Poema para a mulher Às muheres de minha vida: Emília Guerra (minha esposa), Josemília de Fátima, Terezanísia e Hebe (m...

Um jarrinho no peitoril

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Poema para a mulher
Às muheres de minha vida: Emília Guerra (minha esposa), Josemília de Fátima, Terezanísia e Hebe (minhas filhas) e Maria Emília (neta) com um beijo carinhoso de marido, pai e avô
Para que se escreva Um poema à mulher Necessário se faz Saber a feminilidade Preciso é decifrar A alma feminina Fechada a sete chaves Aberta em sua fina Meiguice sem entraves Para se escrever Um mimo ou elogio Basta dizer um olhar Que não seja frio Mas brisa, voo, ar Circulado decifrar De nascentes fontes Não brotadas de rochas Correntes, desmontes Sem os cursos de extravios Mas vocação de rios Ao encontro de mar Para que se escreva Uma palavra de carinho Muito a se pensar Na tessitura do linho Na fineza dos cristais Na sutileza do vinho Em noite que se faz Manhã e algo mais Que sol amansado Por ventos e temporais Para que se escreva Que seja do seu agrado Preciso ter na beleza Os seus pontos cardeais A orientar o sagrado Percurso em sutileza Para seu amado.
Poema das choupanas
casinhas acasaladas em ruelas sem calçadas nelas pende o tapume colado em taipa quadrada de palha, janela e porta os frontões sem equilíbrio as fazem frágeis e tortas casebres, humildes chalés um jarrinho no peitoril cortina entre as salas o piso de barro batido a camarinha no escuro o terreiro varrido, limpo o quintal com cacimbão um pé de jaca, mamão macho bem maduro casinhas onde escorre a água da chuva forte ou o sol bate sem dó choram goteiras nas palhas da cobertura riem de asneiras as almas puras gemem os caibros a dor de agruras a ventania passa livre assombração casinholas toscas onde a livre simplicidade mora, deita e rola no tamborete, no chão.
Poema a São Francisco
com franqueza é grande risco São Francisco Proteger a natureza neste tempo corisco de fogos e incerteza animais torrados árvores esturricadas rios manchados, lama amazônias devastadas audível voz que clama por tanta calamidade mas o santo de Assis não pode ficar calado com seu ímpeto sagrado com a coragem, ele diz vestido em seu burel que os homens irracionais colocam-se contra o céu nas chamas de maus sinais São Francisco se inquieta onde estiver nesta hora com seu dom de poeta fica em silêncio e chora.

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