Paraíba, 18 de setembro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 59)

Paraíba, 18 de setembro de 2022

⧏ Aconteceu
Sérgio de Castro Pinto
Rota das Letras
O poeta Sérgio de Castro Pinto recebeu homenagem especial na 11ª edição do projeto Rota das Letras, promovido pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), na Academia Paraibana de Letras.

O evento aconteceu nos dias 15 e 16 de setembro, celebrou os 80 anos da APL, com Feira de livros, de artesanato, lançamentos, oficinas, performances literárias e musicais, debates, mesas-redondas, homenagens, exposição, e a posse da nova diretoria da instituição acadêmica. Contou com apoio cultural da Confraria Sol das Letras, A União Editora/EPC, Livraria do Luiz, IHGP, editora Ideia e Café São Braz. A homenagem ao poeta Sérgio de Castro Pinto aconteceu no dia 16.

Hélder Moura, Sérgio de Castro Pinto, Antônio Fonseca Júnior, Marcus Alves, Juca Pontes e Chico Pereira
Autor de mais de uma dezena de livros, sobretudo de poesia, o premiado poeta Sérgio de Castro Pinto é professor de Letras da (UFPB), doutor em Literatura Brasileira e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Seu próximo livro, “Brando fogo das palavras", está sendo concluído para ser lançado no primeiro semestre do próximo ano.

Sérgio de Castro Pinto, com o neto Gabriel, durante a homenagem recebida no projeto Rota das Letras
MATÉRIA DA CAPA
Políbio Alves
O poeta paraibano Políbio Alves recebeu o título Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Paraíba, no último dia 15 de setembro. A solenidade aconteceu no Auditório Professor Milton Paiva, na Reitoria da UFPB, Campus I, presidida pela vice-reitora, professora Liana Filgueira, com a presença de pró-reitores, diretores de centros e representantes da APL.

A concessão do título que é a mais alta honraria da instituição acadêmica foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário, em proposta da professora e ex-vice-reitora Bernardina Freire.

Políbio Alves e Bernardina Freire
Políbio Alves disse que “gratidão é muito pouco para expressar minha alegria e responsabilidade por esse glorioso título. Estou muito feliz em ser homenageado em vida e recebo com humildade e apreço a singular homenagem ao meu trabalho de operário da palavra”.

Políbio Alves e Liana Filgueira, na condecoração do poeta concedida pela UFPB
Políbio Alves tem 81 anos de idade, é natural de João Pessoa e sua obra foi reconhecida em junho passado como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Paraíba,
por meio de lei municipal e estadual.
Venceu o Concurso Augusto dos Anjos, ganhou por duas vezes o Troféu Correio das Artes, do Jornal A União e recebeu o Prêmio Henry Miller de Ficção. É autor dos livros “O que resta dos mortos” (1983), “Varadouro” (1989), “Exercício Lúdico - Invenções & Armadilha” (2003), “Os objetos indomáveis (2013)”, “La Habana Vieja: olhos de ver” (2016), “Al leste de los Hombres”, (2016), “Acendedor de Relâmpago” (2019), e pretende lançar, até o final deste ano, a obra “Outono – Memórias da Escritura”, um misto de ficção e memórias em que aborda a ação da escrita.

O evento também contou com uma participação do grupo musical “Quarteto de Cordas”, e da cantora Izadora França.

Quarteto de Cordas
Jake Scharbach
Arte Contemporânea
Dentro da programação “Spring Break Art Show 2022” inseriu-se uma inusitada mostra do artista estadunidense Jake Scharbach (Washington). O evento ocorreu entre 9 e 12 de setembro, na Avenida Madison, em Manhattan, com criações pictóricas que misturam personalidades históricas em composições com resíduos de lixo.

Com curadoria de Jillian Mackintosh, a exposição foi montada em paredes de brocado vermelho-vinho com imagens artísticas famosas. “Heróis e heroínas semelhantes a Deus receberam uma pilha de lixo americano contemporâneo em torno de suas cabeças”, descreve Scharbach. “Todo o meu trabalho está centrado em uma crítica da civilização ocidental, da ética e valores que herdamos dela, como acumulação, competição, dominação, entesouramento e exploração”.


