Afinal, é São João

A poesia, a música, a arte como um todo, tem a vestimenta na medida para cada um, em especial, nesses dias de São João quando parece florecer espigas de sentimentos.

Imperativo afirmar que poetas, cantores e cantadores conseguem transmitir , da mesma música dedilhada para multidão, uma melodia para cada coração.

Todos cantam nos mesmos tons, apesar dos corações escutarem seus próprios sons. Assistimos romarias voltando aos seus sertões, que arrastarão os pés e debulharão valores anualmente esquecidos, nas correrias dos seus dias.

Instituto Periférico

No terreiro da infância e inocência, tomarão consciência que na cadência do “chuveirinho”, na explosão do “vulcão” e na dança das “estrelinhas”, do corrido tempo libertos estarão.

Nas pequeninas cidades do interior, enfeitadas com todas as tradições das nossas raizes, queimam-se nas fogueiras infinitas dores; angústias e solidões. Lá, também, é possível ver quem consegue fantasiar de beleza sua dor por ter acumulado o vazio ter, sem a riqueza do colorido ser.

Ricardo Baia

As pessoas gemem com os sucessos musicais, deixando mudos seus problemas existenciais.
Preferem a desmemória de suas vivas chagas.
É proibido soltar balão!
Mais um jargão, para adiar uma auto-imersão.
Não há motivo para viver a realidade naquele chão.
Afinal, é São João!

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