Aprendi que não adianta brigar com os fatos. Eles são insistentes. Por mais que você queira superá-los, não levar em conta e esquecer, eles não desistirão de existir. A única maneira de lidar com eles é conviver e aceitá-los.
Quando minha família perdeu tudo, culpamos a justiça e os bancos que haviam emprestado o dinheiro. Doeu. Foi terrível. Mas com o tempo entendemos que a culpa era nossa, por termos acreditado no que se provou um mau investimento. Fomos despejados e ficamos sem nada.
Quando minha família perdeu tudo, culpamos a justiça e os bancos que haviam emprestado o dinheiro. Doeu. Foi terrível. Mas com o tempo entendemos que a culpa era nossa, por termos acreditado no que se provou um mau investimento. Fomos despejados e ficamos sem nada.
Deus nos ajudou a descobrir outros caminhos e tenho absoluta certeza que meus pais terminaram seus dias mais felizes do que naquela época em que viviam de angústias e incertezas. Tudo porque aceitaram os fatos e conviveram com eles.
Trago isso para mais uma vez falar de política, que tem como protagonistas aqueles que mais prejudicam o Brasil: os políticos.
Porém, ainda não é aí que quero ancorar meu barquinho hoje. Tratarei da decepção que os políticos trazem aos seus eleitores, periodicamente.
Imagino como se sentiram os petistas quando, a bordo da lava-jato, alguns dos mais destacados servidores da Petrobrás fizeram delações premiadas que atingiram a nata dos empreiteiros nacionais, fatos depois confirmados pela devolução de quantias que partiram de 100 milhões de dólares desembolsados por um simples gerente daquela empresa até bilhões saídos dos cofres das mega construtoras. São fatos. A grana foi devolvida. Se Lula tinha ou não conhecimento e até culpa, não importa. Essa é uma discussão acadêmica haja, pois o STF extinguiu uma ruma de processos contra ele. Porém, as decisões do Supremo não tiveram o condão de anular os fatos ocorridos na Petrobrás.
Agora fico a imaginar o pessoal que acreditou nas sucessivas promessas que até (às vezes) Bolsonaro não fez, mas nas quais era conveniente acreditar. Quando ele não conseguiu fundar seu partido político e teve que se juntar à escumalha política, quando as perspectivas de invasão das sedes dos poderes nos sucessivos setes de setembro brocharam e principalmente quando os crentes foram para a frente dos quartéis e aconteceu... nada (muito embora a GLO e o artigo 142 da Constituição fossem prometidos a cada 72 horas). Como ficam suas decepções? E tudo porque acreditaram no que não eram fatos.
Se serve de consolo aos bolsonaristas, o ex-presidente tem um legado. Foi através dele que a direita no Brasil perdeu a vergonha e o medo, mostrou a cara e hoje se sabe que ela existe e pode ser quantificada.
O mais é espuma.