Entrevista (completa) concedida à jornalista Alexsandra Tavares, para subsidiar matéria do suplemento Correio das Artes, do jornal A União, publicado no dia 28 de maio, em homenagem a Carlos Romero.
Correio das Artes: Como você descreveria Carlos Romero como pai e ser humano?
Germano: Um homem completo. Pai e filho é uma união que só acontece de verdade quando ambos conseguem ser o melhor amigo um do outro. Ele era pai e amigo em tudo.
Mais tarde, avançado na idade, costumava dizer que invertemos os papéis: ele virou filho, e eu pai, referindo-se aos cuidados que eu lhe dispensava. Como ser humano, suas maiores virtudes eram a discrição, a educação, a caridade, a simplicidade e o sentimento de fraternidade para com todos, incluindo a Natureza. A maneira respeitosa como tratava quem com ele convivia, quem encontrava no caminho, e principalmente os subordinados, era exemplar.
C.A. - E como profissional, quais as principais características dele?
Germano: Dignidade, sem dúvida. Em todas as funções que exerceu, se destacou, acima de tudo, pela moralidade com que agia. Incapaz de auferir qualquer benefício pessoal nos cargos que ocupou. Fazia tudo por amor. Essa é a verdade.
C.A. - Carlos Romero foi escritor, magistrado, professor, jornalista, amante da música e dos livros. Como explicar tantos talentos em uma só pessoa?
Germano: Podemos atribuir à formação que teve. Pais afinados com a literatura, a música, a espiritualidade e a nobreza de espírito, certamente lhe deram condições para atuar na diversidade de áreas às quais se dedicou. Mas de todos os títulos que a vida lhe outorgou, nenhum lhe agradava mais do que cronista.
C.A. - Quais as principais lembranças que você tem do seu pai?
Germano: Desde as lembranças da idade mais tenra à maturidade, todas são boas e inesquecíveis.
Nosso ambiente familiar sempre foi o melhor possível, em todas as fases. Após ele ficar viúvo da primeira esposa, Carmen, nossa mãe, nos aproximamos mais. Primeiro, por meio da dor da saudade, depois pelo companheirismo que se sucedeu na convivência mais íntima e intensa. Três anos depois, quando ele conheceu Alaurinda, a quem chamo de “boadrasta”, e começou a namorá-la, vimos a felicidade brilhar novamente em seus olhos. Claro que dei a maior força, e tudo deu certo em uma convivência de quase 30 anos.
C.A. - Quais os principais traços dele que contribuíram para sua personalidade e sua vida?
Germano: A noção de espiritualidade, o sentimento de religiosidade (distinto de religião) e o caráter. Papai sempre foi um conselheiro, um norte a seguirmos. Mesmo em silêncio, sua postura nos ensinava diariamente a como viver. A afinidade com a música erudita, o gosto pelas viagens e a literatura também nos aproximou muito.
C.A. - Você é arquiteto, professor de música e também escritor. Que influência seu pai teve na sua vida profissional?
Germano: Talvez a Arquitetura tenha me chegado pela genética do avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, pai de mamãe. Mas de ambos vieram a influência da música e da literatura. Nossa mãe era pianista e professora de piano, na escola de Carminha Gouveia, uma prima querida. Embora não acredite que tais afinidades possam ser transferidas. De alguma maneira, elas são “plantadas”, mas só florescem se encontrarem eco nas emoções de um terreno fértil. E esta fertilidade, principalmente a sintonia musical, esteve sempre presente entre nós. Complementada com a chegada de Alaurinda, violinista de carreira, integrante da Orquestra Sinfônica da Paraíba por 30 anos.
C.A. - Você participou de muitas viagens com seu pai. Que lugares conheceu com ele? Como eram esses momentos? Além de vocês dois, quem mais participava desses passeios?
Germano: Estas foram as experiências que mais nos aproximaram. Além de juntar as emoções das descobertas, poucas vivências fazem as pessoas se conhecerem mais intimamente do que viajar juntas. O dia-a-dia, as aventuras, o compartilhamento de sentimentos afins, os mesmos gostos, tudo é vivido com muito prazer e aprendizado mútuos.
