Ocorrem fenômenos nas máquinas que, ao contrário do que pensamos, não são tão desumanas assim. Bastante tratá-las com jeito, sem se colocar no alto de nossa frágil significância, porém procurando torná-las assemelhadas a nós, imagens e semelhanças de um Criador. Temos consciência, em vastidão, para lidarmos com uma ignorante da sapiência da raça humana.
O parceiro computador nos abre uma página limpa, dispensa borracha, papel carbono, enfim, higiene completa. E podemos sacudir tudo o que nossa imaginação vá produzindo: ele não reclama, nem faz barulho. Amigo e companheiro, tão tarde te encontrei! Não estou parodiando o grande Santo Agostinho, em relação a Deus: “Ó, Verdade, tão antiga e tão nova, tarde te encontrei! ” Jamais vou considerar engenhos construídos pela mão humana “deusinhos”, mas tenho profundo respeito pela informática.
MS
As distâncias se reduzem, e-mails, correspondentes do outro lado, tão próximos! Lembro as cartas, no “antigamente”, envelopadas, seladas, registradas, entregues com atraso, a namorada suspirando os floreios românticos, choros de separação, namoros desfeitos, cartões natalinos que só chegavam no mês de janeiro, mesmo com todo o esforço da turma dos Correios para vencer pilhas e pilhas de correspondências.
Sei que com os computadores a segurança não é perfeita, nem absoluta. Onde o homem põe o dedo e a inteligência, o homem dúbio, santo e cretino, dá sempre problemas. O novo meio de comunicação e de trabalho, com gogo ou Google, e-mail lá, meio cá, quando se nega a trabalhar, a colaborar com os seus usuários.... Toda máquina tem defeitos, como os tem os seres humanos. E a flor? A flor do computador é inodora. Aquele cheiro de paixão respingado pelas meninas, a perfumar as correspondências em papel pautado ou aerogramas, jamais será sentido através das narinas do destinatário. Nem mesmo as lágrimas verdadeiras de saudade borram de uma mensagem remetida virtualmente. Tempos pós-modernos.
