Paraíba, 9 de outubro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 62)

Paraíba, 9 de outubro de 2022

⧏ Aconteceu
Annie Ernaux
Nobel de Literatura 2022
A França conquistou seu 16º Prêmio Nobel de Literatura, ao longo de mais de um século, e, pela primeira vez, o cobiçado título foi dado a uma mulher: Annie Ernaux, 82 anos, autora de notáveis romances autobiográficos como “O acontecimento”, “A vergonha” e “Os anos”, traduzidos para português pela editora Fósforo.

Desde o poeta Sully Prudhomme, — primeiro francês a receber (1901) —, seguido de Frédéric Mistral (1904), Romain Rolland (1915), Anatole France (1921), Henri Bergson (1927), Roger Martin du Gard (1937), André Gide (1947), François Mauriac (1952), Albert Camus (1957), Saint-John Perse (1960), Jean-Paul Sartre (1964), Claude Simon (1985) Gao Xingjian (2000), Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008) e Patrick Modiano (2014), nenhuma mulher havia sido laureada com a importante comenda.

Sully Prudhomme
Anatole France
André Gide
Claude Simon

A Comissão do Prêmio Nobel atribuiu a escolha de Annie Ernaux à “coragem e acuidade crítica com que ela desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos de sua memória pessoal, em títulos que podem ser considerados uma grande autobiografia romanceada [...] Não é exagero dizer que a escritora revolucionou o gênero da literatura biográfica”.

Annie Ernaux
Entre os dias 23 e 27 de novembro, Annie Ernaux estará no Brasil a convite dos organizadores da 20ª Feira Literária Internacional de Paraty. A França continua a ser o país em que mais escritores receberam o Prêmio Nobel de Literatura.
⧎ Acontece
Hicor
Matéria da Capa: Hicor
O artista plástico Hicor inaugurou em João Pessoa (PB) a exposição “Ouro Sobre Preto”, que ficará em cartaz até dia 31 de outubro. A visitação é aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na sede do SESC, localizada na Praia do Cabo Branco.

O artista tem 21 anos, chama-se naturalmente Felipe da Silva Batista e adotou o nome artístico Hicor. Nasceu no Bairro São José, na capital paraibana, onde mora atualmente. Desde os primeiros anos da infância, demonstrou talento para as artes plásticas, em composições com objetos artesanais e pedaços de carvão. Como autodidata, começou a produzir arte urbana e posteriormente desenvolveu habilidade com tintas a óleo e acrílica, na escola onde estudava, e lá realizou sua primeira exposição.

Imagens :.: Hicor
Aos 19 anos, sua obra foi inserida no “Acervo Paraíba” (Lei Aldir Blanc), e também em uma ação de empreendedorismo cultural do Bairro São José, promovida pelo “Projeto Celso Furtado”.

ArteHicor
Na atual exposição, Hicor procurou transmitir suas leituras cotidianas de observação do movimento diário pelas ruas do bairro, tematizando as atividades humanas locais em telas que ele conceitua como “ARTEvismo PRETO”.

Imagens :.: Hicor
Em texto publicado no portal literário “Crônicas Cariocas”, o editor e poeta paraibano Lau Siqueira disse que o trabalho de Hicor “nos ensina a olhar para as exclusões, para as segregações do preconceito que diferencia o preto do branco numa abordagem policial. Hicor é uma revolução que hoje se espalha pela cidade, mas sabe que seu lugar de ser e estar é um eterno caminhar pelo mundo”.
⧐ Acontecerá
Diálogos Transcendentes
O poeta e professor de Literatura e Língua Portuguesa da UFPB Fábio de Sousa Dantas lançará o livro “Augusto dos Anjos: da imanência estética aos diálogos transcendentes”, na Fundação Casa de José Américo, na capital paraibana.

O evento acontecerá no dia 14 de outubro, às 19h30, com a participação de professores e escritores em um debate sobre a obra de Augusto: Arturo Gouveia, Hildeberto Barbosa, Humberto Hermenegildo, Bernadina Freire e Jairo Cézar.

