Melhor abraçar as feras
Abracei alguns amigos e fui apunhalado com os projéteis da calúnia e maledicência com as lâminas afiadas da indecência transferindo para mim, seus desequilíbrios e taras Outros, recebia em meu lar com alegria escolhia os lençóis para aquecer com simpatia e cobrir seus corpos ávidos por prazer e mordomia descobria assustado que bem logo amanhecia fugiam apressados à procura de euforia. Os momentos coloridos em que eu os recebia os pratos preparados com amor e confiança usaram aquelas facas como afiadas lanças a lançarem a indiferença em meu rosto em agonia Abracei familiares com carinho e desvelo com cuidado e afeto por dias e anos inteiros mas fui apunhalado com abandono e indiferença numa mostra cabal de que não faz diferença ser parente, aderente, primo tio ou estrangeiro. Abracei alguns colegas com cuidado e simpatia com colaboração acolhimento e alegria mas fui apunhalado com a inveja e malícia descobrindo assustado a origem da intriga. Abracei desconhecidos com atenção e desvelo mas fui apunhalado pela ganância e desespero ao furtarem objetos para lucro e sossego de seus bolsos, ou carteiras, já furados sem o zelo do respeito, confiança, etiqueta ou qualquer freio. Mas agora resolvi por abraçar apenas feras pois quiçá ainda terei a esperança que me espera de poder domar a sede, ou a fome que as norteiam ou por fim ser retalhada para o almoço ou suas ceias.
Abracei alguns amigos e fui apunhalado com os projéteis da calúnia e maledicência com as lâminas afiadas da indecência transferindo para mim, seus desequilíbrios e taras Outros, recebia em meu lar com alegria escolhia os lençóis para aquecer com simpatia e cobrir seus corpos ávidos por prazer e mordomia descobria assustado que bem logo amanhecia fugiam apressados à procura de euforia. Os momentos coloridos em que eu os recebia os pratos preparados com amor e confiança usaram aquelas facas como afiadas lanças a lançarem a indiferença em meu rosto em agonia Abracei familiares com carinho e desvelo com cuidado e afeto por dias e anos inteiros mas fui apunhalado com abandono e indiferença numa mostra cabal de que não faz diferença ser parente, aderente, primo tio ou estrangeiro. Abracei alguns colegas com cuidado e simpatia com colaboração acolhimento e alegria mas fui apunhalado com a inveja e malícia descobrindo assustado a origem da intriga. Abracei desconhecidos com atenção e desvelo mas fui apunhalado pela ganância e desespero ao furtarem objetos para lucro e sossego de seus bolsos, ou carteiras, já furados sem o zelo do respeito, confiança, etiqueta ou qualquer freio. Mas agora resolvi por abraçar apenas feras pois quiçá ainda terei a esperança que me espera de poder domar a sede, ou a fome que as norteiam ou por fim ser retalhada para o almoço ou suas ceias.
Quando de tua partida
meu coração se fez breu
não sei o que aconteceu
ao tempo de tua ausência
Saber que a impermanência
é uma das sagradas leis
Fez-me sem coroa um rei
bailarina sem os pés
Fez de mim ébrio demente
pelas praias de meu bairro
a procura de tua voz
do versejar de teus lábios
quando nas tardes mornas
colada ao teu corpo quente
sentíamo-nos adolescentes
descobrindo a castidade
a morte qual fria serpente
envenenou feito Iago
Foi ciúmes, hoje sei
despeito, inveja maldita
e hoje me vendo aflita
coberta por negro véu
rogando em lágrimas ao céu
por nossa paz e equilíbrio
a megera se deleita
pois sabe não ser aceita
muito menos ser amada
deixando luto e lágrimas
nos casebres ou palácios
portando afiada adaga
ferindo por onde passa
Hoje amargo a desgraça
de teu consórcio com ela
de todas, a mais feia megera
desfilando pelas praças!
Alguns amigos se vão
deixando o peito dorido
outros desertam do afeto
o coração sente alívio…
Coisa estranha e até maluca
as vezes pesando a culpa
por sentirmo-nos tão serenos
brincando quais os pequenos
leves igual uma pluma.
Ontem te vi enrugada
por trás da máscara sorrindo
percebi de inopino
que a farsa sempre existiu
pela espinha o arrepio
nos pés os dedos gelados
onde o cavalo alado
Pégaso, nas lutas da vida
da adolescência sadia?
Mas Maia nada acrescenta
à mente sempre desperta
melhor a má descoberta
com muitos anos de atraso
que a Quimera escondida.
Espero que sobrevivas
a tua falsa amizade
e à memória covarde
invertendo os registros
das vivências do passado
pois melhor descobrir tarde
que continuar iludida!
Hoje vejo que a partida
já se deu há tempo longo
quando esperava o rebento
com alegria incontida
Foste a negra mensageira
do mal, armadilha infame
deixando-me caída exangue
após teu golpe covarde.