Paraíba, 2 de outubro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 61)

Paraíba, 2 de outubro de 2022

⧏ Aconteceu
Solungga Liu
Valsa da Dor
Ainda repercute no meio musical paraibano a interpretação da pianista Solungga Liu (Taiwan), da “Valsa da dor”, do compositor brasileiro Villa-Lobos. A performance ocorreu no recente “Festival Internacional de Música de Câmara”, realizado em João Pessoa, em uma promoção do Departamento de Pós-Graduação em Música, da Universidade Federal da Paraíba.

A pianista Solungga Liu notabilizou-se em concertos realizados nos Estados Unidos, Canada, Áustria, Austrália, Romênia, Brasil, Grécia, China, Taiwan, Malásia, Tailândia, Hong Kong, Bangkok, Pequim, Singapura, pelo que recebeu honrosas manifestações da crítica especializada mundial, sobretudo por sua interpretação do aclamado “Concerto para piano e Orquestra, em Sol Maior”, de Ravel.

Solungga Liu
Ao ALCR, o violoncelista e professor da UFPB Felipe Avellar de Aquino, disse:

Felipe Avellar
“Foi realmente uma belíssima interpretação da ‘Valsa da Dor’, de Villa-Lobos, pelas mãos refinadas da pianista Solungga Liu, nossa convidada do Festival, que incluiu esta obra brasileira em seu repertório a partir do convite do Departamento de Música da UFPB. Sem dúvida, uma das versões mais expressivas que já ouvi desta peça”.

Nas redes sociais, a pianista divulgou:

“Desde a primeira vez que ouvi a “Valsa da Dor”, de Villa-Lobos, senti uma conexão imediata, como se pudesse ver minha vida refletida nela. Eu sabia, naquele momento, como eu mesmo faria este sentimento ganhar vida. No verão passado, fiz minha primeira apresentação da “Valsa da dor” para o público no Brasil. Aqui no youtube, minha interpretação mais recente. Espero que comova vocês como me comoveu. Agradeço a Erika Ribeiro e Felipe Avellar de Aquino pela inspiração e amizade.🇧🇷”
David Witten, Solungga Liu, Weiwei Le, Kate Hamilton e Paul Chou ▪ 5º Festival Internacional de Música de Câmara da UFPBDiv.
Além de concertista, Solungga Liu é atualmente professora e coordenadora da área de piano da Faculdade de Música e Artes da “Bowling Green State University”, em Ohio, Estados Unidos. Mais informações sobre a pianista podem ser acessadas em sua página na internet.
MATÉRIA DA CAPA
Em meio às comemorações de seu 80º aniversário, a professora, escritora e crítica literária, Ângela Bezerra de Castro, lançou a coletânea “Ao sabor do diálogo”. A festa de aniversário aconteceu no último dia 30 de setembro, na casa de eventos “Sonho Doce”, na capital paraibana, com a presença de familiares, amigos e autores do livro.

Ângela com os sobrinhos: Delano, Thaís, Aninha, Tiago, Gustavo e Diego
A apresentação foi feita pelo presidente da Academia de Letras da Paraíba, Ramalho Leite, que lhe entregou a "Comenda Oscar de Castro", outorgada pela APL, seguido dos agradecimentos da aniversariante. O livro é uma seleção de diversos textos escritos sobre o perfil e atuação da professora, na concepção de autores amigos, escritores e confrades, que testemunham o valor de sua trajetória.

com Liliane e Josinaldo Malaquias
Luzenira e Abelardo Jurema
José Carneiro C. Neto, Lúcia e João Alfredo C. Oliveira
William e Liana Costa
Davi Lucena e Germano Romero
Sérgio de Castro Pinto
Ângela, Germano Romero, Alcione Albertim e Milton Marques Júnior

Durante a festa, Ângela disse estar muito feliz com a significativa presença de tantos amigos que foram lhe abraçar, em um evento que primou pela confraternização em clima de muita harmonia.

com Eitel Santiago, Gonzaga Rodrigues, Aldo Lopes e Regina Baracuhy
José Mário e Ilma Espínola
Juca Pontes, José Nunes Gonzaga Rodrigues e Hélder Moura
Antônio David Diniz, Aldo Lopes, Ângela, Frutuoso Chaves e Sales Gaudêncio
O livro foi editado pela Forma, dirigida pelo poeta Juca Pontes, tem prefácio do professor Sales Gaudêncio e posfácio do escritor Gonzaga Rodrigues. Em breve, a professora Ângela anunciará a data do lançamento de “Ao sabor do diálogo” com sessão de autógrafos na Livraria do Luiz, em João Pessoa.
⧎ Acontece
Ian Raposo
Ian Raposo
Ao completar 30 anos de idade, o artista plástico carioca Ian Raposo, neto de paraibanos radicados no Rio de Janeiro, divulgou recente portifólio. São obras criadas, segundo ele próprio, "em uma mistura de ironia, mau humor e insatisfação”.

