Sussurros da noite
E as vozes desta noite?... Tão sutis e delicadas. Começa com os grilos cintilando no silêncio que sucede a alvorada. Os pardais se alvoroçam em festivas revoadas. Com um canto que mistura alegria e arruaça, sempre à cata de um canto nos encantos de uma árvore, vão ali se acomodando e adormecem agasalhados. E a noite assim prossegue se instalando aqui por dentro no repouso enternecido. Mas nem tudo silencia, pois começam a cantar os anus e as corujinhas, sapo, grilo e tudo mais. E o mar, ali de longe faz coro com o marulho. Seu rugido doce e vago, é repleto de poesia. Os anus parecem rir gargalhando com a brisa. As corujas se assustam com receio de ameaças que descubram o seu ninho, bem cuidado e vigiado. Mas ao verem que o perigo inexiste ao redor, alçam voo pela praia à procura do alimento que o filhote perto aguarda. E de lá entoam alegre saudação à madrugada. Quem prestar mais atenção, vê que a noite não é muda. Muitos cantos vão surgindo quanto mais se quer ouvir. Se brincar, ou se sonhar, Dá até pra imaginar como canta lá no céu uma noite ao luar. E se for de Lua cheia, com a vibração no ar que emana de seu brilho, da magia que irradia Há uma força indescritível sobre tudo que alumia. Mas é quando muda o tempo e o inverno se aproxima que as noites ganham paz de maneira especial. No orvalho ou na neblina, com trovão ou calmaria, acalantam os ouvidos, molham a terra e o coração se agasalha de ternura. Quando a chuva vem com vento, dançando e respingando ao redor da luz do poste, ou saltando ali no mar clareado pela lua escondida atrás das nuvens, tudo fica mais macio, mais ameno e deleitoso. Nesse instante o mar se impõe, eloquente e soberano. O seu canto, embora grave, é suave e confidente. Fala com convicção aos que sabem como ouvir a mensagem de amor que está na Criação. Logo mais, vem outro dia, e nem tudo se repete. Pois há sempre algo novo que se insere na memória ou na aura consciente de um espírito que evolui apenas ao ouvir os sussurros de uma noite.
E as vozes desta noite?... Tão sutis e delicadas. Começa com os grilos cintilando no silêncio que sucede a alvorada. Os pardais se alvoroçam em festivas revoadas. Com um canto que mistura alegria e arruaça, sempre à cata de um canto nos encantos de uma árvore, vão ali se acomodando e adormecem agasalhados. E a noite assim prossegue se instalando aqui por dentro no repouso enternecido. Mas nem tudo silencia, pois começam a cantar os anus e as corujinhas, sapo, grilo e tudo mais. E o mar, ali de longe faz coro com o marulho. Seu rugido doce e vago, é repleto de poesia. Os anus parecem rir gargalhando com a brisa. As corujas se assustam com receio de ameaças que descubram o seu ninho, bem cuidado e vigiado. Mas ao verem que o perigo inexiste ao redor, alçam voo pela praia à procura do alimento que o filhote perto aguarda. E de lá entoam alegre saudação à madrugada. Quem prestar mais atenção, vê que a noite não é muda. Muitos cantos vão surgindo quanto mais se quer ouvir. Se brincar, ou se sonhar, Dá até pra imaginar como canta lá no céu uma noite ao luar. E se for de Lua cheia, com a vibração no ar que emana de seu brilho, da magia que irradia Há uma força indescritível sobre tudo que alumia. Mas é quando muda o tempo e o inverno se aproxima que as noites ganham paz de maneira especial. No orvalho ou na neblina, com trovão ou calmaria, acalantam os ouvidos, molham a terra e o coração se agasalha de ternura. Quando a chuva vem com vento, dançando e respingando ao redor da luz do poste, ou saltando ali no mar clareado pela lua escondida atrás das nuvens, tudo fica mais macio, mais ameno e deleitoso. Nesse instante o mar se impõe, eloquente e soberano. O seu canto, embora grave, é suave e confidente. Fala com convicção aos que sabem como ouvir a mensagem de amor que está na Criação. Logo mais, vem outro dia, e nem tudo se repete. Pois há sempre algo novo que se insere na memória ou na aura consciente de um espírito que evolui apenas ao ouvir os sussurros de uma noite.