“Santificado seja o Teu nome"... Santificado de honra, de respeito, de gratidão. Que todas as menções, ideias, imagens que se construam sobre Ti, sejam reverenciadas com nossa humildade. Que estejamos conscientes do significado de nossa pequenez diante de Tua infinita magnitude, mas cientes de que também somos parte integrante deste Todo grandioso.
Venha a nós o Teu reino. Um reino sem coroas, tronos e cetros. Um reino de amor, de harmonia, um reino que “não é deste mundo”. Venham a nós os reflexos de Teu esplendor, da beleza impregnada na Natureza e que nela aprendamos a Te ver espelhado.
Seja feita a Tua vontade, tão nitidamente expressa nas leis que tudo regem. Que a lei da gravidade, do magnetismo, as leis naturais, da Química, da Física, infalíveis e perfeitas, às quais toda a engrenagem do Universo está subordinada, sejam entendidas como Tua vontade. Seja feita a Tua vontade. Não uma vontade pessoal, de um ente separado de nós, um ser tirano a quem devemos temer, e sim Te entender como a Eterna Criação da qual fazemos parte.
"Seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu", em todas as terras e em todos céus. Que compreendamos, enfim, que a Tua vontade se expressa na precisão em que a lua surge no horizonte, assim como nas horas em que os mares enchem e secam, que a chuva cai e se infiltra pelo solo, a correr nos rios que não vemos. Rios que despontam em nascentes em que a chuva reaparece e flui de novo pelos córregos, para subir novamente aos céus, em vapores que se condensam em nuvens, a bailar à espera de regar de novo a Natureza, que resplandece na vida que refloresce.
"O pão nosso de cada dia, nos dai hoje". Que ao chegar à mesa, o alimento que nos nutre, revigora e nos dá vida, venha acompanhado da consciência de que deveria estar presente em todas as mesas. Alimento que brota da terra fértil, infinitamente fértil; terra de onde vem o corpo que nos veste e que para lá há de voltar. Terra que deveria ser de todos e para o bem de todos, e não injustamente dividida para uns, e outros não. Que o pão nosso de cada dia traga a mensagem da solidariedade, do compromisso em repartir, de doar o que não precisamos juntar, acumular, em demasia e sem serventia.
“Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”. Que a Lei de Causa e Efeito, em que a cada ação corresponde uma reação, seja assimilada como as perfeitas leis universais. Nela está incluída a colheita obrigatória de tudo o que semeamos. Nela se estabelece que seremos perdoados na mesma medida com que fomos capazes de perdoar.
Só assim estaremos vigilantes a nos livrar das tentações, dos ímpetos, do mal que nos espreita nas esquinas da vida. Vida que é escola, aprendizado, consciência de que a solidariedade, a compreensão, a tolerância, são virtudes que consolidam e significam o amor entre os semelhantes. Amor que, inexoravelmente, nos fará crescer, evoluir, para nascer, viver, morrer, renascer ainda, tal é a Lei.