Viajamos um bocado, principalmente pela Europa. Também nos aventuramos por países mais distantes e incomuns como Nova Zelândia, Austrália, Rússia, Islândia, Israel, África. Todas as viagens foram incrivelmente felizes e bem aproveitadas. Íamos sempre juntos, eu, ele, a “boadrasta” Alaurinda e meu companheiro Davijour Lucena, com quem sou casado há 29 anos, e que ele tinha como terceiro filho. Várias vezes, as irmãs de Davi, minhas cunhadas Dione e Djane, também nos acompanharam. Concertos, óperas, balés, musicais, museus, galerias de arte e livrarias não faltavam. Passávamos o dia inteiro na rua, desde quando acordávamos à hora de dormir, “batendo perna”, como se diz. E ele numa disposição incrível. Nunca teve medo de voar, pelo contrário, sentia-se feliz e confortável dentro de um avião. Destas experiências, muitas reflexões cotidianas se tornaram inspiração para escrever. Livros como “Viajar é sonhar acordado”, “O papa e a mulher nua”, “Meu encontro com Kardec”, e uma infinidade de crônicas nos jornais da cidade, sobretudo n'A União (jornal em que escreveu por mais de 70 anos) e no Correio da Paraíba, nasceram das viagens. Ele era muito atento aos aspectos humanos e urbanos, às paisagens naturais, ao bucolismo cotidiano, em tudo via poesia. Emocionava-se às lágrimas nos concertos sinfônicos, desde a hora que chegava aos teatros e logo exclamava: “ô ambiente adorável”. Pelas ruas, cantarolava, cumprimentava todos, sorria para o mundo dando um exemplo contagiante de amor à vida.
Mesmo quando foi ficando mais idoso, com condições mais limitadas, não hesitou em aceitar de muito bom grado a cadeira de rodas, uma confortável companheira que lhe ajudava a não perder o “pique” e de que se aproveitou em suas muitas facilidades. A dependência que ele passou a ter de nós foi se intensificando com a idade, e nos aproximou ainda mais. Desde as aulas de hidroginástica, em que participamos juntos durante quase oito anos, aos tratamentos de saúde e aos banhos de chuveiro, que carinhosamente o ajudei a tomar. Uma intimidade que só fortalecia a amizade e o amadurecimento mútuos.
Mesmo quando foi ficando mais idoso, com condições mais limitadas, não hesitou em aceitar de muito bom grado a cadeira de rodas, uma confortável companheira que lhe ajudava a não perder o “pique” e de que se aproveitou em suas muitas facilidades. A dependência que ele passou a ter de nós foi se intensificando com a idade, e nos aproximou ainda mais. Desde as aulas de hidroginástica, em que participamos juntos durante quase oito anos, aos tratamentos de saúde e aos banhos de chuveiro, que carinhosamente o ajudei a tomar. Uma intimidade que só fortalecia a amizade e o amadurecimento mútuos.
C.A. - Você se recorda de uma viagem que ficará marcada para sempre? Por que?
Germano: Diria que as experiências na Nova Zelândia, onde estivemos por três vezes, podem ter sido as mais marcantes, sob os aspectos da aventura em si e do deslumbramento paisagístico. É um país em que nos surpreendemos a cada curva,
não apenas pela exuberância como pela diversidade. E como papai sempre foi muito sensível e atento às belezas naturais, nos extasiávamos juntos. Entretanto, como ele tinha um apego especial a Paris, quiçá pela grande afinidade com o Espiritismo, que nasceu lá; o gosto pelas livrarias, pela arte, história e cultura que a cidade inspira e expira; e pelas oportunidades musicais que oferece, não podemos deixar de reconhecer (perdoe o clichê): Paris é a sua cara! Logo que botava os pés nas ruas parisienses, o bom humor e a felicidade se viam instantâneos em seu olhar. Há uma viagem, porém, cujo significado se perpetua indelével. Na primavera de 2017, em Berlim, sob a regência de Sir Simon Rattle, estávamos lá, bem na frente, bordejando o palco com a Filarmônica completa para assistir à 8ª sinfonia de Bruckner, que há muito era um sonho dele. No final do terceiro movimento — o saudoso e contagiante adágio —, sob a compenetração absolutamente gutural da plateia, o êxtase geral era profundo.
