Paraíba, 4 de dezembro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 66)

Paraíba, 4 de dezembro de 2022

⧏ Aconteceu
Luiz Henrique Oliveira e Fabiane Rodrigues
Literatura de Autoria Negra
Foi lançada no dia 30 de novembro, em Belo Horizonte (MG), a pesquisa que é considerada uma radiografia da produção literária de autores negros na história do Brasil, intitulada “Trajetórias Editoriais da Literatura de autoria negra brasileira”. O evento ocorreu na sede da Academia Mineira de Letras com palestra dos próprios autores, Luiz Henrique Oliveira e Fabiane Rodrigues.

A obra analisa diversos aspectos das razões, dificuldades e obscurantismo acerca do fazer literário de escritoras e escritores negros, a partir do primeiro romance de Maria Firmina Reis (autora descoberta pelo historiador paraibano Horácio de Almeida), de 1859 a 2020.

Machado de Assis
Neste trabalho estão várias descobertas sobre os obstáculos e a maneira de produzir livros, que envolvem desde a falta de reconhecimento ao racismo editorial. Sobre a publicação, o pesquisador de literatura afro-brasileira e especialista na obra de Maria Firmina dos Reis, Eduardo de Assis Duarte, autor da antologia crítica “Machado de Assis afrodescendente”, disse:

Eduardo Duarte
"Chega em boa hora a pesquisa que desnuda em números os mecanismos operacionais da indústria do livro no Brasil, para melhor compreendermos o fenômeno que envolve quem pode e quem não pode publicar seus escritos, e chamar atenção para os procedimentos de superação desses obstáculos históricos."

Editado pela Malê, o livro está disponível no site da editora.
Juca + Rufino = Itacoatiara
No último dia 30 de novembro ocorreu o lançamento de mais um livro do escritor, poeta e editor Juca Pontes. Intitulado “Itacoatiara”, o trabalho mescla aspectos de memórias do autor refletidas na poesia, nas imagens que o ilustram e em sua lúdica conexão com o monumento arqueológico “Pedra do Ingá”, localizado no interior da Paraíba.

Há um contraponto quase “musical” entre os poemas e as ilustrações criadas pelo artista plástico José Rufino (fotogravuras), que também assina o livro. As inscrições rupestres justapõem-se em movimentos que acompanham a poesia em um diálogo plástico especialmente harmônico.

Juca Pontes, com Gilberto Guedes
Maria Fernandes e Romye Schneider
Hélder Moura
José Rufino, com Carlos César
Dalmar Medeiros
Cibele Almeida
A apresentação do livro teve lugar na Usina Cultural Energisa, onde Juca Pontes e José Rufino promoveram uma concorrida sessão de autógrafos. “Itacoatiara” foi editado pela MVC/Forma, com posfácios de Amador Ribeiro Neto e Láuriston Pinheiro, projeto editorial de Juca Pontes, direção de arte de Paulo Gustavo, design gráfico de Guilherme Ramos e Arte final de Flaybson Oliveira.

Os autores, com Jéssica Queiroz
Pedro Júnior
Fátima Agra
Marlene e Antônio Augusto Almeida
Jussara e Ângelo Moreno
Clécio, Amanda Costa & Crianças
Janaíra e Ricardo Pinheiro, Juca Pontes, Tao Pontes, José Rufino
⧎ Acontece
Lúcio Villar
Fest Aruanda 2022
Teve início na última sexta-feira, dia 2 de dezembro, mais uma edição do “Fest Aruanda”, dirigido por Lúcio Villar, com programação que segue até o dia 8.

A abertura do festival de cinema, já em sua 17ª edição, aconteceu no Cinépolis, no Manaíra Shopping, com exibição do filme “Xica da Silva” (1976), dirigido por Cacá Diegues. A atriz e cantora Zezé Motta, que esteve presente, e o ator e cantor Tony Tornado, estão entre os homenageados deste ano por sua reconhecida trajetória. Serão também prestadas homenagens póstumas ao jornalista, poeta e cineasta Jurandy Moura e ao arquiteto, cenógrafo e cineasta Eliézer Rolim, ambos paraibanos.

