Canção diária Não minimizes assim Que a vida inteira Recolhi a bravura desse gesto. Que a vida inteira Encobri sob o m...

Guardei o cheiro do sol

poesia paraibana milfa araujo valerio
 
 
 
Canção diária
Não minimizes assim Que a vida inteira Recolhi a bravura desse gesto. Que a vida inteira Encobri sob o manto da espera Tão desejosa de ser esse silêncio... E não me queiras mal Por tão pouco ser dotada Dos dons que te tocavam. Não minimizes meu canto Que se amarga não sou É que o fel, de cansado, se transmutou...
Chamado
Como se fosse uma conspiração Intensidade, leitura Ímpeto revelador. Como se fosse um enigma do destino Em longa espera Para ser decifrado. Nada sobrou nem faltou. Cada expressão, cada gesto Um cintilar, um convite. O instante em si mesmo muito claro. Era negar-se ou render-se Porque tudo já estava preparado.
No fundo da taça
A imagem é sempre a mesma A toalha por sobre a mesa O dourado do mesmo vinho O redondo da taça-poço A clareza do branco vidro O remédio que é velho e moço A crueza do mesmo espinho E o cansaço da velha história.
Perdas
Minha ilha encantada Meu vale verdejante Meu estuário. Arca dos meus afetos Minha fonte milagrosa Meu escapulário. Meus bens verdadeiros de repente Dissolvidos como vinho Em água corrente...
Poemas Antigos
Guardei o cheiro do sol No corpo A pedra e o rio No coração. Será que essas águas Não movem moinho? Verão. A minha mão direita Não sabe a metade Do que faz a esquerda. Mas os meus pés compartilham tudo E guardam o segredo de andarem assim Um atrás do outro. Escuto o grito de Catarina Que estende a mão tão pequenina Querendo um raio de luar! O raio foge no céu sem fim E o grito vaza... O Jardineiro pergunta: o que será? Mas Catarina só quer plantar Um canteiro de estrelas no jardim da casa

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