Foi quando o mutismo a invadiu Já não suportava mais tantas partidas manhã cedo, Pablo Milanês também parte Erasmo Carlos n...

Perdas e partidas

poesia paraibana vania farias castro

Foi quando o mutismo a invadiu Já não suportava mais tantas partidas manhã cedo, Pablo Milanês também parte Erasmo Carlos nosso gigante gentil Não saberia descrever o que sentia sentimentos desconexos só havia uma sensação nítida: o vazio foram muitas, ao longo desses anos E a cada uma delas: uma dor, uma saudade, uma angústia surda, uma indagação um luto que ainda não clareara. Qual o sentido das partidas? Da separação das pessoas que amamos das que admiramos, que fizeram parte de nossa história que encantaram nossos olhos inundaram nossos corações de alegria de magia alumbramento e/ou êxtase Se levaram algo dela, não saberia mas ficara com algo deles como pedras preciosas, guardadas com zelo e cuidado embrulhados em retalhos de linho de afeto ou papel seda de gratidão… Ainda hoje, a sensação perdura Seu nome é Gal, exuberante e sensual Sr. Boldrim dando bom dia à sua pátria com a responsabilidade de preservar nossa cultura Já fazia parte de seu imaginário, com Tema para Juliana... E aquele tema também era seu. Era tanta saudade acumulada, que não saberia organizá-la, compartimentá-la para doer menos incomodar menos, confundir menos só não saberia o que dizer, pois já chorara muitas partidas, de amores, afetos paixões e amizades Estava cansada de tanto ficar!
Ficou uma cama vazia Um espaço na alma um abraço não dado... Ficou um machucado sangrando, mas não é suportando por tempo comprido Que o amor sabe amar se a paixão é cega, o amor ver tão nítido que a visão é estampido explodindo os ouvidos Olvidando o latidos, os uivos, ou silvos. Sente os sinais, os silêncios as pausas o crescimento da erva, danada daninha invadindo os quintais É difícil escolher entre ganhar ou perder ganhar a presença, perder a essência aprender com a dor, com o desapego Não é preciso esquecer, o amor tem memórias tem passado, histórias projetos desfeitos ou nunca pensados, sequer planejados apenas sonhados por quem sonha demais Ficou um silêncio tão alto ocupando os espaços em estardalhaço, trincando os vitrais Mas o amor pede mais ele educa, escuta, afere, ausculta ampara enlaça, e desembaraça prepara as asas, e deixa voar!

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