Zezé Mota
Tony Tornado
Jurandy Moura (1940—1980)
Eliézer Rolim (1961—2022)
Além da exibição de curtas e longas-metragens, com a respectiva premiação e entrega de troféus, inserem-se na programação do 17º Fest Aruanda debates com diretores de cinema; mostras competitivas, painéis culturais, mesas-redondas e exibição de filmes produzidos por alunos da rede estadual de ensino, que acontecerão em locais diversos.


⏤ Confira a programação do evento no site do Aruanda Fest
Bruno Steinbach
Steinbach
O artista plástico paraibano Bruno Steinbach reuniu grande parte de sua obra em catálogo virtual disponibilizado na plataforma “Google Fotos”. São trabalhos criados em 46 anos de atividades (1974-2020), entre pinturas, retratos, desenhos e gravuras pertencentes a acervos públicos e particulares.

“O catálogo atinge o objetivo de montar um mosaico com os diversos caminhos que trilhei, sem medo de errar, nesse fascinante redemoinho de formas, cores e conceitos que é o mundo da pintura” — disse Bruno.

"Cabo Branco, opus IX", 2016
"Manga Rosa", 1989
Sem título, 2001
"Parahyba Vista (Sanhauá, Porto do Campim e Varadouro)", 2013
O artista sempre encontrou na arte o escape para superar obstáculos, buscando não interromper sua produção em todas as circunstâncias enfrentadas. “Nunca me preocupei com tendências estéticas da hora, com as suas “panelas” repletas de elucubrações inócuas e abstratas, seguidas de polêmicas discussões que se prolongam até o inferno esfriar” — revela.

"Beijo Cósmico", 1999
"Horóscopo", 1976
"Sagarana na Pedra do Reino...", 2012
Na categoria “Retratos”, Bruno Steinbach tem talento reconhecido, trabalho pelo que foi muito procurado, sob encomendas. “A internet possibilitou-me a estreia no mundo virtual como um artista sonhador e solitário na sua arte, soltando um grito que é a revelação desse infinito que trago encarcerado em minh'alma" — complementa.

Auto-retrato (infogravura), 2007
"José Maranhão", 2002
"Carmen Romero", 1985
⏤ Confira o catálogo neste link
Música Clássica e Ópera
A tradicional revista “Concerto”, que há mais de duas décadas se dedica a matérias, entrevistas, ensaios, eventos, críticas, notícias e entrevistas relacionadas com a produção de música erudita, anunciou os finalistas do “11º Prêmio CONCERTO 2022, de Música Clássica e Ópera”.

Artistas, instituições, projetos discográficos e produções de ópera concorreram e serão julgados na última etapa pelo júri especializado que divulgará o resultado na próxima edição da revista, em janeiro. Além do júri, o público em geral está apto a votar, até o dia 18 de dezembro, por meio deste link.

Entre os finalistas estão o violonista Plínio Fernandes, o Quarteto Boulanger, com integrantes da Filarmônica de Minas Gerais, e a produção da ópera “Os Capuletos e os Montéquios”, de Vicenzo Bellini, que foi encenada no Theatro São Pedro, em São Paulo.

Plínio Fernandes
Quarteto Boulanger
Cena da Ópera “Os Capuletos e os Montéquios” (Vicenzo Bellini), no Theatro São Pedro, SP
Os prêmios são “Grande Prêmio”, “Prêmio Lauro Machado Coelho de Ópera”, “Música Orquestral”, “Música de Câmara/Recital/Coral”, “Jovem Talento”, “CD/ DVD/ Livro”. Este ano foi criada a 7ª categoria, o “Prêmio CONCERTO Inovação”, com estímulo à produção de novos formatos, acessibilidade, equidade racial ou de gênero, igualdade social e defesa ambiental. As informações sobre os finalistas estão disponíveis no site da revista Concerto.
⧐ Acontecerá
João Trindade
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Nos dias 15 e 16 de dezembro, acontece a Festa Literária de Piancó (Felipi), com o tema “Nossa terra, nossa gente”, promovida pelo Educandário Américo Mesquita. Nesta edição 2022, o homenageado do evento será o escritor, professor e poeta João Trindade, nascido em Piancó (PB) e radicado na capital paraibana.

