Paraíba, 27 de novembro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 65)

Paraíba, 27 de novembro de 2022

⧏ Aconteceu
Cinema Brasileiro na Índia
Aconteceu neste domingo, 27, em Goa (Índia) a première mundial do filme paraibano "O Alecrim e o sonho", no 53º Festival Internacional de Cinema da Índia. O IFFI GOA teve sua primeira edição há 70 anos (1952) e é reconhecido pela Federação Internacional das Associações de Produtores de Filmes (FIAPF) como o mais importante da Índia.

Com produção de Drica Soares e dirigido por Valério Fonseca, o filme tem no elenco atores de vários estados brasileiros, a exemplo dos paraibanos Fernando Teixeira, Suzy Lopes e Zezita Matos, da baiana Valdinéia Soriano, do goiano Stepan Nercessian e do natalense Enio Cavalcante.

Enio Cavalcante (Alex)
Fernando Teixeira (Vicente)
Valdineia Soriano (Maria Cecília)
Produzido pela “Ponta Negra Filmes” (RN) e pela “Carambola Produções” (PB), “O Alecrim e o sonho” é um drama social, todo encenado em Natal. Tem como protagonista o personagem Vicente (Fernando Teixeira), professor aposentado e viúvo que mora no bairro Alecrim, em cujas reflexões habitam sonhos, frustrações e a realidade cotidiana.


O filme é o primeiro longa-metragem de ficção de Valério Fonseca, que ao trabalho se refere como “um filme delicado sobre o universo da terceira idade. Um drama com um pouco de realismo mágico”. Sobre o cenário, no caso o bairro do Alecrim, ele diz: “Mostra uma Natal que talvez a gente queira evitar”.
Rubens Nóbrega
O Livro de Rubens
O jornalista, editor e escritor Rubens Nóbrega lançou novo livro na Livraria do Luiz do Mag Shopping, na capital paraibana. Este é o terceiro título publicado pelo autor, que se inaugura na categoria “romance”.

A narrativa é contada em uma pequena cidade da zona rural paraibana, que convive com a passagem de forasteiros e respectivas marcas deixadas em dramas e paixões vividos pelos habitantes. A tragédia também se faz presente na trama, quando a barragem que abastece o povoado desmorona causando danos e traumas pessoais e coletivos.

Intitulado “Baixa do Mel”, o romance foi apresentado em uma sessão de autógrafos que aconteceu no último dia 22, às 18h. Sobre a obra, Rubens Nóbrega disse se tratar de: “uma história de grande valor para nossa reflexão enquanto relações humanas, que reflete as angústias vividas pela população paraibana, nordestina e brasileira”.

Rubens com Lucas Brito
Jória Guerreiro
Everaldo Nóbrega
Ana Maria Gondim
Valdir Porfírio
Francisco Gil Messias
Rubens Nóbrega, José Mário e Ilma Espínola
ESQ ⇀ DIR: Gonzaga Rodrigues ▪ Abelardo Jurema ▪ Aline Sá ▪ Walter Santos ▪ Frutuoso Chaves ▪ Rubens Nóbrega ▪ Nonato Bandeira
Jornalista de carreira há quase 50 anos, Rubens tem passagem por diversos veículos de comunicação da Paraíba, seja no rádio, jornais impressos e TV. Foi presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API), no período de 1987 a 1989, e, há vários, anos dirige o Portal de Notícias, “Blog do Rubão”, com participação de vários colaboradores, entre escritores, cronistas e articulistas.

José Nunes
Nunes na Academia
O historiador, escritor e poeta José Nunes foi eleito para a Academia Paraibana de Letras no último dia 25 de novembro. Ele concorreu a uma vaga na instituição pela primeira vez, com os escritores Clemente Rosas e Martinho Ramalho, e ocupará a cadeira que pertenceu a Sitônio Pinto, falecido em junho deste ano.

José Nunes tem vários livros publicados, entre eles “Um pastor de nuvens”, no qual organizou diversos textos escritos em memória do cronista Carlos Romero, patrono do ALCR. Ele é jornalista, colunista do jornal A União, membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba e colaborador do Ambiente de Leitura Carlos Romero, onde já publicou cerca de 130 textos.


Após o resultado, o poeta José Nunes agradeceu publicamente à condução do certame e aos confrades da APL, que pode ser visto em vídeo publicado no Facebook pelo artista plástico Wilson Fiqueiredo.

Ao ALCR, o professor de Letras Clássicas da UFPB e membro da APL, Milton Marques Júnior, disse que “a chegada de Nunes à Academia representa uma ótima aquisição aos seus quadros''.

