Na transformação de nosso estado de espírito, os sons são as primeiras manifestações dentre as linguagens que utilizamos. A palavra é a...

Languishing

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Na transformação de nosso estado de espírito, os sons são as primeiras manifestações dentre as linguagens que utilizamos. A palavra é a outra que nos fascina e atrai o olhar. As letras são os símbolos e objetos admirados por quem as entende.

Mugimos com super poderes, enxergamos e andamos pelas águas. Após os cinco ou sete anos de idade, as combinações se tornam muito mais complexas, nos provando que o consciente é uma falsa voz que transborda através da fala e da escrita. Parece que falamos para outros universos onde existem criaturas com ultra poderes. Nossa taxa de sílabas pode chegar a 200 por minuto, tal como satélites sem capa
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Ismael Nery, 1930
penetrando surdamente o reino das palavras. Falar é mais complicado que chegar à Lua.

Mas já que ainda não temos outro lar para chamar de nosso planeta, neste aqui ocorrem eventos catastróficos lá fora que nos tiram do prumo e dão chances para vivermos um entorpecimento e uma sensação de vazio.

Em alguns momentos lutamos contra a desmotivação, e o que nos preocupa é quando ela se instala, quando a apatia toma conta dos dias e perdemos força para retomar uma nova mobilização. Muitas vezes sequer temos a noção do que estamos vivendo, já que, aparentemente, tudo está bem com a saúde física/clínica, há trabalho, alimentação correta, casa e segurança. O que está ocorrendo é um novo adoecimento, e por isso, ainda há dificuldade para identificar esse fenômeno psicológico aflorado com a instalação da pandemia.

O "languishing", é o termo que denomina esse sentimento persistente de apatia. É o mais novo transtorno de saúde mental, e aparece como um desânimo e uma sensação de carregar um peso invisível e constante, com coração apertado e respiração difícil, e como consequência esvazia a alma em um
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Ismael Nery, 1930
corpo que luta pra se reencontrar. Ficamos atados e não sabemos, hoje, o que podemos fazer pelo amanhã.

Na semana de arte moderna em 1922 fizeram algo que chegou ao nosso hoje, romperam a métrica da poesia, quebraram tabus estéticos com alarde exibicionista e provocador. E essas rupturas marcaram a linguagem artística no século 20. A força das ideias e a insistência do desassossego, empurraram os caminhos saudáveis ao desenvolvimento das mentes, longe da agressão e regras de comportamento linear e ditatorial, abriu-se um engajamento social, e  limitaram-se as rachaduras internas e as fraturas políticas. Apesar dos males na rua, o braço do desejo em busca da felicidade, torna real a ficção e o sonho, fadados à espera da coragem para serem arrebatados e servidos em nossas bandejas sociais.

Ser o protagonista de uma transformação solidária, necessariamente não é uma vantagem, mas participar efetivamente do evento, fortalece a todos. Candidate-se a ser a onda que usurpa o medo e a pobreza de espírito. Comprometa-se para poder colher o resultado de seu esforço. Vai que você tem sorte dessa vez.

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