Insubmissão Ancestral Não adianta me calar a boca pois a alma é água, brisa e vento. Não adianta me arrancar os olhos...

A África de hoje não se cala

poesia paraibana edy justino
Insubmissão Ancestral
Não adianta me calar a boca pois a alma é água, brisa e vento. Não adianta me arrancar os olhos ver, enxergar, expiar e reparar é coisa de dentro. Não adianta me cortar as mãos para meu povo nação sigo sendo quase tudo, de fé e de sentimento. Não adianta me cerrar os pés minha chama viva corre em pensamento. Não adianta me decepar cabeça Outras iguais a minha seguirão Obstinadas a por nós lutar. Não adianta me atear fogo as labaredas que há em nós são salamandras a bailar. O que, de verdade, adianta; seu branco e ex feitor, é o senhor se lembrar, de que vossa conta é alta, e estou aqui para cobrar! Não adianta xingar, nem gritar, nem fingir. Sua hora já passou e a nossa é de Resistir. De falar, olhar, amar, (re)construir, coisa e tal. Hora de Libertar Ecos de Insubmissão Ancestral!
A Nova Uma
Eis-me aqui, plena de melanina. Porque assim me fez quem me criou, o/a criador(a). Alcunharam-me de negra. Propositadamente, criaram um apartheid sócio histórico e cultural, mas sigo irrompendo-o, porque a África de hoje não se cala, fala! Minha voz tem sons de outrora, melodias robustas que acalentam sonhos. Ecos que rasgam a tez do preconceito e abrem caminhos de Liberdade, Igualdade, Equidade e Justiça. Minha vida tem caneta própria de reeditar destinos. Minha história fundamenta-se na “pedra angular” da Ancestralidade. Por isso, no mundo novo que fundo; com palavras, amor e arte, Sou Rainha de mim em toda parte. Sem esperar na janela, Sou a Rainha da Nova Era. E na pátria da existência; que canta, escreve, luta e encanta, e nos palácios onde os meus deixaram egrégoras, Sou a Rainha da Esperança, essa Nova Primavera.
Transmutação Evocativa
À Lugones. Quando uma Mu-lher se cala,... Por "providência" ou fatalidade da existência, é um novo cha-ma-men-to. O universo faz uma nova Con-vo-ca-ção... O grande círculo é (re)feito em volta de uma nova fogueira que, oportunamente, se (re)acende(rá) em algum lugar do u-ni-ver-so. E após a dança, à grande Deusa-Mãe, em um grito u-nís-so-no, reconstitui-se novas vozes a partir daquela que se fez Partícula Universal e multiplicou-se… Isso acontece porque, Voz de Mulher, é Con-vo-ca-ção Ancestral,... É Trans-mu-ta-ção Evocativa: E a carne se fez V-o-z "e habitou entre nós",... E a voz fez-se His-tó-ria e viverá em Nós!
(Des)cabida
Nascida sob o signo do des(cabimento) ratifico que não caibo: nas caixas, malas, nas regras, normas, nos ditames sociais e atemporais da hipocrisia reportadas, nessas, tantas vias: da família da cidade da sociedade da menos valia que, descaradamente, forjam as alegrias das gentes que é maioria da/na nação! Nos amores per(feitos) (des)feitos na maresia do machismo, do racismo, da LGBTQIAPN+ Fobia vigilante senhorial da heteronormatividade que em meu peito, não tem jeito: dói, arde e também não cabe! Descabida como humana, plena, e de querelas, caibo é na vida bela: na imaginação, mas, na fantasia, ilusionada, não quero caber não! Caibo é: na autoria, na alegria na poesia na emoção! Mas, só na vida sem vida é que faço questão e não caibo não, prestimoso, coração! Sou mesmo assim, (des)-ca-bi-da, com ou sem razão, queira você ou NÃO!

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE

leia também