Sou muitas e todas as mulheres
Sou a mão quentinha do menino negro magrinha de abandono Sou a velhinha feliz que encontrei no rio com a saia levantada e um cajado na mão Sou este espírito livre que passeia na alma da vida sem fronteiras Sou todas as línguas dos homens meu talismã é o amor possível no mundo minha voz é dissonante então não canto entoo intuo e a ouço própria distinta de mim sem pertencimento plural de vozes que me habita Sou aquela que escapuliu das convenções para inaugurar a própria vida Sou redenção das mulheres que querem amar sem culpa das mães cansadas das mães plural Sou gestos de afeto no corpo viúvo Sou o menino que a tudo quer saber a menina tímida que enrosca o cabelo nos dedos Sou a que ouve aos outros e a própria consciência Sou sexo cru e momentos de casto sacrifício Fraternidade compaixão arte dos dias maslamento, não primo pela coerência E,vou Porque não me pergunto tenho os instintos vivos e para conviver treino sério a paciência Creio num plano divino que me integra e conduz sou folha água terra ar Fogo vivo sou só céu Azul agora E falo por tudo que me permeia Sou estéreo amplifico sentimentos Sou a pedra linda em beleza natural que rolou até se por sem arestas virou cama de rio amada pelo fluir ligeiro nas águas doces que lhe embebem em versos de ternura Sou o atabaque do terreiro vibro ao toque rude e tosco das mãos negras que me tornam em ritmo timbre de Brasil Sou a que cultiva palavras amores e amigos como se fossem flores a buscadora de arte a que se perde e se confunde em momentos de tudo em abismos de nada Sou o elemento holográfico que pode tudo ser e com pesar Sou a sombra em busca da luz para me reconhecer divina Sou a avó voz de quem viveu e sabe da soma de todos os tempos Àquela que conta todos os dias e todas as noites um a um,filhos e netos e agradece este presente em oração Sou mãe dos cães que me comovem às lágrimas Sou aquela que interpreta estrelas Abre o tarô e lê a vida Trilha do destino Sou a que ultrapassa limites e se exerce na multiplicidade do ser Sou muitas e tantas e todas as mulheres as conformadas as inconformadas as que vibram em fé e esperança loucas e lúcidas Submissas e rebeldes Sou temperança Aurora e crepúsculo Ao verbo solto sou a alma aberta para que não se sufoque a vida não escondo Deus e nem me escondo de Deus que me sabe inteira e me abençoa e assim vou sem estrangular a poesia que nesta seara limpa tende a se multiplicar e crescer como as lavandas de Provence os girassóis da Rússia as cerejeiras do Japão as tulipas da Holanda as buganvílias e os ipês do Brasil
Sou a mão quentinha do menino negro magrinha de abandono Sou a velhinha feliz que encontrei no rio com a saia levantada e um cajado na mão Sou este espírito livre que passeia na alma da vida sem fronteiras Sou todas as línguas dos homens meu talismã é o amor possível no mundo minha voz é dissonante então não canto entoo intuo e a ouço própria distinta de mim sem pertencimento plural de vozes que me habita Sou aquela que escapuliu das convenções para inaugurar a própria vida Sou redenção das mulheres que querem amar sem culpa das mães cansadas das mães plural Sou gestos de afeto no corpo viúvo Sou o menino que a tudo quer saber a menina tímida que enrosca o cabelo nos dedos Sou a que ouve aos outros e a própria consciência Sou sexo cru e momentos de casto sacrifício Fraternidade compaixão arte dos dias maslamento, não primo pela coerência E,vou Porque não me pergunto tenho os instintos vivos e para conviver treino sério a paciência Creio num plano divino que me integra e conduz sou folha água terra ar Fogo vivo sou só céu Azul agora E falo por tudo que me permeia Sou estéreo amplifico sentimentos Sou a pedra linda em beleza natural que rolou até se por sem arestas virou cama de rio amada pelo fluir ligeiro nas águas doces que lhe embebem em versos de ternura Sou o atabaque do terreiro vibro ao toque rude e tosco das mãos negras que me tornam em ritmo timbre de Brasil Sou a que cultiva palavras amores e amigos como se fossem flores a buscadora de arte a que se perde e se confunde em momentos de tudo em abismos de nada Sou o elemento holográfico que pode tudo ser e com pesar Sou a sombra em busca da luz para me reconhecer divina Sou a avó voz de quem viveu e sabe da soma de todos os tempos Àquela que conta todos os dias e todas as noites um a um,filhos e netos e agradece este presente em oração Sou mãe dos cães que me comovem às lágrimas Sou aquela que interpreta estrelas Abre o tarô e lê a vida Trilha do destino Sou a que ultrapassa limites e se exerce na multiplicidade do ser Sou muitas e tantas e todas as mulheres as conformadas as inconformadas as que vibram em fé e esperança loucas e lúcidas Submissas e rebeldes Sou temperança Aurora e crepúsculo Ao verbo solto sou a alma aberta para que não se sufoque a vida não escondo Deus e nem me escondo de Deus que me sabe inteira e me abençoa e assim vou sem estrangular a poesia que nesta seara limpa tende a se multiplicar e crescer como as lavandas de Provence os girassóis da Rússia as cerejeiras do Japão as tulipas da Holanda as buganvílias e os ipês do Brasil