Mercedes
A uma espanhola basca que conheci
À borda do Atlântico
Que não te vejam mais os meus olhos
Que de tão tristes turvariam
O azul dos teus
Somente os meus pensamentos
Mansos de sentidos cheios
Rumores e mistérios
Que não se segredam mais
Que te vejam mais uma vez os meus olhos
Que “blues” ficaram dos teus
(Somente os meus pensamentos
Perdidos nas noites do Atlântico)
(Pipa-RN, março de 1994)Coração de Romã
Não torture o meu coração de romã Por entre portas que não consigo passar Sei que tu estás ainda que não me vejas Não torture o meu coração de romã Duas medidas de solidão e memória (Onde habitas, verbos e beijos) Não perdoe o meu coração de romã Vermelho Em partículas gelatinosas de amor (João Pessoa, janeiro de 1995)
Não torture o meu coração de romã Por entre portas que não consigo passar Sei que tu estás ainda que não me vejas Não torture o meu coração de romã Duas medidas de solidão e memória (Onde habitas, verbos e beijos) Não perdoe o meu coração de romã Vermelho Em partículas gelatinosas de amor (João Pessoa, janeiro de 1995)
Lonely Like Behind
Espaços teus Dos meus (E ainda tens) Sou como acasos (Nunca digo a mim) Tens vida solta (Eu sei) Só que na minha tua E a tí já (Só) Não te bastas Only Behind Espaços teus Dos meus Sou como acasos Tens vida solta Só que na minha tua E a tí já Não te bastas Just Behind E ainda tens Nunca digo a mim Eu sei Só (João Pessoa, outubro de 2000)
Espaços teus Dos meus (E ainda tens) Sou como acasos (Nunca digo a mim) Tens vida solta (Eu sei) Só que na minha tua E a tí já (Só) Não te bastas Only Behind Espaços teus Dos meus Sou como acasos Tens vida solta Só que na minha tua E a tí já Não te bastas Just Behind E ainda tens Nunca digo a mim Eu sei Só (João Pessoa, outubro de 2000)
O que já não passa
Na memória
Esquecido
Uma lápide
Centenária
N’um cemitério
(Quem terá sido?)
E as flores
E os cheiros
E cores?
Resplandece o sol
A cada manhã
Até que não volte
...
Nunca mais!
(Triunfo-Pb, março de 2023)
Talvez a luz
Subjacente a treva
Em paralelo
A queira para beijos
Pois que seja eu
O desejo
Do tempo
E a treva e a luz
De pernas entrelaçadas
Lancem nossos lençóis
Ao chão
Enquanto circula
O tempo
Das coisas
Os Deuses
Dormem
E nós amamos
É que no tempo dos Deuses
Eles nos deixam
Amar para que existam
(Triunfo-Pb, abril de 2023)
O chão do tempo arrepia
Pela incerteza da estrada
E as voltas dizem dormência
As coisas tantas vividas
Se esconderão no perfume
Das flores
E as flores
Deixarão de ser
Só perfume
(Triunfo-Pb, abril de 2023)