O visto humanitário serve para facilitar o ingresso e a regularização migratória de pessoas advindas de qualquer país em situação grave...

A ambiguidade é a concretude dos opostos

refugiados ucrania curitiba
O visto humanitário serve para facilitar o ingresso e a regularização migratória de pessoas advindas de qualquer país em situação grave, ou iminente instabilidade institucional, ou, ainda que esteja passando por um conflito armado. Inclui também as situações de calamidade com grandes proporções, desastre ambiental ou violação dos direitos humanos.

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Esse visto foi concedido no Brasil aos Ucranianos refugiados da atual guerra; e o estado do Paraná acolheu um grupo formado em sua maioria por crianças e mulheres que passaram dois dias na capital, alojados na Primeira Igreja Batista de Curitiba.

Quem os recebeu foram as Voluntárias filhas de pais fugidos da Ucrânia há muitos anos, e que hoje abraçam essas famílias com seu calor humano, proporcionando um pouco de conforto a quem deixou para trás uma casa, emprego, amigos e um futuro. Ainda por cima sem ninguém para cuidar, à espera do assalto a suas histórias, seus bens e um sonho agora em branco e perdido, vagando na esperança de alguém a busca de um reencontro consigo mesmo.

Todos ficaram instalados em hotéis e receberam “kits” com produtos de higiene, roupas e comida. Em seu país de origem, eles tinham uma vida efervescente e agora chegam em terras brasileiras apenas com uma mochila e uma pequena mala. Lamentável recomeçar.

Ucranianos são recebidos na Primeira Igreja Batista de Curitiba
Bem diferente do que aconteceu com o povo soviético no início do século XVIII, expulso do campo pela pobreza e coletivização, empurrado para as cidades pela industrialização da economia daquela época. Foram morar em um "kommunalka", que é um espaço exíguo em apartamentos comunais, “burocraticamente” divididos em partes comuns e salas privadas, com pouca ou nenhuma atenção aos modelos físicos das estruturas existentes.

Hoje ainda vive muita gente por lá, e os moradores dividem a cozinha, o banheiro e os corredores entre si.

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É um viver sem privacidade de estar e pensar. Famílias inteiras (até sete), se acomodam nessa comunidade, em uma única sala superlotada, com pouca esperança em mudar sua situação.

Não é possível castrar a liberdade do indivíduo e esperar que ele possa ter esperança de um futuro saudável.

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Necessitamos um pouco de espaço pra sonhar, depois de um abraço, independente do que nos levou passar por situações inesperadas e inimagináveis, como um réquiem de despedida, tocado ao piano por uma moradora em seu apartamento em kiev, antes de abandoná-lo, destruído pelas bombas. Como escreveu George Orwell em seu livro "1984":

"Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força".

A ambiguidade é a concretude dos opostos. Porque vidas passaram por aquilo se nossa fé se mantém com orações? Existem somente duas maneiras de viver na vida, uma é como se nada fosse um milagre, a outra é crer que tudo no entorno pode ser um milagre (Albert Einstein), que podem ser os queridos amigos que nos apoiam, a família que nos ama, e muitos outros momentos que mostram que não estamos a sós.

Por isso não perca sua fé, esteja ela onde você queira buscar.


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  1. Alexandre Pimentel14/2/23 13:52

    Tenho uma pequena dúvida para o estimado autor.
    Os refugiados da Venezuela, sofridos, famintos e açoitados pelo sanguinolento governo de Maduro, foram recebidos em Curitiba com a mesma festa e alegria dedicadas aos ucranianos?

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