas, escadas e pátios, em alvoroçadas canções te saúdam.

Mesmo com paredes grafitadas, clamando nova pintura, velho amigo, rejuvenescemos contigo, nós, os inquietos alunos que conviveram em teu íntimo. Nós, os sobreviventes, te saudamos comovidos. Os degraus da saudade nos levam ao teu coração. E voltamos a soletrar tua magnitude, recordando nossas mestras e com saudade.

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