FESTA DA PADROEIRA
O pavilhão armado, todo enfeitado com bandeirinhas de papel de seda, azuis e vermelhas. A procissão de nossa Senhora da Conceição, se arrastando, sem pressa, pelas ruas da cidade. O som do sino da igreja matriz e a cadência das matracas, marcando os passos dos contritos fiéis. A fumaça de incenso queimando no turíbulo, a balançar, de um lado para outro. O passeio na praça cheinha de gente! A camisa social dos homens, o tubinho das mulheres, o vestido novo das moças e os sapatos cavalo de aço dos rapazes... Os leilões das galinhas assadas, à mostra em pratos de papelão prateado, embrulhadas em celofane. A barraca de tiro ao alvo, o palco do mamulengo, o bazar dos bingos, o parque São Raimundo. No ar, o cheiro de pipoca com manteiga da terra. A lã de açúcar, o cachorro-quente, a maçã do amor. O chicotinho de madeira, revestido com tirinhas de plástico multicolorido. A banda de música, tocando dobrados na alvorada, ainda de madrugada, e a retreta, ao anoitecer. É o que lembro desse tempo - (tão bom!), que se diluiu em imensa saudade.
O pavilhão armado, todo enfeitado com bandeirinhas de papel de seda, azuis e vermelhas. A procissão de nossa Senhora da Conceição, se arrastando, sem pressa, pelas ruas da cidade. O som do sino da igreja matriz e a cadência das matracas, marcando os passos dos contritos fiéis. A fumaça de incenso queimando no turíbulo, a balançar, de um lado para outro. O passeio na praça cheinha de gente! A camisa social dos homens, o tubinho das mulheres, o vestido novo das moças e os sapatos cavalo de aço dos rapazes... Os leilões das galinhas assadas, à mostra em pratos de papelão prateado, embrulhadas em celofane. A barraca de tiro ao alvo, o palco do mamulengo, o bazar dos bingos, o parque São Raimundo. No ar, o cheiro de pipoca com manteiga da terra. A lã de açúcar, o cachorro-quente, a maçã do amor. O chicotinho de madeira, revestido com tirinhas de plástico multicolorido. A banda de música, tocando dobrados na alvorada, ainda de madrugada, e a retreta, ao anoitecer. É o que lembro desse tempo - (tão bom!), que se diluiu em imensa saudade.
GIRA-MUNDO
Meu olhar para o mundo, que corre e cansa, é de completa indignação. Quando foi que a vida se tornou tão urgente a ponto de nem a vermos passar? Quando foi que fazer tantas coisas ao mesmo tempo se tornou mais importante do que saborear, va-ga-ro-sa-men-te, cada instante?
Meu olhar para o mundo, que corre e cansa, é de completa indignação. Quando foi que a vida se tornou tão urgente a ponto de nem a vermos passar? Quando foi que fazer tantas coisas ao mesmo tempo se tornou mais importante do que saborear, va-ga-ro-sa-men-te, cada instante?
FARDO
Às vezes, a vida me parece um fardo que carrego para todos os lados, tentando, em alguns casos, mirar o dardo dos sonhos num ponto cego, arbitrário, que passa a ser o melhor alvo.
Às vezes, a vida me parece um fardo que carrego para todos os lados, tentando, em alguns casos, mirar o dardo dos sonhos num ponto cego, arbitrário, que passa a ser o melhor alvo.
DA MÁQUINA
Diz um adágio popular que o trabalho dignifica a pessoa. Mas é tanto o que exigem de nós, que estamos virando máquinas. Numa boa.
Diz um adágio popular que o trabalho dignifica a pessoa. Mas é tanto o que exigem de nós, que estamos virando máquinas. Numa boa.
CADEIA
Antes, morriam os avós dos amigos da gente. Depois, iam os pais dos amigos da gente. Hoje, vão-se os amigos da gente. Amanhã, seremos nós os morrentes…
Antes, morriam os avós dos amigos da gente. Depois, iam os pais dos amigos da gente. Hoje, vão-se os amigos da gente. Amanhã, seremos nós os morrentes…
