A Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, que, de acordo com os evangelhos, foi Morto na Sexta-feira Santa, Ressuscitando no domingo de Páscoa, três dias depois. Para os cristãos, a Páscoa é uma celebração da vida, da esperança e da renovação da fé. É a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio e da esperança sobre o desespero.
Já a Páscoa judaica, chamada de Pessach, celebra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, conforme relatado na narrativa bíblica do Êxodo. De acordo com a tradição judaica, durante a Páscoa, as famílias se reúnem para celebrar um jantar ritual conhecido como Seder, durante o qual são recitadas orações e cânticos em hebraico, e são consumidos alimentos simbólicos, como o pão sem fermento, o “matzá”, e as ervas amargas, ou “maror”.
O Seder de Pessach é uma ocasião para lembrar a história da libertação do povo hebreu e para refletir sobre o significado da liberdade e da opressão. Durante sua celebração, são contadas histórias e lendas judaicas, e realizados rituais simbólicos, como a quebra do pão e a ingestão de vinho.
A Páscoa cristã tem seus símbolos e rituais próprios, como a cruz e o túmulo vazio, que representam a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, e é centrada na figura de Jesus, Considerado como o Cordeiro Pascal, Sacrificado para libertar a humanidade do pecado e da morte. Porém, ela possui muitos elementos em comum com a Páscoa judaica, como o simbolismo do matzá, uma lembrança da fuga apressada dos hebreus do Egito; e do cordeiro pascal, referência ao cordeiro que foi sacrificado pelos hebreus no Egito, para espalhar sangue nas portas das casas e, assim, proteger os seus primogênitos da décima praga que, de acordo com a narrativa bíblica do Êxodo, Deus teria enviado para convencer o faraó a libertar o povo hebreu da escravidão.
Historicamente, a Páscoa cristã não apenas incorporou elementos da Páscoa judaica, mas também transformou seu significado original, dando-lhe um novo sentido.
A Páscoa tem um significado profundo em relação à justiça social e a luta pelos direitos dos excluídos. Ela é uma grande oportunidade de lembrar de todos os que sofrem e que se encontram a margem da sociedade, padecendo injustiças e perseguições. É o momento para refletir sobre o verdadeiro sentido da espiritualidade na transformação do mundo, quando podemos renovar a esperança e o compromisso com a busca pela justiça e pela dignidade humana para todas e todos, em nome do amor e da esperança que Jesus nos ensinou.
Jesus Cristo foi o Maior Defensor dos despossuídos e dos marginalizados, sendo Perseguido e Crucificado pelos poderes religiosos, econômicos e políticos da época. A Sua Ressurreição foi a vitória definitiva sobre a morte e a opressão, e um sinal da possibilidade de transformação de toda pessoa de boa vontade. O Exemplo de Jesus Deve nos inspirar sempre a agir em prol de uma sociedade mais justa e solidária.
A Páscoa é um convite para que todos os que têm fome e sede de justiça abracem a causa da dignidade do ser humano, e a solidariedade em relação aos oprimidos de toda parte. Também é a chance para refletir sobre o sentido da vida e sobre o nosso papel no mundo. Sem solidariedade, compaixão e empatia a vida se torna insuportável e impossível.
Que a Páscoa nos conduza sempre a renovação de nós mesmos, no trabalho de construção de um mundo melhor, mais justo e mais humano.