Dava-se o silêncio característico dos auditórios, em que se aguardam até os intervalos para poder se mexer, tossir ou sussurrar. Exatamente nesse clima, percebi um discreto soluçar na respiração mais acelerada do cronista, sentado ao meu lado. Discretamente olhei para ele e vi uma lágrima de emoção escorrendo-lhe por baixo dos óculos. Apertei suavemente o seu braço com a mão, no mais significativo afago já feito por mim em alguém, pleno de amor e admiração, convicto de que nunca somos tão verdadeiros quanto nos momentos em que choramos. E disse-lhe, sem palavras: “A viagem valeu, papai. Sua sensibilidade é uma coisa rara”.
Dava-se o silêncio característico dos auditórios, em que se aguardam até os intervalos para poder se mexer, tossir ou sussurrar. Exatamente nesse clima, percebi um discreto soluçar na respiração mais acelerada do cronista, sentado ao meu lado. Discretamente olhei para ele e vi uma lágrima de emoção escorrendo-lhe por baixo dos óculos. Apertei suavemente o seu braço com a mão, no mais significativo afago já feito por mim em alguém, pleno de amor e admiração, convicto de que nunca somos tão verdadeiros quanto nos momentos em que choramos. E disse-lhe, sem palavras: “A viagem valeu, papai. Sua sensibilidade é uma coisa rara”.
C.A. - Seu pai seguia a Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec. Fale sobre a visão de mundo dele, a forma como enxergava a morte e a própria existência humana.
Germano: Sim, Carlos Romero costumava dizer que “nasceu espírita”, pois seu pai, nosso avô, José Augusto Romero, desde jovem, largou o seminário e abraçou o
Espiritismo após ter-se frustrado com uma pergunta que fez ao padre diretor: “Deus está em todos os lugares do infinito universo?”. À resposta positiva do sacerdote, ele replicou: “Então Ele também está no inferno?”. O silêncio reprovador do padre foi a gota d'água em sua decisão de interromper a carreira de seminarista, somada ao término da leitura de “O problema do ser, do destino e da dor”, do escritor, pensador espírita e médium francês, Léon Denis, que considerava uma obra arrebatadora. Depois que se dedicou ao Espiritismo, José Augusto Romero presidiu a Federação Espírita Paraibana por 44 anos consecutivos. Tanto afinou-se com o meio espírita brasileiro que chegou a hospedar em sua casa o escritor e filósofo ítalo-brasileiro Pietro Ubaldi, autor de “A Grande Síntese”, e o médium Divaldo Franco, algumas vezes. Foi nesse ambiente que papai iniciou sua mais recente encarnação. Já maduro, se dedicou à causa, pesquisando, estudando, e se tornou orador assíduo da Federação Espírita Paraibana e do Centro Espírita Leopoldo Cirne, então liderado pelos jornalistas Azamor Cirne e Hélio Zenaide. A experiência em uma doutrina que sintetiza aspectos científicos, filosóficos e religiosos, ele encontrou o leme de sua conduta serena, sábia e bem humorada. Via tudo com a consciência do efêmero, cultivava valores permanentes, que, como dizia, “ladrão não leva e a traça não rói”.
