O Cabo Branco, que já foi, segundo José Américo, a “terra paraibana invadindo corajosamente o mar bravio”, hoje não passa de um "toco de charuto numa poça d´água". É a visão que se tem atualmente, depois que sua silhueta foi encoberta por várias edificações.
Com os anos, o Cabo Branco encurtou nos dois sentidos: do mar para a terra, pela ação dos agentes naturais; da terra para o mar, pela ação predatória homem. O homem só fez o que não presta no Cabo Branco: desmatamento, sobretudo desmatamento, cerca, muro, concreto, asfalto e lixo. Sinceramente, para mim, o Cabo Branco é apenas um passado bem vivido.
Mexeram muito na terra, agora pretendem gastar muito dinheiro para mexer no mar. Podem gastar o que quiserem, mas jamais, jamais, teremos de volta o esplendor do nosso monumento natural.
Às vezes penso que Deus, num excesso de confiança, entregou o Cabo Branco à guarda dos paraibanos. Deu no que deu.
Como diz o poeta, “ficou eterno porque não existe mais”.