Em maio de 2003, saí a pé de Lisboa para uma caminhada de 150 quilômetros até a cidade de Fátima. No final do segundo dia, cheguei a Sa...

Redescobrindo o descobridor

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Em maio de 2003, saí a pé de Lisboa para uma caminhada de 150 quilômetros até a cidade de Fátima. No final do segundo dia, cheguei a Santarém, onde soube que ali estavam enterrados os restos mortais de Pedro Alvares Cabral. Como assim? De quem, afinal, seriam os ossos enviados para o Brasil? Interessei-me pelo assunto e, desde então, tenho lido tudo que diz respeito ao descobridor do Brasil.

Sem nenhuma base científica, porém, jurando dizer somente a verdade e nada mais que a verdade, digo-vos, ó leitores queridos, que o Brasil foi descoberto por Pedro Alvares de GOUVEIA.
Pedro Álvares Cabral Roque Gameiro
É que, naquela época, apenas o filho mais velho poderia usar o sobrenome do pai. Assim, somente com o falecimento do primogênito, em 1502, o segundo filho herdou esse direito e passou a ser oficialmente Pedro Alvares Cabral. Mas isso é de sabença geral. O que interessa mesmo é que Cabral (perdão, Gouveia) embarcou logo depois da descoberta com destino às “índias”.

Era esse o destino que interessava aos banqueiros que financiavam a expedição em conjunto com a Coroa, numa PPP comercial. Era lá que o Gouveia devia buscar as tais especiarias.

Seguiu viagem até Calicute, onde anteriormente Vasco da Gama já havia se dado mal no trato com o governante local. Ora, nosso Gouveia, talvez já imbuído da esperteza brasileira depois de ter passado por aqui, optou por subornar o samorim, a quem ofertou vários mimos. Tudo certo; construiu uma feitoria e começou a negociar. Mas os mercadores mulçumanos sentiram o tranco da concorrência e realizaram um ataque surpresa à feitoria, na qual morreram 50 portugueses, inclusive Pero Vaz de Caminha.

Granger
Nosso descobridor reagiu e atacou 10 navios deles, matando 600 inimigos. Não satisfeito, bombardeou Calicute. Saiu dali e chegou a Cochim, onde foi muito bem recebido e pôde, enfim, encher os porões dos navios com o que realmente interessava. Voltou a Portugal e foi recebido como herói. Pudera, a mercadoria que trouxera rendeu um lucro de 800% aos financiadores.

Dom Manoel I animou-se e decidiu mandar uma frota muito maior em busca de mais lucro. Porém, deu o comando a Vasco da Gama, nomeando o nosso herói como subcomandante, com o que ele não concordou e, a partir de então, caiu no mais completo ostracismo até sua morte.

Ah, leitores! Na cova deveriam estar sepultados somente Pedro e sua esposa. No entanto, em 1882, ao abrir-se o jazigo, encontraram os restos de um carneiro e de 3 ossadas humanas. Em 1903, finalmente, cuidou-se do traslado dos ossos de Cabral para o Brasil, só que então o sepulcro já possuía 5 ossadas de homens, 1 de mulher e 2 de crianças.

O que há naquele pequeno caixão na Igreja de Nossa Senhora do Carmo no Rio de Janeiro? Não sei. Porém, pesa em mim a dor do esquecimento dos brasileiros a homem tão importante em nossa história.

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