Habituamo-nos a ouvir dele que jamais gostaria de voltar no tempo, retroceder na idade, à qual atribuía sabedoria: “Envelhecer com discernimento é como olhar tudo do alto de uma montanha” - dizia. A certeza da continuidade da vida do espírito era convicção reforçada não apenas no exemplo diário, mas principalmente em suas palestras, sempre cheias de humor. Era exatamente com humor que enxergava a existência humana, a ponto de rir de si próprio. Quando ele se submeteu à primeira cirurgia, para corrigir uma estenose lombar súbita que o acometeu em uma viagem nossa a Tel-Aviv, o maqueiro do hospital, já em João Pessoa, se surpreendeu ao vir buscá-lo para o bloco cirúrgico. Ele seguiu assobiando. O rapaz que trabalhava há 20 anos como maqueiro disse que já tinha visto paciente se dirigir para uma cirurgia orando, tremendo, com medo, se benzendo, mas assobiando, nunca! Era assim que papai “enxergava a vida”, em seus altos e baixos.
C.A. - A Doutrina Espírita também foi um legado deixado por seu pai a você? Você e/ou seu irmão seguem a doutrina? O que seu pai lhe ensinou sobre a existência humana?
Germano: O maior ensinamento é o seu exemplo de vida. Aliado à visão espiritualista que nos foi transmitida pela educação, a morte passou a ser encarada por nós como um processo natural, cuja imprevisibilidade é inerente à própria existência. A maneira como enfrentou o desenlace de seu pai,
tendo feito um eloquente discurso à beira do túmulo; e de nossa mãe, que ocorreu 20 dias após o da sua mãe, impressionou fortemente a todos que conviveram com ele. Tanto o velório dela como o dele transcorreram ao som de belas músicas que apreciavam. Eu também me tornei espírita, li um bocado sob sua orientação, frequentei assiduamente a Federação em sua companhia nos últimos anos, e procuro estar atento às constantes revelações, publicações espíritas e respectivas confirmações científicas. Meu irmão, que é pós-doutor em Cosmologia e Gravitação, ainda que não frequente o Espiritismo, afirmou em entrevista n’A União que “nunca encontrou quaisquer contradições entre a obra de Allan Kardec e a Ciência”.
C.A. - Vamos falar sobre o Ambiente de Leitura Carlos Romero (ALCR). Na edição da revista Nordeste de abril do ano passado você disse que o espaço carlosromero.com.br (atualmente ALCR) havia sido criado há 14 anos com o intuito de divulgar as crônicas de Carlos Romero. Foi você mesmo quem teve a ideia de divulgar as crônicas de seu pai em um projeto digital? Como surgiu esse interesse?
Germano: O site carlosromero.com.br foi criado por Davi, seu genro, há 15 anos, com o objetivo de publicar as crônicas dele, que em algumas fases chegaram a ser diárias. Foi um grato presente dado a ele, que sempre se mantinha atento ao conteúdo, inclusive quando viajava. Com a extensão em que o blog se divulgou, Davi passou a inserir publicações relacionadas à música, curiosidades, literatura infantil, aprendizado de idiomas, assim como temas úteis e interessantes do mundo da internet. Existem publicações que já chegam perto de 1 milhão de visualizações, e recentemente atingimos a marca de 13 milhões de acessos.
C.A. - Após o falecimento do seu pai, diferentes autores passaram a colaborar com o ALCR. A grande adesão de escritores que esse projeto ganhou lhe surpreendeu? Comente.
Germano: Depois de seu desenlace, veio a ideia de abrir o espaço para outros escritores, cronistas, poetas que foram selecionados e convidados a colaborar. Houve uma reconfiguração da arquitetura gráfica do site, que foi denominado Ambiente de Leitura Carlos Romero, e passou a contar com colaboradores fixos, semanais, eventuais, entre consagrados escritores, gente com talento a ser descoberto, a quem estamos incentivando e estimulando, em uma atividade sem nenhum fins lucrativos, por puro amor à literatura. É também uma forma de homenagear Carlos Romero e manter sempre viva a sua memória. Certa vez, escutamos gratificados a professora Ângela Bezerra de Castro dizer: "É incrível como vocês mantêm Carlos cada vez mais vivo".
C.A. - Atualmente, há quantos colaboradores, entre fixos e esporádicos no ALCR?