Sua proposta tem origem no desconforto observado perante os modos de vida urbana impostos pela cidade contemporânea. A expressão deste tipo de advertência em seu trabalho se identifica tanto na linguagem quanto no uso dos materiais como carvão e cimento, das telas aos muros.


Ian Raposo nasceu em 1992 e graduou-se em Comunicação Visual (Design) pela PUC-RJ. Participou de várias exposições no Parque Lage, Castelinho do Flamengo, Galeria Úmida, e nos espaços “Caixa Preta”, “Titocar Poético”, “Tipografia” e “Casa Bicho”. O pai de Ian, Eduardo Raposo, é sociólogo e também artista plástico. Ana Elvira Raposo, que dirige a Associação Memória Musical da Paraíba (MEMUS-PB), prima de Ian, disse ao ALCR:

“O trabalho dele vem sendo muito apreciado onde é apresentado. O uso da cor rosa é marcante, embora para alguns, possa causar um efeito de estranhamento. Particularmente, aprecio muito”.
Ian Raposo e Ana Elvira Raposo
O catálogo foi produzido pelo escritório de arte da curadora Martha Pagy, que intermedia o trabalho de Ian pelo email marthapagy.escritoriodearte@gmail.com e pelo telefone (21)9 81 41 32 34.
⧐ Acontecerá
Marcus Alves
Marcus e Van Gogh
O sociólogo e escritor paraibano Marcus Alves lançará seu mais recente trabalho literário: “O vírus e o anjo de Van Gogh”. Trata-se do quarto livro de poesia, uma seleção de 20 poemas, curtos e longos, escritos no período de quarentena, a partir de março de 2020, início da pandemia.

Neste livro também há poemas em formato de carta, narrativa apreciada pelo autor, em que são abordados temas como as experiências urbanas vividas por causa do confinamento imposto pela covid-19.

“As casas isoladas, o temor da morte, foram dilemas enfrentados pelas pessoas, mas tentei não fazer o livro com tom pessimista, e sim com esperança” - explicou Marcus Alves. A referência ao pintor Vincent Van Gogh, associa-se ao “isolamento e à solidão que o pintor holandês enfrentou, e, apesar das dificuldades emocionais, continuou criando, pois era um gênio. Em um dos poemas, um anjo calça as botas de Van Gogh e sai passeando pela cidade” — complementou o autor.

Vincent van Gogh, "Auto-retrato com chapéu cinza", 1887
O projeto editorial é do poeta Juca Pontes, da editora Forma. O lançamento acontecerá às 10h da manhã, do próximo dia 8 (sábado), na Livraria do Luiz, na Galeria Augusto dos Anjos, no centro histórico da capital paraibana
Frida Kahlo em Exposição Imersiva
Será aberta na próxima quarta-feira, dia 5 de outubro, em Salvador (BA), a exposição internacional “A arte de um ícone” sobre a obra da artista plástica mexicana Frida Kahlo. No formato “imersivo”, em que o espectador interage visualmente com as obras em espaço de grande escala, sob efeito de luz e música, a mostra ficará em cartaz até dezembro.

A sessão tem duração de 90 minutos, tempo em que o público percorre 10 diferentes ambientes, sequenciados biograficamente com imagens que retratam as obras e os fatos mais relevantes da trajetória da pintora, como fotografias históricas, filmes, instalações, e peças de colecionadores. No salão principal, maior espaço da mostra, o espectador experimenta uma viagem sensorial em mil metros quadrados com telas projetadas em todo o ambiente sobre o universo de Frida, iluminado com cores e movimento.

Div.
A artista é reconhecida como uma das mais influentes da história da arte, com vida marcada por dor e tragédia que a transformaram em símbolo de força e resiliência. Sua produção tem cerca de 143 quadros, sendo 55 autorretratos.

