Li sem o fanatismo dos religiosos nem o desprezo dos ateus. Li por estudar as religiões, pela busca de explicações espirituais, pelo prazer de uma boa leitura, por não gostar de comentar sobre o que não li ou vi.
Há dois anos, exatamente quando começou a pandemia da Covid, tomei para mim o desafio de ler integralmente a Bíblia — o Velho e o Novo Testamentos: do Gênesis ao Apocalipse.
E assim foi feito.
Rod Long
Semana passada terminei, enfim, a leitura. Que achei? De antemão, diria que, como fonte de conhecimentos, a Bíblia é um livro fantástico!
Está tudo ali: religião, filosofia, história, preconceitos, machismo, política, poesia, a força das mulheres, profecias, simbolismos, literatura, enfim...
Gostei de alguns livros mais que outros: Gênesis e Êxodo (a origem de tudo), Josué, Reis, Samuel, Rute (livros históricos), Jó, Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos (sabedoria), Isaías, Jeremias (profetas), os Evangelhos, as epístolas de Paulo...
O sacrifício de IsaacOrazio Riminaldi (1630)
E os absurdos cometidos em nome de Deus? — você me pergunta. Estamos falando de um livro que começou a ser escrito há muito mais de dois mil anos.
Ora, se hoje, com todo avanço e facilidade de conhecimento, ainda se cometem muitos absurdos em nome de Deus ou deuses, imagina no tempo em que foi escrito o que está na Bíblia?
Sobretudo, é um livro para reflexão. E que mostra que o legado de Cristo é o mais forte que existe até os tempos atuais, embora, para alguns, o amar uns aos outros seja apenas retórica de quem, na prática, cultua bezerros de ouro.
É uma obra que precisa de várias leituras para compreender algumas coisas e, por isso, pretendo voltar a ela depois de ler alguns livros sobre o Budismo que adquiri nesse período — sim, sinto que o Cristianismo e o Budismo se aproximam em muitas coisas, mas isso é muito complexo para falar aqui.
Como diz em Mateus:
“Eis porque lhe falo em parábolas: para que vendo não vejam; e ouvindo, não ouçam e nem compreendam”