Neste livro, Fábio Dantas analisa a obra com foco na densidade de sua fortuna crítica, destacando o importante papel do professor de literatura na abordagem didática sobre o poeta paraibano, reconhecido como um dos mais originais do Brasil. Fábio Dantas disse que há em seu trabalho “o intuito de identificar os pressupostos estéticos que melhor elucidem o(s) sentido(s) da poesia de Augusto dos Anjos”.

No próximo dia 21 de outubro, às 19h30, o professor promoverá novo debate sobre o tema em uma live no YouTube.

O livro de Fábio Dantas foi coordenado pela escritora e mestre em Filosofia (USP), Lygia Caselato; e editado pela Cajuína, como 6º volume da série “Leituras”. Está disponível na Amazon.
Bráulio Tavares
O Pensamento de Ariano Suassuna
Na próxima terça-feira, dia 11 de outubro, o escritor paraibano, Bráulio Tavares, promoverá uma “live” em debate com o astrólogo carioca Pedro Ribeiro e membros da “Comunhão Popular”, movimento político e patriótico de inspiração cristã.

O evento terá como tema “A obra e o pensamento de Ariano Suassuna” - uma perspectiva sobre a identidade nacional do dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, professor, palestrante e eterno defensor da cultura do Nordeste do Brasil.

Ariano Suassuna ▪ 1927—2014
Bráulio Tavares nasceu em Campina Grande (PB) e mudou-se há vários anos para o Rio de Janeiro. É escritor, compositor, letrista, poeta, dramaturgo, autor de vários livros de poesias, ensaios, contos, romances e folhetos de cordel, com destaque para a literatura fantástica e ficção científica. Considerado especialista na obra de Ariano Suassuna, Bráulio escreveu o livro "ABC de Ariano Suassuna". O debate será transmitido por meio do Instagram da “Comunhão Popular”, a partir das 20h.
Línguas Indígenas
Entrará em cartaz no próximo dia 12 de outubro a exposição “Nhe’ẽ Porã” (Belas palavras). Com o subtítulo “Memória e transformação”, a mostra convida a imergir pelas origens e expressões das línguas indígenas, algumas ainda faladas atualmente. Valores materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades da cultura milenar destes povos, e suas trajetórias de luta e resistência, também fazem parte da exibição.

A curadoria é da artista, ativista, educadora e comunicadora Daiara Tukano, que descreveu o trabalho como “ponto de partida” para um caminho de descobertas e valorização da linguística indígena.

Daiara Tukano
Na preparação do evento estiveram presentes 50 profissionais indígenas, entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais, no evento que terá lugar no Museu da Língua Portuguesa, na Praça da Luz, Centro Histórico de São Paulo (SP). A data coincide com o lançamento da “Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032)”, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em vários países.

Memória e TransformaçãoDiv.
A exposição ficará aberta até 23 de abril de 2023, e os horários de entrada são: de terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h). Os ingressos podem ser adquiridos no site da Sympla. Aos sábados, a entrada é gratuita.
Marineuma de Oliveira
Recital com Marineuma de Oliveira
No dia 11 de outubro haverá o “XIX Recital de Poesia” promovido pelo Colégio Santa Doroteia, na capital paraibana.

A poeta Marineuma de Oliveira foi convidada para participar do evento, como homenageada, por indicação do escritor e poeta paraibano Políbio Alves. O seu livro de poemas “Entre parênteses” é atualmente utilizado pelo exemplar trabalho de educação literária desenvolvido pelo colégio, há 12 anos idealizado pelo professor Ronilson Santos — um projeto que visa desenvolver no aluno o gosto pela leitura e pela escrita.

O recital acontecerá no Teatro Paulo Pontes, do Espaço Cultural José Lins do Rego, com a presença de pais, alunos, professores e interessados, a partir das 18h.

Colégio Santa Doroteia
Ao ALCR, a poeta Marineuma de Oliveira, paraibana de Pocinhos, que também é professora da Universidade Federal da Paraíba, disse que se sentiu “honrada pelo convite ao saber que sua escolha atendeu aos requisitos do colégio em encontrar “uma escritora mulher, contemporânea e que tivesse ligação com a educação”.

