Ano velho passando, ano novo chegando, será que o mundo melhorou? Claro, pois na vida não existe marcha à ré. Tudo evolui. Esta minha reflexão adveio de um desejo enorme de olhar para trás…
E tudo começou com aquele homem magro, quase nu, todo ensanguentado, pregado numa cruz, entre dois malfeitores. Um homem cujo crime foi amar a todos sem distinção. Pediu água e lhe deram vinagre. Pediu amor e lhe deram ódio, diante de uma multidão enlouquecida pelo fanatismo religioso, provou que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.
E tudo começou com aquele homem magro, quase nu, todo ensanguentado, pregado numa cruz, entre dois malfeitores. Um homem cujo crime foi amar a todos sem distinção. Pediu água e lhe deram vinagre. Pediu amor e lhe deram ódio, diante de uma multidão enlouquecida pelo fanatismo religioso, provou que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.
Mas não foi só com Jesus que isso aconteceu. Muitos outros crimes foram registrados pela História, provando até que ponto chega a maldade humana, Vejam, ali, Sócrates, o maior filosofo de todos os tempos, sendo forçado a beber veneno pelo crime de renegar os falsos deuses. Estão ali astrônomos famosos condenados pela Inquisição pelo simples fato de provar que não é o Sol que gira em torno da Terra, mas o contrário. E que dizer da médium Joanna d'Arc sendo atirada à fogueira, tachada de feiticeira pelo fato de ouvir vozes? E que dizer do pacifista Gandhi assassinado com um tiro em plena via pública, cuja arma era o cajado que apoiava a sua velhice?
Daí me vem à imaginação esta perturbadora pergunta: será que a humanidade melhorou? Será que aqueles crimes, aqui narrados, seriam repetidos? Temos hoje a moderna e surpreendente tecnologia, que está juntando as pessoas, derrubando fronteiras, criando o fenômeno da ubiquidade. Mas, afinal, estamos unidos ou reunidos? O “outro” continua sendo o inferno, como sentenciou Sartre? Uma ponte ou um abismo?
Disse Augusto dos Anjos, que “o homem que vive entre feras, sente um desejo inelutável de também ser fera”…
Todavia, “o homem magro da cruz” ensinou que amássemos até os inimigos... Difícil lição. Difícil, mas não impossível, pois muitos já deram e continuam dando o exemplo desse amor.