Após muita reflexão, acho que a Monarquia Parlamentarista é o sistema político ideal. Nela, temos um rei que é mera referência nacional, quando muito usando sua autoridade para mediar crises (Poder Moderador), mas o Poder Executivo é exercido por um Conselho de Ministros (o Gabinete, nomeado e presidido por um primeiro-ministro, escolhido pela maioria do Parlamento), que só presta contas de sua gestão ao Parlamento eleito pelo povo.
Se o primeiro-ministro ou o Gabinete vai mal das pernas, até a oposição pode apresentar uma moção de censura (ou moção de desconfiança) com o propósito de derrotar ou constranger o governo. A moção é aprovada ou rejeitada por meio de votação (voto de censura ou voto de desconfiança). O desfecho mais comum é a convocação de novas eleições gerais, incluindo o Parlamento inteiro. Quer prática mais funcional e democrática?
Contudo, admito que, no caso do Brasil, a Monarquia Parlamentarista seria inviável. Aqui, qualquer herdeiro da Coroa não conseguiria o que é fundamental em um rei: ser uma referência nacional.
No plebiscito, ocorrido há algum tempo, os republicanos foram cruéis, especialmente Lula e Brizola, na propaganda no rádio e na televisão. Habilmente confundiram os eleitores, apresentando a Monarquia Parlamentarista como sendo a Monarquia Absoluta, coisa de um passado muito remoto, totalmente morto e sepultado. Inclusive, no melhor estilo populista, transformaram a ideia da Monarquia Parlamentarista em uma galhofa. E o povo, como sempre, embarcou.
Assim, vamos à procura de um “salvador da pátria” a cada quatro anos. E la nave và.
Não veja minhas mal traçadas linhas como proselitismo político. Apenas exponho a alguns amigos bastante esclarecidos, em ambiente um tanto quanto reservado, minhas convicções, após sete décadas de vida, aproveitando para apresentar os malefícios da propaganda política.
* Nota do autor:
Na foto acima, D. João de Orleans e Bragança (Dom Joãozinho), um dos presumíveis herdeiros da Coroa Brasileira, figura discretíssima, pouco conhecida, convenhamos.