Negro, de família pobre, vindo do interior. Um dos muitos meninos que correm atrás de uma bola e de futuro pelos campinhos d...

Um brasileiro, um extraterrestre

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Negro, de família pobre, vindo do interior. Um dos muitos meninos que correm atrás de uma bola e de futuro pelos campinhos de grama, barro, areia ou de paralelepípedos espalhados pelo Brasil afora. O tempo tratou de construir um roteiro perfeito em que mais um capítulo foi escrito no último dia 29 de dezembro de 2022.

O tempo não fez com que o planeta em forma de bola esquecesse seus feitos. São mais de quatro décadas que ele aposentou as chuteiras e o último título mundial que conquistou foi há 52 anos. O cidadão Edson Arantes do Nascimento, nome em homenagem ao inventor Thomas Edison também, viria a ser um gênio. Ainda pequeno, tornou-se Pelé. E ao longo da carreira ele fez com as bolas nos pés, ao longo da história do futebol, tudo que os demais jogadores mais talentosos fizeram.

Parlamento Piauí
No caso, a morte levou o cidadão Edson, mas também fez o mundo e, em especial, o Brasil, perceber, mais uma vez, a dimensão do que a palavra Pelé significa. Os inúmeros relatos das mais diversas personalidades sobre o filho mais ilustre da cidade mineira de Três Corações só referendam o tamanho dessa lenda do futebol, o maior embaixador brasileiro sem pertencer aos quadros do Itamaraty.

E Pelé reinou não somente onde o futebol dá as cartas. Ultrapassou todas as fronteiras. É um rosto conhecido nos Estados Unidos, onde encerrou a carreira de jogador pelo Cosmos, é imagem reconhecida nos confins da África, em países que a maioria dos brasileiros nem consegue encontrar no mapa.

@davialcolumbre
O sucesso com a bola o levou aos cinemas, à música, à política e ao Olimpo. Quem há de duvidar que Pelé escreveu poesias? Vai dizer que os seus dribles, gols, bicicletas e até os lindos gols perdidos não eram versos harmônicos?

Coroado Rei, visto como um deus vivo do futebol, Pelé acompanhou o Edson ao longo da vida. Tanto que o Edson falava de Pelé como se fosse outro ser, talvez um extraterrestre que o havia abduzido.

Pelé, que surgiu meio sem querer ao errar, quando menino, o nome do goleiro do time em que seu pai jogava e que se chamava Bilé, mas dito pelo garoto Edson soava como Pelé. Excetuando-se os irmãos argentinos, por motivos óbvios, não há discussão sobre quem é o melhor jogador de todos os tempos, o Rei do Futebol: Pelé é a resposta.

Com a partida do cidadão Edson, já que Pelé não morre, fica a lenda, a história, os efeitos heróicos com a camisa do Santos Futebol Clube e da Seleção Brasileira.

Senado Federal
Um dos grandes do futebol brasileiro, o cronista e médico Tostão, campeão do mundo em 1970 jogando ao lado de Pelé, resume bem o sentimento: “Quando quero me sentir orgulhoso e importante, digo que joguei com Pelé”. Ou o que sempre falou Pepe, em tom de brincadeira: “Eu sou o maior artilheiro humano do Santos Futebol Clube, com 405 gols, uma conta muito boa para a ponta esquerda. Pelé marcou mais de 1 mil, mas ele não vale, ele veio de Saturno, é um ET”.

Deus só pode ser brasileiro. Pelé, mesmo extraterrestre, nasceu no Brasil.

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