Juca era uma dessas figuras ímpares, que surgem em grandes intervalos de tempo, como os cometas, era uma rara unanimidade, em nosso m...

O sorriso que nunca há de se apagar.

juca pontes poesia paraibana
Juca era uma dessas figuras ímpares, que surgem em grandes intervalos de tempo, como os cometas, era uma rara unanimidade, em nosso meio intelectual e cultural. Não quero crer que houvesse alguém que não gostasse de Juca.

Sempre gentil, educado,  cordato, sempre calado, do pouco falar e do muito fazer,  Juca nos acolhia com o sorriso, de boca e olhos, como era o seu habitual. Não era de rir, mas o sorriso nos conquistava, por estar ali a prova indelével e inquestionável do acolhimento do amigo.

juca pontes poesia paraibana
Juca Pontes @jucapontes
Estive com ele na terça-feira passada, por acaso. Saí para caminhar com Alcione e o encontramos sentado, num banco da calçadinha do Cabo Branco, de costas para o mar, olhando a barreira. Brinquei com ele, dizendo que havia insistido com Alcione, em ir até ali, porque eu tinha de dar um abraço nele. Ele sorriu. Mudou a expressão triste e longínqua em que estava mergulhado, no momento em que o avistei. Não sei se ele já percebia que iria nos deixar ou era apenas mais um dos seus momentos de homem taciturno. Não há como descobrir.

A notícia inesperada de sua partida nos deixa tristes, mas sabemos que ele semeou e viu brotar entre nós a amizade, a paz, o carinho e o sorriso que nunca há de se apagar.

Que Deus na Sua infinita Misericórdia o acolha na Luz e espalhe o conforto na sua família, conforto colhido nas boas obras que Juca fez quando esteve entre nós e que há de continuar a fazer na sua nova morada, iluminando a espiritualidade com a sua bondade e seu amor.

Nota do Editor: O Cisne de Saint-Säens homenageia a chegada de Juca Pontes aos luminosos lares do espírito.


COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE

leia também