ÁGUA A água dura o tempo de seu gosto, o reflexo oblíquo do Sol que insiste, o pormenor dos cinquenta tempos do Mundo ...

No rasante da libélula

poesia capixaba jorge elias neto

ÁGUA
A água dura o tempo de seu gosto, o reflexo oblíquo do Sol que insiste, o pormenor dos cinquenta tempos do Mundo no rasante da libélula É esta água, repasto de surpresas, não a mesma, sempre a mesma, dispersa no azul redondo Água que transborda e cessa, recria e arrasta, carrega o som e derrama o silêncio Água, testemunha que passa e retorna quando já não estamos Água, abençoada chispa transparente que alumia o nome da culpa na testa dos inocentes Água, simples como o sem cor, brotando da grota, Buraco Negro do Universo.
CANTO CHÃO
Com o dorso das mãos, o mascate das almas limpou meu rosto (Perceba que é a terra que guarda a derradeira mordida) Terra escavada, pura, minha puta esfinge, o fim é onde tocamos nossos pés ou é o inominável dos sonhos? Com a concha das mãos, o mascate das almas me mostrou o silêncio ( Perceba que o engasgo é o testemunho do papel da semente)
UMA CONVERSA SOBRE A MORTE
Não sei que olhos me olham, ou perseguem, recostam em minha sombra na paz da tarde entornam em minha existência este xarope de groselha, doce de fazer medo

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