Da praça em alvoroço os olhos postos da janela jogavam a paisagem nas idéias a praça grávida de povo discursava pela vi...

Enganando a tarde

Da praça em alvoroço
os olhos postos da janela jogavam a paisagem nas idéias a praça grávida de povo discursava pela vida os verbos do novo o homem montado no discurso guardava nos olhos o jeito do futuro.
Híbrida montagem
híbrida a guerra litiga o engano do tempo no colo da notícia canhões em declarada sanha dão-se aos tiros da suja propaganda a morte e a fome inundam o povo até que o lucro esteja composto
Das idéias em rasante
a idéia buliçosa tocava no homem em larga prosa vestida de verbos dançava fortemente como um roldão virtual nas paredes da mente a idéia pulsando os desejos em letras, palavras e cenas furtivamente intrometida deu-se aos versos do poema
Jornada em largo conluio
o caminho vinha comedido no tratar-se légua com ares de infinito o homem tecendo passos bordava a vontade como compasso de repente, enganando a tarde o tempo deu um salto caminho e homem anoiteceram num destino acordado
Poema à burocracia
os birôs de militar postura escondem dentro de si mortes e amarguras e se fazem urgentes ao explodir a prática num coito desinformado entre o homem e a máquina o documento tem uma face lógica e suores subentendidos e risos datilográficos e em cada ângulo de si traz sempre a serenidade de um efêmero processo de negação da vontade o funcionário posto em sua função de cidadão consentido inventa no dorso das letras um pretenso objetivo de concluir contra o próximo qualquer viés proibido nessa estatal caminhada de consumir seus sentidos o funcionário e o birô pastam letras e matemáticas e se se dão à razão se suicidam na prática pois um birô requer como arquivo latente a vontade do funcionário presa num documento e se se forma a fração nessa proporção burocrata o funcionário torna-se birô de estranha matemática pois em não sendo mobília é um móvel estatizado com a mesma sem razão do erro datilográfico mares são planícies de líquida andadura não se prestam aos passos e à rapidez dessas ruas antes caminham lentos nas rédeas desses seus barcos resguardada a violência de todos seus descompassos é como se fora uma paz lavada nesses abraços que a água dá nos viventes como um recado do nada. e nas velas que o vento penteia como bandeiras desatadas tremulam todas as ondas da condição dessas almas.


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