Germano: Autores regulares, temos mais de 30. Da Paraíba e de alguns outros estados. Entre eles, por ordem alfabética, Alberto Lacet,
Alcione Albertim, Aldo Lugão, Ana Adelaide Peixoto, Ana Paula Cavalcanti, Ângela Bezerra de Castro, Chico Viana, Clóvis Roberto, Cristina Porcaro, Cristina Siqueira, Eduardo Bonates, Emerson Barros de Aguiar, Fernando Lianza Dias, Flávio Ramalho De Brito, Francisco Gil Messias, Frutuoso Chaves, Germano Romero, Gonzaga Rodrigues, Helder Moura, Jorge Elias Neto, José Leite Guerra, José Mário Espínola, José Nunes, Josina Nunes Drumond, Klebber Maux Dias, Léo Barbosa, Márcia Lucena, Marcos Pires, Marineuma De Oliveira, Marluce Castor, Milfa Araújo Valério, Milton Marques Júnior, Modesto Siebra Coelho, Raniery Abrantes, Raul Tartarotti, Rejane Vieira, Rosa Acassia Luizari, Sonia Zaghetto e W. J. Solha. Alguns, a exemplo de Célio Furtado, Irenaldo Quintans, Sérgio Rolim Mendonça, Vólia Loureiro do Amaral, Ângelo Emílio Pessoa, Madalena Záccara, Marcos Lima, Sérgio de Castro Pinto, entre outros, são mais esporádicos.
C.A. - Nesses 100 anos de nascimento de Carlos Romero, como a família irá lembrar a data?
Germano: Sinceramente, não nos atraem homenagens cerimoniais, institucionais, acadêmicas. As coisas que acreditamos estarem em sintonia com ele e o mundo que ora habita são a música e o nosso inesgotável amor. Assim, tivemos a ideia de sugerir ao atual regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba, Gustavo de Paco, que dedicasse o concerto de junho, já incluído no programa da temporada oficial, à sua memória. Como membro da Sociedade de Cultura da Paraíba, grupo que promoveu a fundação da orquestra, em 4 de novembro de 1945, e grande incentivador do movimento musical de nosso estado. Felizmente a ideia foi acatada pelo Conselho Administrativo da OSPB, e o concerto do próximo dia 15 será dedicado ao seu centenário de "renascimento". Coincidentemente, no programa constará a 4ª sinfonia de Beethoven, um de seus compositores prediletos. A Nona Sinfonia, obra-prima e paixão antiga que esteve presente em toda sua encarnação, foi assistida por nós no seu 95º aniversário, comemorado em Metz (França), poucos meses antes de seu desenlace.
Acreditamos que ele ficará grato e feliz com esta homenagem. Assim como somos permanentemente gratos com ele. É bom lembrar que quando ele dirigiu a Rádio Tabajara, criou um programa de música erudita que se chamava Paisagem Sonora, com muito boa audiência e participação dos ouvintes. É na música que encontramos seguramente as frequências vibratórias mais afinadas com Carlos Romero, o “exemplo de um homem feliz”, como bem disse a professora Ângela Bezerra de Castro: “Soube amar e ser amado. Além de nortear a existência por princípios que deram sentido e densidade a todos os seus dias. Podia descobrir, no menor fato do cotidiano, um grande acontecimento e assim alimentar constantemente sua alegria de viver”.
Acreditamos que ele ficará grato e feliz com esta homenagem. Assim como somos permanentemente gratos com ele. É bom lembrar que quando ele dirigiu a Rádio Tabajara, criou um programa de música erudita que se chamava Paisagem Sonora, com muito boa audiência e participação dos ouvintes. É na música que encontramos seguramente as frequências vibratórias mais afinadas com Carlos Romero, o “exemplo de um homem feliz”, como bem disse a professora Ângela Bezerra de Castro: “Soube amar e ser amado. Além de nortear a existência por princípios que deram sentido e densidade a todos os seus dias. Podia descobrir, no menor fato do cotidiano, um grande acontecimento e assim alimentar constantemente sua alegria de viver”.