Vamos sair do Royal Hotel, em Londres, descer juntos a curta Bedford Way, contornar a Russell Square e entrar na pequena Montague Street, ao lado do gigantesco, magnífico Museu Britânico.
De repente, vê o que eu digo?
Não parece que entramos na ilustração de um conto de fadas, não lembra aquele sonho de Kurosawa em que o personagem penetra os quadros de Van Gogh?
De repente, vê o que eu digo?
Não parece que entramos na ilustração de um conto de fadas, não lembra aquele sonho de Kurosawa em que o personagem penetra os quadros de Van Gogh?
Tudo lindamente florido!
Veja:
Todos os postes – lamp-posts – com as curvas de ferro, lá em cima, sustentando os pares de cestões – hanging baskets - carregados de cores, de flores!
Agora, olhe só para todos esses hoteizinhos e pequenos restaurantes - bistrôs - de terracinhos georgianos, todos – todos! – com maravilhosas jardineiras nas janelas – window boxes – que também se exibem presas nas grades que separam esses lugares das calçadas, belíssimos arranjos de flores minúsculas e de vivo colorido, num efeito geral deslumbrante.
Eu, que tinha como destino o friso dos cavaleiros, o longo e soberbo alto-relevo de Fídias, feito para o Partenon, na Acrópole de Atenas, que me aguardava – e à minha mulher – dentro do British Museum, quedamo-nos embasbacados com aquela surpresa em plena rua!
Veja, agora, em tour pela cidade, num daqueles ônibus vermelhos de dois andares - o Routemaster - que quase toda a City é assim.
Olha lá: todos os postes que contornam a enorme Trafalgar Square, diante da Galeria Nacional – a estupenda National Gallery – todos os postes florescem, também, com suas duplas de hanging baskets!
Agora vamos para o Palácio de Buckingham, vamos para o Parlamento, vamos para a Abadia de Westminster: veja as window boxes – jardineiras - em todas as janelas, balcões e grades de casas, lojas, bancos, restaurantes, pubs, tudo muito, muito florido.
Pergunte agora à guia quem mantém esse delírio visual por toda parte. Veja-a dizer que a prefeitura é quem cuida dos cestos nos postes.
E ela, de repente, interrompendo-se entusiasmada:
- “Look there!” e aponta para uma placa na entrada da ponte, lendo em seguida conosco:
If you notice any baskets that need attention - Se você se deparar com quaisquer cestos precisando de cuidados – please email environment@teamlondonbridg.co.uk or call 020 7407 4701
Quanto à decoração de residências e casas comerciais – ela explica - há empresas que se encarregam disso, de decorar e manter as flores permanentemente vivas, mesmo no inverno, o que conseguem com espécies resistentes ao frio.
"Hanging baskets" Alexa / Mark White / Nollynutkins and Madlily58
Agora venha ver como as praças e ruas londrinas são na verdade longos prolongamentos de seus merecidamente famosos parques. Só como exemplo, vamos a um passeio no Regent’s Park, embora ele não seja o maior nem o melhor da cidade.
Vê como o extensíssimo gramado é impecável?
Veja aquele esquilinho descendo de um salgueiro – sim, willow tree, junto ao rio em que passam cisnes alvos e negros, o salgueiro que lembra o da cena final de Ofélia, no “Hamlet” – veja o esquilo vindo comer nas mãos das crianças, como você já deve ter visto em “Branca de Neve”!
Mas mesmo que pareça impossível encontrar um clímax para essa visita, entremos no Queen Mary´s Gardens – Jardins da Rainha Mary – que centralizam o parque, e venha ver suas ... trinta mil rosas de ... quatrocentas variedades!!!
Bem, eu trouxe você comigo para lhe sugerir – já que é florista ou floricultor ou simplesmente gosta de flores – que monte a primeira firma na Paraíba a explorar esse ramo. Porque com certeza vai ganhar muito dinheiro, será alguém muito amado e terá uma estátua de bronze erigida em sua homenagem no Parque Solon de Lucena!