Nesse início de Ano Novo, ainda em tempos de férias, vislumbro o que a humanidade vem amargando nesses tempos dramáticos. A medicina de uma forma especial, vem sendo muito aviltada e mal interpretada nos seus mais sublimes e eloquentes pilares, em outras épocas nunca atingidos, motivo pelo qual, achamos pertinente trazer à baila esse tema tão palpitante para os dias atuais.
Somos todos presentemente, passageiros de um navio em perigo. Alguns já perderam até a esperança, e aceitam em silêncio a fatalidade de uma catástrofe, em que a covardia se torna mais evidente. Entretanto, alguns, se sobreviverem ao naufrágio, se recusam-se a morrer, sem ter feito tudo para salvar, não as matérias mortas, mas, as forças vivas, os valores espirituais, que são as chamas em que se acenderão novos focos.
Ora, neste crepúsculo, em que os homens, não distinguindo mais as luzes humanas, não respeitam, senão, as máquinas cegas e as massas gregárias, ainda mais cegas, o médico aparece como o último dos clarividentes, como um dos últimos conservadores entre os quais, não deve desaparecer.
Ele conserva o privilégio da reflexão: o exercício de sua arte lúcida, obrigando, constantemente, a perceber o indivíduo no meio da coletividade. Ele distingue o homem e os homens — o homem, que é o mesmo em toda parte, a despeito das diferenças étnicas, o homem que é o semelhante de seus “semelhantes”, o homem, que é a espécie como a folhagem da árvore é a reunião das folhas — e os homens, que são as pessoas na diversidade de temperamentos e de caracteres, os homens, os quais, cada um reage de forma distinta, na saúde e na doença, de maneira diferente do vizinho, e dos seus possíveis interlocutores.
Esta é a civilização que detesta o silêncio e receia a meditação. O médico deve, contudo, concentrar-se vendo que o seu papel é mais necessário, sua ação se estende à brutalidade dos novos costumes, e dos novos tempos (tome à direita e siga, e não se importe em destruir), seu objetivo não é somente, de defender a vida contra a morte, mas, reanimar aqueles que esquecem o respeito, e o próprio sentido da vida . Indubitavelmente esquecendo a Deus, O Maior de tudo e de todos, O Nosso Deus Pai Todo-poderoso, O Único que tudo pode, que esteve sutilmente Implícito no decorrer de todo o texto.