Nossa responsabilidade social e familiar se mostra exigente sempre que respiramos, porque muitos aguardam a presença amorosa e atenciosa, junto a seus lamentos e fraquezas mundanas. Esse pensamento, tão próprio de um significado profundo de amor a vida, é também voltado àquele que amamos, que está bem ao nosso lado e se enche de força e afeto quando o abraço afaga sua alma carente.
Epaminondas defende Pelópidas na Batalha de Leuctra ▪ Fonte: Wikipedia
No conto "Sorôco, sua Mãe, sua Filha", Guimarães Rosa abordou a questão existencial e social da compaixão e do papel central de cuidador de seus dependentes doentes mentais. Como não possuímos a eternidade em vida, o exercício do amor e da empatia é o que melhor deixaremos como brilho de nossa existência. Conforme o curso da doença, os pacientes não voltarão ao seio familiar, nunca mais. Nesse triste caminho, resta a lembrança do que pode ser realizado até o abandono do abraço.
Antígona e Édipo ▪ Ilustração de M. Weber
A fuga das relações entre os indivíduos leva você a um mal estar em relação à vida. Sua ausência de objetivos e motivações o tornam irracional. Você passa a ser conturbado por diferentes forças que invadem sua face, e se vê imerso em uma triste guerra interna. Não se deixe levar pela falta de sentido nas trocas interpessoais, ou correrá o risco de sentir uma "Náusea" ao caminhar, como escreveu Jean Paul Sartre no romance que leva esse nome. Em forma de um diário do personagem Antoine Roquetin, ele relata uma vida com total falta de sentido. Muitas artes sempre seguem a um fim. A medicina tem como finalidade a saúde. O direito objetiva a justiça. O livro existe para ensinar. E você? Já encontrou a sua finalidade nesse universo de pequenos atos de empatia?