DE OUTRA SOLITUDE
A lua vaga. Um cão ladra. Meu sono tarda.
A lua vaga. Um cão ladra. Meu sono tarda.
DE OUTRAS LIBERDADES
Alguém abandonou um papagaio que vivia, há anos, aprisionado. Liberto, leve e solto, ele pôs-se a gritar o nome do dono, no telhado do vizinho. De tanto estar preso, não sabe ser livre e quer voltar para quem o largou sozinho.
Alguém abandonou um papagaio que vivia, há anos, aprisionado. Liberto, leve e solto, ele pôs-se a gritar o nome do dono, no telhado do vizinho. De tanto estar preso, não sabe ser livre e quer voltar para quem o largou sozinho.
DA VELHICE
Pele seca, sem viço, marcada. Olhos cansados, fundos, opacos. Mãos trêmulas, translúcidas, desencarnadas. Andar trôpego, inseguro, desalinhado. Passado distante, futuro incerto, presente amargo.
Pele seca, sem viço, marcada. Olhos cansados, fundos, opacos. Mãos trêmulas, translúcidas, desencarnadas. Andar trôpego, inseguro, desalinhado. Passado distante, futuro incerto, presente amargo.
MISTÉRIOS
O milagre da vida se fez em meu ser. Das entranhas feridas, uma luz vi nascer. Sinto o tempo que passa, não o posso deter. O mistério da morte, quem o consegue entender?
O milagre da vida se fez em meu ser. Das entranhas feridas, uma luz vi nascer. Sinto o tempo que passa, não o posso deter. O mistério da morte, quem o consegue entender?
NEGAÇÃO
Que Deus não seja quimera. Que a vida não seja um poço sem fundo. Que a morte não seja a última saída. Que não sejamos apenas uns a mais.
Que Deus não seja quimera. Que a vida não seja um poço sem fundo. Que a morte não seja a última saída. Que não sejamos apenas uns a mais.