O papa Paulo VI, Mary Tudor, Francisco Pizarro, Marie Antoinette, estão entre os personagens ilustrados em composição que “não é aleatória, e sim propositalmente criada”, ressalta o artista. “Os retratos jogam com a tradição francesa trompe l'oeil, de forma irreverente e muito contemporânea, transformando o materialismo da riqueza no lixo da civilização.”

Mais informações sobre o trabalho podem ser acessadas no site do artista e no instagram.
⧐ Acontecerá
Edvard Munch
O Grito em Paris
No próximo dia 20 de setembro será aberta a exposição “Um Poema de Vida, Amor e Morte”, com acervo que abrange os 60 anos de carreira do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944).

Promovida pelo Museu d'Orsay (Paris) em parceria com o Museu Munch (Oslo), a mostra inclui pinturas, desenhos, esboços, gravuras e gravações em blocos.

Museu d'OrsayWikimedia

Uma das obras mais conhecidas do artista plástico é a tela “O Grito”, com 4 versões pintadas pelo autor, que retrata um momento de angústia e melancolia ao contemplar o crepúsculo avermelhado sobre a cidade e o fiorde azul escuro, com “nuvens de sangue e línguas de fogo que pareciam escutar o grito imenso, infinito, da natureza”, como descreveu Munch.

O Grito ▪ Esq: quadro completo (retangular) ▪ Dir: detalhes da pintura
Considerada por críticos de arte como um evento de grande envergadura e dimensão retrospectiva, a exposição se estenderá até o dia 22 de janeiro de 2023.

O Museu d’Orsay se localiza às margens do Sena, na Rua de la Légion d'Honneur, nº 1, em Paris. As informações e ingressos para acesso à exposição estão disponíveis neste link.

“A doença, a insanidade e a morte sempre foram anjos sombrios que cuidaram do meu berço” ⏤ Edvard Munch ⏤
Pintura: Entardecer. Melancolia ▪ 1891
Aroaldo Maia
Encontro Literário
A União Brasileira de Escritores (Seção Paraíba) promoverá no próximo dia 20 de setembro mais um “Encontro Literário - Os autores por eles mesmos”. Nesta edição, quatro escritores farão retrospectivas sobre suas próprias obras:

Aroaldo Maia ▪ jornalista, escritor e professor, autor de “Grafites” (crônicas) e “A Rosa no Batente” (memórias).

Maria dos Anjos Oliveira ▪ escritora e poeta, autora de “Terceira idade - realidade em poesia” e “O papel da música e da dança na terceira idade” (autoajuda).

Norma Alves Ferreira ▪ autora de “A História que dormiu” e A “Festa das Traças” (literatura infantil).

Amira Rose Medeiros ▪ médica cardiologista, professora, escritora e musicista, autora de “Um pouco de mim” (poemas) e “Memórias de um Menino da Vila (romance).

O encontro é aberto ao público e acontecerá às 19h, na sede da UBE-PB, na Av. Rio Grande do Sul, 1411, Bairro dos Estados, J. Pessoa.
Antônio Vicente Pietroforte
Festival de Poesia na USP
De 20 a 23 de setembro ocorrerá o I Festival de Poesia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH).

Durante os 4 dias de duração, Antônio Vicente Pietroforte, professor titular de Semiótica da USP, autor de 11 livros de ensaios semióticos, 8 livros de poesia, 3 romances e 2 volumes de contos, ministrará o curso “A semiótica da Criação”, que abrirá o evento.

O Festival é composto de partes presenciais, com poetas paulistanos, e partes on-line, com poetas de outras regiões. Não há necessidade de fazer inscrição. A sala on-line é acessível neste link.

No dia 21, haverá participação da poeta paraibana Aline Cardoso, no formato on-line, das 14h30 às 16h30. No mesmo dia, das 17h às 19h, será a vez da poeta Anna Apolinário, também paraibana.