Div.
A exposição terá lugar no Salvador Shopping, em um espaço de dois mil metros quadrados, localizado na Av. Tancredo Neves, nº 3133. As visitas têm número limitado por sessão, acontecem de segunda a sábado, das 10h às 21h; e nos domingos, das 10h às 20h. Os ingressos podem ser adquiridos, já com a marcação de dia e horário, no site: www.fridakahlosalvador.com.br. Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no Instagram: @fridaimersiva.
Darcy Ribeiro
Centenário de Darcy Ribeiro
No próximo dia 26 de outubro se comemorará o centenário de nascimento de Darcy Ribeiro, sociólogo, escritor, antropólogo, historiador e político brasileiro, autor de vasta produção literária, que inclui dezenas de obras publicadas. São ensaios e romances de cunho etnológico, antropológico, acadêmico e educacional.

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. Na política e na educação, notabilizou-se como pedagogo visionário e revolucionário com foco na assistência às crianças, instituindo atividades recreativas e culturais fora do currículo oficial. Foi ministro da Educação do Governo do presidente João Goulart e durante a ditadura militar brasileira teve seus direitos políticos cassados, sendo exilado por alguns anos no Uruguai. Como vice-governador na gestão de Leonel Brizola, concretizou antigos sonhos ao idealizar os Centros Integrados de Ensino Público (CIEP).


Diversas instituições culturais do país prestarão homenagens ao centenário de Darcy Ribeiro, em reconhecimento à importância da obra literária e da ação político-educacional do sociólogo. Trechos de um de seus memoráveis textos - “Fala aos moços” - direcionado aos jovens brasileiros, em que convoca as novas gerações ao engajamento político frente aos problemas e desafios do Brasil, foi declamado por Eduardo Suplicy, seu colega de senado, e está disponível no Youtube, por meio deste 👉🏽 link. “Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isto não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas.” (Darcy Ribeiro)
⧉ Imperdível
Admirável uma turma de colégio se reunir para confraternização depois de mais de 50 anos de conclusão do 2º grau. Assim foi com Luiz Augusto Paiva da Mata, que não pôde comparecer com o corpo, mas mandou o coração, que de lá voltou contando o que viu e sentiu, no texto “A turma de 69”.
No ensaio “Do Sanhauá a Tambaú”, o historiador Modesto Siebra Coelho conta a saga urbana da capital paraibana e conclui: “Nos últimos 50 anos, o processo de crescimento e desenvolvimento da cidade vivenciou períodos intensos de produção do espaço urbano, adensados, atualmente, em mais de 60 bairros [...] A conurbação preencheu, por inteiro, o vazio entre o Varadouro e a orla marítima [...] com algumas constatações: o Varadouro continua bairro em agonia…”
Em clima de campanha política e de eleições, o poeta Antônio Morais de Carvalho revive lembranças d'outrora no texto “Eu e o presidente”: "Candidatos em campanha são sempre solícitos, e o “presidente” dilatou a surpresa do dono da casa ao levantar-se e vir em minha direção, perguntando a que devia a honra daquela visita [...] Só aos 13 anos, quando já era Jânio o presidente derrotado, eu aprenderia com Maurice Leblanc, através de seu personagem Arsène Lupin, que “A mão de um imperador não tem mais do que cinco dedos.”
Caix@ Postal
"Textos irretocáveis. Meus parabéns e meus aplausos à equipe do grande Germano Romero, idealizador e protagonista dessa sala de leituras, onde suas ricas prateleiras disponibilizam perfumes de um ecletismo em arte e cultura de cunho imensurável."
Fernando Lianza Dias ▪ 26.09.2022
Comentário sobre a edição nº 60 da Revista ALCR, de ___.


"Nas ofensas de agora falta incluir, além de ‘ladrão e cachaceiro’, genocida, homofóbico, racista, nazista, fascista, misógino e tudo de ruim que se pode imaginar, sem importar o que é verdadeiro ou narrativa. Que a honestidade prevaleça."
José Augusto Maropo ▪ 01.10.2022
Comentário sobre o texto “Amanhã”, de Marcos Pires.


"O autor nos traz mais uma aula da história que não aprendemos no colégio. Texto muito rico, repleto de informações históricas, como os do historiador Eduardo Bueno. Cada vez mais fica evidente a forma cruel como os portugueses tratavam os colonizados. Parabéns, Flávio Brito! Está escrevendo o seu nome entre os grandes historiadores."
José Mário Espínola ▪ 25.09.2022
Comentário sobre o texto “Como iniciou, na Paraíba, a aliança dos holandeses com os Potiguara”, de Flávio Ramalho de Brito.


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