Ana Paula Cavalcanti, Rui Leitão, Jean Patrício, Ramalho e José Nunes
Nunes é jornalista, cronista e poeta, além de biógrafo. Conhece e participa há tempo do universo acadêmico, envolvido diretamente com a cultura. Tenho certeza de que ele virá para acrescentar e trabalhar, no sentido de, cada vez mais, ajudar a tirar a APL das limitações de suas quatro paredes”.
Aline Cardoso
Lua Negra
A poeta, escritora e editora paraibana Aline Cardoso protagonizou o “Sarau Lua Negra”, que aconteceu em Sousa (PB), no dia 25 de novembro, no Centro Cultural Banco do Nordeste.

Houve oficinas com participação de “alunos escritores”, canto, rapina, leitura, declamação de poemas publicados pela editora Triluna (e outros em forma de “Lambe”) de autoria de Kelly Cordeiro, Sipy Kariri, Hermana Oliveira, Flávia Araújo, Manu Black e Cyelle Carmem. A curadoria do evento ficou a cargo do produtor de cultura, Rafael Formiga.

Aline Cardoso com o produtor cultural Rafael Formiga, em Sousa-PB
O sarau faz parte do projeto literário independente “ Lua Negra”, criado e desenvolvido pela Editora Triluna, fundada por Aline Cardoso. Entre os temas do projeto se insere a valorização da identidade cultural quilombola, como “marco teórico-ideológico que se volta à luz da voz de Beatriz Nascimento, para quem quilombo é, sobretudo, local de resistência e tem um potente desdobramento quanto à afirmação da nossa diversidade” — descreveu Aline.

No próximo dia 29 de novembro, ela estará em mais uma oficina: “Aquilombamentos poéticos à luz da Lua Negra: a literatura paraibana contemporânea e a produção editorial independente”. O evento ocorrerá das 14h às 18h, no auditório 4, mezanino 2, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba, em João Pessoa, promovido pelo Governo do Estado.

⧐ Acontecerá
Concertos no Teatro Municipal
Seis grandes óperas estão incluídas na nova temporada de concertos do Teatro Municipal de São Paulo: “O Guarani”, de Carlos Gomes; “Così fan tutte”, de Mozart; “ La fanciulla del West”, de Puccini; “Ainadamar”, de Golijov, e as monumentais “Tristão e Isolda” e “O navio fantasma”, de Wagner.

Teatro Municipal de São Paulo
A temporada se estenderá de 24 de março a 29 de novembro de 2023, e inclui concertos, sinfonias e outras obras sinfônicas, balés, música de câmara, grandes obras corais como o Réquiem de Verdi, além de séries da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, do Coral Paulistano, do Balé da Cidade e do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

Andrea Caruso Saturnino
De acordo com Andrea Caruso Saturnino, diretora-geral do Teatro Municipal, o “principal objetivo desta série é oxigenar a programação, trazendo questões relacionadas à atualidade paulistana, brasileira e latino-americana para nossos trabalhos, proporcionando uma arte potente e propositiva, refletindo sobre nossos desafios enquanto sociedade”. A encenação de Tristão e Isolda marcará a estreia de uma brasileira na produção desta obra.

Todas as óperas serão dirigidas pelo maestro Roberto Minczuk, regente titular da casa, que também dirige a “The New Mexico Philharmonic”, dos Estados Unidos. A programação e as informações de bilheteria podem ser encontradas no site do Teatro Municipal de São Paulo.

Roberto Minczuk
Madalena Zaccara
Feminino X Masculino
A professora, arquiteta e crítica de artes Madalena Zaccara lançará no próximo dia 1º de dezembro seu mais novo trabalho. Trata-se do livro “IAC - gênero & memória?”, no qual organizou uma série de abordagens sobre obras contemporâneas de artistas que integram o acervo do Centro Cultural Benfica, em Recife (PE).

O conteúdo pesquisado por Madalena Zaccara compara o número de obras de autores masculinos e femininos expostas no Instituto de Arte Contemporânea, vinculado à Universidade Federal de Pernambuco, como resgate dos caminhos e da memória cultural da mulher artista pernambucana. O assunto esteve sempre presente em outros trabalhos anteriores da autora, com considerações histórico-culturais sobre as origens da criação artística visual, desde o berço rural à produção contemporânea.


Em seu trabalho, há permanente busca da identidade e legitimação do que é produzido pelas mulheres, entre memórias marginais, esquecimentos, contradições, transversalidades, lutas feministas e resistência como política. Ao ALCR, Madalena disse que a pesquisa ora transformada em livro pelo grupo Arte Cultura e Memória da UFPE “é mais uma ação no sentido de resgatar a presença feminina na História da Arte. O Instituto de Arte Contemporânea e o acervo do Benfica foram o canteiro de obras onde se construiu a investigação que ora é apresentada sob a forma de livro”.