Aline Cardoso
Anna Apolinário

A programação completa e horários estão disponíveis neste link.
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No texto “A síndrome narcísica das Academias” a escritora e crítica literária Ângela Bezerra de Castro escreveu: "Se, no passado, a mística acadêmica logrou equiparar-se ao prestígio aristocrático, hoje, essa mística isola e desfigura as vetustas casas da imortalidade" [...] que nutrem uma atitude ensimesmada, síndrome narcísica das academias. Sinalizada em discursos apologéticos de grandezas e genialidades que se desencantam, antes do fim da festa"...
“A Rua da República, no centro histórico de João Pessoa, foi palco de uma das manifestações de maior significação patriótica [...] o levante popular apoiando a entrada do Brasil na luta contra o nazismo" [...] "Logo, vi prás bandas da Rua Maciel Pinheiro, a fumaça escura dos incêndios da Metalúrgica dos Heim – alemães perigosos e, ao longe, da Chapelaria do chinês Chiang” - É o cenário vivido pelo cronista Arael Costa, ainda criança, nos idos da década de 40, descrito no texto: “A guerra bate à porta”.
O professor Chico Viana, atleta das corridas urbanas, adverte no seu texto “Andarilho urbano”: “Caminhar é preciso. Correr, não mais. Desgasta os joelhos. Ademais, caminhar estimula a pensar. E a gente termina exercitando também a mente… "Flanar é andar a esmo. É poetar com os pés. É ser um peregrino sem promessas, a não ser a de voltar ao ponto de partida".
Caix@ Postal
"Nelson, guardando sua boemia por algumas horas, nos brindava com "Vestida de azul branco”..., que tanto embelezava as calçadas da Duque de Caxias - Colégio das Neves, Lins de Vasconcelos - e tantos outros. Lembremos: "Datilografa eu queria ser borracha p’ra apagar seus erros apagar, e mais: venha escrever, eu te peço SEM ERRO E SEM RETROCESSO (destaque nosso) a história ... E o Ponto de Cem réis, ponto de encontro de nós, Estudantes Universitários que descíamos para a Lagoa para comer NO CÉU, o que muitos não quereriam aqui na terra. E os cinemas Plaza, Rex, Municipal foram tragados pelas tantas coisas que traduziremos apenas como PF E QUENTINHAS. Me desculpe a intromissão, pois sou apenas um Engenheiro velho, aposentado que gosta de amenidades neste mundo atual de grandeza por ficção. Abração, amigo Gonzaga."
José Soares de Andrade ▪ 16.09.2022
Comentário sobre o texto “Quem saiu ganhando?”, de Gonzaga Rodrigues.


"Caro Raul Tartarotti , suas palavras são muito apropriadas para o momento online em que vivemos. A manipulação das emoções infligidas sobre nós pelas redes sociais me faz acreditar que o feitiço virou contra o próprio feiticeiro. Somos vítimas de nosso próprio veneno. Muito triste. Entretanto talvez como um consolo seria a possibilidade otimista de uma seleção natural para uma nova geração de sobreviventes com um alto nível de imunidade após a exposição as grandes sobrecargas virais. 🤦🏻‍♀️ Sua crônica excelente, como sempre nos trazendo pontos para importante reflexão. Gratidão. Abraço."
Teresa Gambarra ▪ 13.09.2022
Comentário sobre o texto “Vanitatum Omnia Vanitas”, de Raul Tartarotti.


"Como sempre, a revista ALCR está excelente esta semana. Repleta de notícias e reportagens. Uma leitura indispensável e muito agradável! Aproveito a oportunidade para parabenizar a acadêmica Ângela Bezerra de Castro, de quem sou grande admirador!"
Carlos Augusto Romero Filho ▪ 13.09.2022
Comentário sobre a edição nº 58 da Pauta Cultural, do Ambiente de Leitura Carlos Romero.


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  1. JOSE MARIO ESPINOLA18/9/22 23:05

    Passo a semana esperando mais um número da Revista ALCR, que sempre chega repleta de noticias culturais relevantes.
    Aproveito para parabenizar o Ambiente de Leitura Carlos Romero pela coragem e isenção com que trata os artigos aqui publicados

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