Árvore morta Desnudo galho dependurado Pedaço sem vínculo, morto projétil seco, inutilizado que já foi vida, compôs um todo...

Dizeres do silêncio

poesia paraibana clovis roberto
Árvore morta
Desnudo galho dependurado Pedaço sem vínculo, morto projétil seco, inutilizado que já foi vida, compôs um todo Se foi feito verso de poema igual a tijolo de casa o presente é corpo insepulto flutuante decomposição A árvore, agora ser decrépito sem vida, não tem sustento forma até de belo quadro mérito do que foi no passado Restou sombra projetada pela luz de outra aurora partiu a folha, o fruto restou a cinza, o assombro
Noturno
Rastro no resto da luz clareia o corpo na sela cavalga entre garras dos galhos ressecados Noturno ser errante no galope do terrestre giro em artifícios da insana mente bons dizeres dos silêncios E pelo céu avante das nuvens despojado grita para a noite sou ave da pedra em fogo
Natureza morta
Revela a morte em beleza desgalha poética na secura como nó no destino da sombra filtro sanguíneo da aurora E arregaça todas as palavras e destila os ódios em cascatas se hoje de esgueira olha dia virá de silêncio, de risadas Seca, tem só fruto de memória sem vida, resta a carcaça de vigia monumento à natureza morta ainda, assim, reflexiva pintura
Tronco
Recorte urbano em silêncio incômodo serra, queda, espanto a sombra, juz o mundo desfigura o entorno criamos apenas muros e, depois, dói o murro ao alcance elétrico lâmina veneno sai o tronco, inexiste o fruto

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