Eu bem que suspeitava... aquela rebeldia constante, aquela agitação interminável de pilha alcalina, seu inexplicável gosto por rolo de papel higiênico e a mania de roubar chupeta do filho do vizinho... tinha alguma coisa diferente, algo errado, mas agora ficou claro. A psicóloga informou que o nome é TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). A psicóloga de cachorro explicou:
⏤ Fechei o diagnóstico! Lola é hiperativa e vocês precisam ter paciência, seu aprendizado será mais lento, ela não consegue se concentrar. E ainda é uma cachorra criança, vai melhorar com o tempo.
⏤ Fechei o diagnóstico! Lola é hiperativa e vocês precisam ter paciência, seu aprendizado será mais lento, ela não consegue se concentrar. E ainda é uma cachorra criança, vai melhorar com o tempo.
Sabendo disso ficamos mais conformados e tolerantes com o xixi e o cocô, que até hoje ela faz no lugar errado, mas o que realmente preocupa são alguns hábitos adquiridos recentemente, por duas vezes ela invadiu a casa do vizinho e roubou a chupeta do neném. Quando consegue a façanha, corre pra casa com a chupeta na boca.
Pensem numa cena engraçada: Ela correndo do apartamento do vizinho chupando a chupeta do Felipe. Da última vez ficamos com tanta vergonha que compramos duas chupetas novas, de silicone, quarenta e três reais. Maior prejuízo!
Outra coisa preocupante é a tendência ao abuso de drogas. Esses dias estourou uma garrafa de cachaça (das boas) lá no sítio e antes que eu conseguisse enxugar ela bebeu alguns goles e pirou o cabeção, saiu correndo a mil por hora em volta da casa, latiu raivosamente para uma fogueira, trouxe a bota do funcionário e para completar, pegou o ratinho de pelúcia, levou pra sua caminha e dormiu abraçada com o bicho.
Eu assisti pasmo àquela sequência cinematográfica e pensei: esse bicho precisa ser estudado. Acordou ressabiada, bebeu a água toda da vasilha, fez xixi no tapete e saiu correndo com um pé de chinelo na boca. Nem Freud explica!
O tempo passou e ultimamente a Lola anda muito intelectual, está literalmente devorando livros, boletos bancários e jornais, mas está achando seu lugar nesse mundo, melhor dizendo, na minha cama. Ela fica com medo e corre pra lá de madrugada, entra debaixo do lençol e dorme instantaneamente, mas agora a gente tem uma boa desculpa pra deixar. Afinal ela tem TDAH.