Um novo ciclo

Nunca fiz listas de intenção para o Ano Novo. Também não faço retrospectiva do ano envelhecido... Entretanto, um misto de alegria e esperança vai surgindo com a aproximação do novo ciclo, como se realmente algo pudesse mudar para melhor. Pelo menos tenho sempre o desejo de melhorar um pouquinho, mesmo que não esteja na lista.

Uma amiga querida, Paloma Diniz, afirma que tenho uma excelente agenda mental, e, pensando bem, concordo com ela. Fica tudo na mente: sobrecarregada de tanta culpa, medo, insegurança, curiosidade, alegria, raiva, contentamento, anseios, dor pelos que partiram, seja pela desencarnação ou por outros inúmeros motivos que só dizem respeito a eles.

Tim Marshall

A querida mentora espiritual Joanna de Angelis diz que as pessoas são como veículos móveis, portanto devemos deixá-las ir ou vir quando quiserem. Sempre fiz isso; não reclamo, não cobro, não choro nem acendo vela, mas sofro, pois nunca lidei bem com separações ou partidas, embora compreenda que faz parte dos movimentos da vida. O princípio da impermanência deve ser aceito com tranquilidade, como nos ensinou Sidharta Gautama.

Sinto saudades dos queridos amigos e familiares que hoje estagiam na erraticidade e que deixaram uma herança bendita de exemplos: alegria, resistência, perseverança, coragem, trabalho, resignação, indignação diante das injustiças, generosidade e dignidade.

Todos tinham qualidades negativas como qualquer humano, mas as positivas se sobressaíam e iluminavam suas existências físicas, pelo menos, aos meus olhos.

Também sinto júbilo e gratidão por tudo que me foi concedido nesta existência, nem tanto por merecimento, mas por excesso de misericórdia do Pai de Amor e Bondade. São tantos benefícios que seria cansativo elencá-los neste registro, mas estão nitidamente enfileirados em minha encharcada mente.

Tim Marshall

Acredito que dias melhores virão, senão para todos, para muitos de nós. Não há a possibilidade de melhoria apenas pela mudança no calendário, para os irmãos que estão vivenciando as experiências das guerras fraticidas, fome, desemprego, viciações severas, enfermidades cruéis, e outros insucessos. No entanto, caso aceitemos as dores, oriundas das enfermidades, lutos, decepções e perdas com resignação e paciência, alcançaremos um dia a paz tão almejada.

Agradeço por vivenciar mais um momento de esperança, confiança e fé na reforma do homem, nem tanto visando o bem coletivo mas pela necessidade do bem e equilíbrio nas suas engrenagens psíquicas. A luta pelo bem da coletividade e justiça social é um outro patamar de nossa evolução enquanto seres humanos. E não há no momento a possibilidade de todos estarmos equipados com as ferramentas do altruísmo, solidariedade e fraternidade num sentido mais profundo e amplo. Portanto, que mudemos um milímetro que seja e que essa mudança seja para melhor.

Um Novo ciclo repleto de esperança e boa vontade, é o que desejo para todos vocês!

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