Dedicado às amigas Sheila Turczinsky e Thália Seixas
Eis que o tempo vai trazendo, nos mistérios de sua dança, logo após a primavera, a estação ensolarada. É verão, pleno verão! Muito em breve o vento volta, chega a chuva tão bendita e o céu se anuvia. E na troca vem o verde que se veste orvalhado.
Foi-se então a estação mais alegre e perfumada. As flores pelas quais se imagina que o divino está sempre a nos sorrir, põem-se entre as mais sutis e elevadas expressões de beleza desta Terra. Ainda que efêmera, delicada e passageira... De repente, nascem ali, no mato ou na montanha, pouco mais vão se murchando.
Foi-se então a estação mais alegre e perfumada. As flores pelas quais se imagina que o divino está sempre a nos sorrir, põem-se entre as mais sutis e elevadas expressões de beleza desta Terra. Ainda que efêmera, delicada e passageira... De repente, nascem ali, no mato ou na montanha, pouco mais vão se murchando.
ALCR / Jean and Fred Hort / cattan2011
Por que Deus enfeitaria de buquês e ramalhetes um planeta pequenino, solto na imensidão de inúmeras galáxias com encantos tão diversos?
Como em toda a Natureza, tudo tem sua função, dá até p’ra imaginar que aquelas borboletas são sua razão de ser. Igualmente tão perfeitas, tendo pétalas como asas, vez por outra se confundem num jardim ensolarado. As que voam saem beijando, uma a uma por aí, recebendo mais adiante outros beijos perfumados. Fazem parte, aprendemos, da magia criadora, pois que distribuem no pólen a semente de outra flor.
Mas, quiçá no beija-flor, também possa incidir a razão que o Criador teve para colocar neste mundo tão diverso algo que, além da cor, pudesse nos nutrir.
As que mais encantam a vista são aquelas que renascem pelas margens dessas trilhas. Espontâneas e ao léu, surgem sem ninguém cuidar. Salpicadas pelo mato, relva, prado ou barro seco, estão sempre a cintilar aos olhos que enxergam. Um fenômeno tão bonito sobre o qual volto a pensar: Por que Deus criou as flores, se não fosse para amar?
Amar é saber ver com imensa gratidão o que a vida tem de belo. Mesmo quando o panorama possa vir a se mostrar com angústia e nostalgia, pelas perdas ou saudades de alguém que já partiu, pare e veja uma flor, que tem vida passageira, mas nos deixa a certeza de que tudo se renova desde o dia em que aqui nasce.
De botões se viram em pétalas, que se abrem ao Sol. Em cores infinitas, das nuances mais suaves ao fulgor de um vermelho, do amarelo e até do azul, elas cantam sua beleza que em muitas se completa com a bênção do perfume.
Por isso que não pude resistir e trouxe algumas, na esperança de que aqui, mais do que qualquer cuidado ou adubo com carinho, a ternura mais sincera lhes faria companhia.
Foi com grande emoção que as vi ali brotar, que as vejo na manhã ou ao céu do entardecer. Com olhar de gratidão, agora eu talvez saiba porque Deus criou a flor…