Hoje, confio a ti, pergaminho envelhecido
meus segredos, quase adormecidos
impressões guardadas na lembrança...
Hoje, confio a ti amigo paciente:
acerbas angústias, vagando em minha mente
fervilhando ante a dor da traição.
Hoje confio a ti meu companheiro e amigo
gravar em símbolos o que o mundo antigo
falando apenas, perdeu na imensidão:
do tempo, do espaço, do compasso
mas as linhas que hoje aqui traço
são as veias do meu coração!
Tu és o responsável pela ascensão da fala
a um grau mais elevado e digno
dos registros que passam à autenticidade.
Minha oralidade hoje te deseja
bem como te ama com a real certeza
que gravarás meu som, em forma de gemido.
Hoje, me rendo a ti, amado confidente
relatando em lágrimas como uma criança
meus dramas angústias, antes da nascente
Hoje, mais uma vez,
confio-te meus segredos
de quem vive há muito tempo num degredo:
minhas ambiguidades, culpas e
meus medos...
A dor enviada pela solidão.
Me curvo pra ti, como aconselharam:
sábios de hoje, como os do passado
na certeza de tua origem fidalga.
És tu o meu servo, quando a ti falo
quando imprimo em ti para que salves a dança
da megera e louca, mas minha paixão!
Mas gravas também, as dores de um luto
exultação de júbilo e êxtase no minuto
do parto feliz que tive em um verão:
Trouxe para à vida, minha criação
Filho amado do meu pobre coração
que ao nascer o fez se tornar rico!
Minhas mãos...
Hoje imóveis, como meus sentimentos sem função, apenas lamento comiseração, perdão sofrimento penhorei meus sonhos meu futuro incerto pensei que o amor se encontrava perto Maia me acordou com a triste notícia estávamos num palco dublê de artistas éramos figurantes da triste comédia trágica e ridícula sem métrica ou régua perdida estou, feito o palhaço sem o picadeiro seu antigo palco Chocolate bêbado vendo seu retrato limpando os estercos pulmões perfurados! Onde minha glória? Esperança, sorte hoje os holofotes me abandonaram!
Hoje imóveis, como meus sentimentos sem função, apenas lamento comiseração, perdão sofrimento penhorei meus sonhos meu futuro incerto pensei que o amor se encontrava perto Maia me acordou com a triste notícia estávamos num palco dublê de artistas éramos figurantes da triste comédia trágica e ridícula sem métrica ou régua perdida estou, feito o palhaço sem o picadeiro seu antigo palco Chocolate bêbado vendo seu retrato limpando os estercos pulmões perfurados! Onde minha glória? Esperança, sorte hoje os holofotes me abandonaram!
Acalma teu coração angustiado
teus temores, dúvidas e aflições
busca consolar os deserdados
apascentar sua fome de algum pão
agasalha outros com o alívio
da manta de palavras de esperança
Eis que de Deus tens o Sublime ouvido
de tuas pesarosas petições!
Levanta-te companheiro amolentado
preso no madeiro do fracasso
para saíres desse estado
necessário dar o primeiro passo.
Acorda desse sono agitado
entre os lençóis de tua angústia
lembra-te de Jesus crucificado
que jamais usou da torpe astúcia
rogando ao Pai por todos nós
no transe dos erros e fracassos
escolhendo-o entre dois ladrões
para ser Cordeiro crucificado.
Alegra-te irmão de caminhada
pela vida, nesta escola oficina
lembra-te que a felicidade
é a única fatalidade e nossa sina!