Antes da pandemia, o home office era uma realidade em algumas empresas, e com a Covid-19, esse modelo se tornou necessário para muitos continuarem existindo.
Dois anos após os primeiros lockdowns no Brasil, o trabalho remoto se mostrou muito bem aceito pelos trabalhadores. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, e pela Fundação Instituto de Administração, mostrou que a intenção dos brasileiros de permanecerem trabalhando em casa só cresce – ao mesmo tempo em que relatam
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De acordo com o levantamento, bem mais da metade das pessoas pesquisadas estão satisfeitas com o trabalho de casa. Esse número cresce quando se considera a intenção de manter a rotina após a pandemia. Já o número de pessoas que querem voltar aos escritórios diariamente caiu muito.
Apesar das avaliações positivas, diversos funcionários dizem estar trabalhando mais horas de casa, do que se estivessem no escritório. Com a economia de tempo do deslocamento, muitos acabam começando a trabalhar mais cedo – e se desligando mais tarde. Dos entrevistados pelas instituições de ensino, menos da metade estão trabalhando acima de 45 horas semanais. A legislação trabalhista estabelece, salvo casos especiais, o limite semanal de 44 horas. Por estarem conectados por muito tempo, acabam permanecendo também o dia inteiro.
Será que vamos repetir os danos ocorridos à população inglesa nos anos 1860, quando praticamente se deu o início do home office?
Em condições precárias de trabalho, no chamado "sistema doméstico", um grupo familiar, incluindo crianças e adolescentes, confecciona roupas manualmente para o exército britânico, no período da Revolução Industrial (Séc. XIX).
Os cuidados devem ser permanentes com todas as formas de sobrevivência, nesse mercado leonino do capitalismo.
Gravura do Séc. XIX mostra toda uma família dedicada à fabricação de caixas de fósforo, em ambiente doméstico, nos arredores de Londres / Fonte: Wikimedia