Ela está morando debaixo do nosso teto há 3 meses. Chegou pequenininha, mas aos poucos foi crescendo e expandindo sua jurisdição territorial com suas teias.
Ela é da ordem “superior” dos artrópodes (esse superior aí foi por minha conta), e da Família nobre dos aracnídeos.
Tem de vários tipos, caranguejeiras, viúvas negras, jardineiras… A minha possui cores vermelhas, pequenas partes amarelas, mas predomina o preto. Possui uma abundante bunda que dá inveja nas cantoras e dançarinas de axé. Suas oito pernas são finas e habilidosas. É capaz de produzir um fio finíssimo de seda que sai da parte inferior do seu abdômen.
Existem uns desinformados que acham que o fio que ela produz sai de “outro lugar”, daí que veio o termo “fiofó” (eu acho), mas na verdade o fio sai de uma glândula no abdômen, e inclusive o fio sai líquido e em contato com o ar vira esse fio resistente.
Seu comportamento é bem tranquilo, não reclama, não pede comida na mesa, não faz xixi no chão, entretanto faz cocô todos os dias. Quem tem aranha de estimação sabe que elas fazem um cocozinho esbranquiçado e que depois que seca parece uma bolinha branca achatada que gruda no chão bem debaixo dela.
Reparei que as daqui são muito limpinhas e organizadas, às vezes eu jogo um graveto na teia, só para encher o saco delas, e na mesma hora elas retiram o graveto e voltam correndo para a toca.
A dieta favorita da minha é sashimi de mariposa. À noite, quando acendo a luz da varanda, ela se transforma na aranha mais feliz e bem sucedida do mundo, “chovem” insetos na sua teia, e ela escolhe os mais saborosos.
Para terminar: antes de taxarmos as aranhas de cruéis e malvadas por elas comerem as cigarras, as mariposas e as mosquinhas de tira-gosto, temos que parar de comer a vaquinha, o porquinho e as galinhas.
Viva as aranhas!