Debates, tertúlias literárias, exposições e apresentações artísticas estarão na programação organizada pelos alunos do educandário Américo Mesquita, instituição que desenvolve reconhecido trabalho em prol do envolvimento dos estudantes no processo de inserção no mundo literário.

Entre as obras a serem debatidas, estão incluídas “O Rei Leão” (Elizabeth Rudnick, 2019) e “É assim que acaba” (Colleen Hoover, 2018), com participação do Grupo Legião Literária, e das poetisas Vanessa Nascimento e Luciana Souza, convidadas especiais da V Felipi. Haverá também a premiação “O Leitor do Ano”, dedicada aos alunos do Américo Mesquita, que publicaram um vídeo sobre a Festa Literária de Piancó, com depoimento de Maria Elita Azevedo, primeira professora de João Trindade, e declamação de poemas de sua autoria.

⧉ Imperdível
Depois da missa de domingo, um passeio pelos recantos da cidade e da memória, pelo Roger, rua Gama Rosa, até a Lagoa, lembranças de ontem se confrontaram com cenas de hoje. As histórias do tradicional no Cassino da Lagoa se contrapuseram a questões urbanas e, por que não?, às inovações "paisagísticas". Tudo sob o atento olhar do jornalista cronista Arael Costa, no texto “O Cassino da Lagoa”.
O aconchego da noite, do lar-doce-lar, imagens que chegam, cenas vistas e não vistas, a taça de vinho, a luz pela janela entram em feixes de recordações para se acomodar na escrita poética do cronista Clóvis Roberto, no texto “Pinceladas”.
Dizem que não fazer o bem já é fazer o mal. As coisas não realizadas terminam fazendo parte de nossas vidas tanto quanto as realizações. Serão pesadelos os sonhos não realizados? Segundo o escritor Josué Montello, eles "compõem também o acervo de nossas vidas”, como está no texto “O que não fizemos também conta”, de Francisco Gil Messias
Caix@ Postal
"Márcia é luz, força, coragem, guerreira do amor, mulher da troca de civilidade e de um mundo justo, se é que isso pode ser realidade, ou é utopia. Ela acredita que não. Assim acredito também."
Nanego Lira ▪ 04.1.2022
Comentário sobre o texto “No fundo, façamos da vida algo de bom”, de Márcia Lucena.


"Quando adolescente, lá nos anos 70, ganhava um dinheiro cortando fotos, ou seja, separando fotos com uma tesoura, porque cada uma tirada vinha com três fotos numa única chapa. Os fotógrafos eram: Sr. José Maria, Sr. Pedão e o Sr. Walter. Ainda hoje, existe um fotógrafo lá na praça Aristides Lobo, com uma daquelas relíquias de máquina fotográfica."
Nosde Costa ▪ 03.12.2022
Comentário sobre o texto “Lambe-Lambe”, de Frutuoso Chaves.


"O poder público sempre omisso em seus atos de irresponsabilidade, acaba abandonando um bem público, por sua vez, o ser humano no seu intuito destrutivo, contribui para que o poder público se omita de suas responsabilidades. A rua Saturnino de Brito, no baixio da balaustrada, também está em situação precária e perigosa de se andar por lá."
Zizinho Pinto ▪ 27.11.2022
Comentário sobre o texto “Por favor, salvem a balaustrada das Trincheiras", de Modesto Siebra Coelho.


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  1. JOSE MARIO ESPINOLA4/12/22 22:40

    Todos os domingos fico esperando a nossa Revista Cultural do ALCR, um resumo do que de mais expressivo aconteceu, está acontecendo e vai acontecer, na Paraíba e no Brasil.
    Parabens, editores do ALCR!

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  2. Parabéns pelo alto nível da revista , que mantém um padrão crescente a cada semana!

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