O lançamento de “IAC - gênero & memória” acontecerá virtualmente no canal do Youtube, a partir das 19h, com a participação da autora, dos pesquisadores Felipe Neves S. César e Itamar Morgado, do editor e poeta Linaldo Guedes (Arribaçã Editora) e de Talles Colatino, jornalista especializado em crítica cultural do IAC, com mediação de Rosalvo Oliveira Filho.

Itamar Morgado
Linaldo Guedes
Talles Colatino

A obra está disponível na Amazon.
Sérgio de Castro Pinto
O Leitor de Si Mesmo
O professor e poeta paraibano Sérgio de Castro Pinto lançará seu próximo livro no dia 16 de dezembro, às 18h, na Livraria do Luiz, no Mag Shopping, em João Pessoa. A nova obra intitula-se “O leitor de si mesmo”, e reúne textos publicados no Jornal A União, em sua maioria com críticas literárias sobre autores paraibanos e brasileiros.

Editado pela Arribaçã, o livro tem capa assinada por Leonardo Guedes e projeto gráfico de Luís Carlos Kehrle. Nesta obra o poeta continua a tecer considerações sobre publicações de outros autores, a exemplo do livro anterior “O leitor que eu sou”.

Em mais de 50 anos de carreira literária, Sérgio recebeu diversos prêmios por sua obra, que é modelo didático em escolas e universidades do país. “O leitor de si mesmo” foi dedicado pelo autor a seus pais, à sua esposa Alda Lúcia, aos filhos, netos e genros, à professora Ângela Bezerra de Castro, ao arquiteto e cronista Germano Romero, ao editor de A União, Audaci Júnior, e à memória dos amigos e companheiros Luciano Moraes, João Manoel de Carvalho, Walter Galvão, Marcos dos Anjos, Marcus Tavares e Anco Márcio.

O livro pode ser adquirido no site da Arribaçã e, em formato e-book, na Amazon.
⧉ Imperdível
Poesia flamejante, de punho firme em defesa da liberdade e da justiça, da autoria Edy Justino, no texto “A África de hoje não se cala”: "Não adianta me atear fogo / as labaredas que há em nós / são salamandras a bailar. / O que, de verdade, adianta; seu branco / e ex feitor, é o senhor se lembrar, / de que vossa conta é alta, / e estou aqui para cobrar!"
Que o aeroporto da capital paraibana chama-se "Castro Pinto", a maioria sabe. Mas quem realmente foi o professor João Pereira de Castro Pinto, deputado federal, senador, magistrado e governador da Paraíba, poucos imaginam... Muito menos que ele foi o idealizador de uma Universidade Popular na Paraíba, "que visava à formação cultural e política dos trabalhadores", como detalha historicamente o escritor Flávio Ramalho de Brito no ensaio “O retorno de um professor à sala de aula”.
No texto “E nós, aonde vamos?”, com sua experiência em psicoterapia, o escritor e psicólogo Nelson Barros conclui: "Em 34 anos de exercício profissional, portanto, atravessando muitos momentos políticos do país, nunca assisti a algo que mexesse tanto com a saúde emocional das pessoas [...] A vida deixou de ser um valor universal [...] se não concordou comigo, eu meto bala".
Caix@ Postal
"Quando criança brincava muito lá! A praça estava bem cuidada, e até grama tinha ! Hoje abandonada, igual aos casarões de frente. É muito triste ver esse local de glamour se transformar nesses escombros! Junto com cada tijolo vai-se a história de glória de Jampa."
Marcos Castro ▪ 27.11.2022
Comentário sobre o texto “Por favor, salvem a balaustrada das Trincheiras”, de Modesto Siebra Coelho.


"Belas lembranças , bem me lembro de minha mãe buscando um galho que mais se assemelhasse a uma árvore de Natal, para depois revesti-lo com algodão... não podendo esquecer o presépio, também montado com muito amor... Belos tempos, belos dias…"
Ricardo Navarro de Oliveira ▪ 24.11.2022
Comentário sobre o texto “O piso cheirando a cera”, de Verônica Farias.


"Maravilha, a nova revista ALCR, do Germano Romero, com LAU SIQUEIRA lançando seleção de poemas de todo o Brasil - a poesia paraibana em peso incluída; o HÉLIO COSTA homenageadíssimo no “I Encontro de Notáveis do Nordeste”, promovido pela Câmara Brasileira de Cultura e Academia de Ciências e Artes; e por seus documentários, com a editora Penalux anunciando pré-venda de PSICOGRAFIAS, de HERMANO JOSÉ."
WJ Solha ▪ 22.11.2022
Comentário sobre a edição nº 64 da Revista ALCR.


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