A poeta Marineuma de Oliveira, com Ronilson Santos, professor do Colégio Santa Doroteia
O projeto “Recital de Poesia” já homenageou outros poetas e músicos ligados à poesia a exemplo de Sérgio de Castro Pinto, Jessier Quirino, Políbio Alves, Marco di Aurélio, Marinalva Freire, Valquíria Cavalcante, Valberto Cardoso e a dupla Antônio Barros e Cecéu, “sempre com olhar especial nos autores paraibanos para que os alunos conheçam e reconheçam os valores de nossa literatura” — disse ao ALCR o professor do Colégio Santa Doroteia, Ronilson Santos.
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A Busca do poder ▪ "Se a miséria sempre existiu não é motivo para desistir de lutar [...] Toda a miséria que ocorre, e ainda há de ocorrer, está associada à busca e manutenção do poder, sustentado pela malversação do dinheiro [...] A ladroagem se fará por pessoas bem trajadas nos ternos e nas sedas, metendo a mão no dinheiro, mas sempre tendo vergonha de falar desse dinheiro, ameaçando prender e matar quem a ele se referisse; dinheiro nunca visto, mas sempre mandado para o exterior. Uma analogia dos tempos atuais com a obra "Viva o povo brasileiro", de João Ubaldo Ribeiro, é construída pelo professor Milton Marques Júnior em seu texto: “A única coisa arrumada é a mentira”.
Corrida presidencial 2022 ▪ Se os institutos de pesquisa erraram ou não, "isso não é o dado principal" do que vimos domingo à noite. "O principal é que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não obteve votos suficientes para vencer a eleição em primeiro turno e, no domingo 30 de outubro, visivelmente enfraquecido, disputará o segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro" — No texto “Lula foi mais votado, mas perdeu. Bolsonaro foi menos, mas ganhou”, o jornalista Sílvio Osias faz análise e advertência sobre os resultados da eleição do último dia 2 de outubro.
Histórias que se repetem ▪ “Aquilo me fez ver que tais arquétipos iam além das religiões: que Branca-de-Neve — sofrendo a tentação da Bruxa com a maçã — é a mesma Eva tentada pela serpente. E que ela, ressuscitada por um beijo de um príncipe, é a mesma Bela Adormecida ressuscitada pelo beijo de outro príncipe" - De como a conversa com uma filha garota pode suscitar tantas histórias, a partir das leituras, da Arte, e da própria História. Como aconteceu com o escritor WJ Solha e sua Andréia.
Caix@ Postal
"Que história interessante! E depois de alguns anos, os republicanos campineiros, talvez arrependidos por não terem apoiado o Maestro em seus últimos dias (ele faleceu em Belém do Pará), transladaram seus restos mortais para a sua cidade natal, realizando um grande cortejo e depositando seus restos sob um monumento numa praça central daquela cidade."
Ângelo Emílio da Silva Pessoa ▪ 09.10.2022
Comentário sobre o texto “O compositor Carlos Gomes esteve na Paraíba”, de Flávio Ramalho de Brito.


"O Poeta captou com os olhos e o coração a magia de uma noite de homenagens emoldurada pela grandeza e pela simplicidade cativante da Homenageada!"
João Alfredo Guimarães Corrêa de Oliveira ▪ 07.10.2022
Comentário sobre o texto “O merecido tempo de Ângela”, de Juca Pontes.


"Gostei do seu texto, Luiz Augusto Paiva da Mata. É verdade que o tempo passa e faz muitos "estragos"... Mas o que guardamos, que nos trouxe alegria, que nos fez bem, permanece inalterável. É uma ilha que podemos visitar, se quisermos. Além disso, essa "Lei dos estragos" é para todos..."
Milfa Valério ▪ 04.10.2022
Comentário sobre o texto “A provocação de Mirabeau”, de Luiz Augusto Paiva da Mata.


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