Eu me peguei assistindo ao seriado Wandinha. Vieram-me tantos pensamentos sobre o que se passa na atualidade. Será que a nova ideia é ter prazer no prazer do outro? Será que, durante todo esse tempo de século torto, nos ensinaram a ter somente o prazer próprio?
Você já ouviu falar em compersividade? Ser um indivíduo compersivo é ser ausente de ciúmes e o primeiro passo é o reconhecimento do sistema monogâmico como opressor. O segundo passo é a reparação dos danos que esse sistema colonialista nos provocou.
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Pronto, não vou entrar no tema capitalismo, branquitude etc. Não! Vou falar de liberdade! Vou falar mais de Wandinha, quartinha. Mesmo que a rotulem de autista, de borderline, ela é apenas uma egoísta.
Quartinha não divide nada com ninguém, nem mesmo as cores, por si sós inexistentes. O prazer de Wandinha é ter prazer para ela mesma. Ou seja, ela é egocêntrica.
Wandinha não se dá conta de que, com o advento da internet e redes sociais que ela tanto critica na série de sucesso, impera o líquido amor, e só se cura o amor em sua liquidez, pela fluidez. Ser fluido é pensar na territorialidade mental em primeiro lugar, pois o território corporal pode ser compartilhado com outros seres. Isso é ser compersivo, pois não somos ilhas.
“Nenhum homem é uma ilha”. Foi com essa frase famosa que o filósofo inglês Thomas Morus nos ajudou a ter a nítida compreensão de que a vida humana é feita de coletividade. Só se vive convivendo.
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É justamente na convivência, no compartilhar da vida social e comunitária, que o ser humano se enobrece, pois ele se desvenda, abandona pudores e realiza-se como ser moral e ético, sob cuidados de uma versão que se dizia proibida ou velada, não é mesmo?
É, Wandinha! Somos fãs de muitas das suas características. Até vens mudando, mas precisas rever teus conceitos, principalmente no tocante à compersão.
