Hálito de
Paz nas nuvens
Gotas de nada
Sobre a terra
Mas uma Deusa acorda
Traça o Céu de luz
E o dono das pedras
Ruge
Uma mulher
Vestindo amarelo
De pés descalço
Rega o córrego
O dono do tempo
Faz o tempo
Das coisas necessárias
E brota do chão
Mas é na escuridão
Que a mãe de todas as mães
Produz estrelas
No fundo do mar
Úteros
Vasos e vasilhas
Para amparar
As goteiras da vida
Hoje há conjunção
(Não carnal)
Mas de Vênus e Júpiter
Hoje haverá céu
Brilhante
E um encontro de Deuses
Daqui da terra
Eu vejo a
Olho nu
E sei que há
Desejos entre as estrelas
Porque o universo suspira
Continua a nave
Em sua viagem
Que busca o longe
Da esquina da noite
Não se vê
Pelo coração que espera
Mas a nave finalmente
Paira sobre o olho
E revela mais que a conjunção
É luz sobre o firmamento
É desejo de ser
Nas estrelas
Se a cor
Das nuvens
Da dor
Das águas profundas
Se
Cordilheiras
E gargantilhas
E asas erguidas
Sobre a solidão
Escarlate
Os olhos verdes
Do mar ainda choram
As rapinas humanas
E foram tantas
E tão doídas
Que os tambores contam
Tuas formas
Teus extremos
Eu espaço
E a cor das coisas nossas
Tatuadas
Em nós dois
A liquidez
De nós
Noite em vinho
O fumo
O beijo
O som
Mergulho
Das falésias
Para o mar
Havia
Um blues
Uma ilusão
O Terreiro de Nada
A dor das coisas perdidas
Pela imensidão dos erros
Humanos
(Faça amor
não faça a guerra!)
Utopia dos visionários
Maconheiros
Dos anos 60
(E eu está lá)
Mesmo assim houve guerra
E a dor foi tão grande
Quanto a empáfia
E o lucro
Os mesmos donos do mundo
Ainda alimentam os dragões do fogo
E pela paz vendem armas
E rosários...
... de balas...
Não são brincadeiras de riscar o chão
E cuspir na mãe
São vazios de mães
Nas brincadeiras dos filhos