Paraíba, 14 de agosto de 2022

Pauta Cultural (Ep. 54)

Paraíba, 14 de agosto de 2022

⧏ Aconteceu
Sílvio Osias
Aconteceu no dia 13 de agosto a retomada do Cineclube “O Homem de Areia”, inaugurado em 2015 pela Fundação Casa de José Américo. O espaço para projeção de filmes estava inativo em razão da pandemia e foi restabelecido neste evento, com o relançamento do livro “Cinema por Escrito”, de Antônio Barreto Neto, organizado pelo jornalista Sílvio Osias.

A abertura da solenidade contou com a presença da diretora-presidente da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Naná Garcez, o presidente da Fundação Casa de José Américo, Fernando Moura, a atriz Zezita Matos e Antônio Barreto Neto Jr., filho de Barreto, além de Sílvio Osias, que promoveu sessão de autógrafos.

ImagensFátima Farias
O autor, falecido em 2000, era crítico de cinema e deixou substancioso material publicado em A União durante as décadas de 60, 70 e 80. Ele sucedeu os cineastas paraibanos Linduarte Noronha e Vladimir de Carvalho, numa época “em que os jornais (não só os da Paraíba) investiam nesse tipo de atividade” — relata Sílvio Osias.


Sílvio, colunista do Jornal da Paraíba (on line), relata que Antônio Barreto Neto: "Tinha estilo e texto impecáveis, com domínio da simplicidade sem comprometimento do conteúdo. Uma grande figura, querido por todos nas redações por onde passou. O ato de comentar os filmes era tão natural que jamais transformava aquele exercício diário numa atividade que o tornasse arrogante".

Cineclube "O Homem de Areia"FCJA
As sessões do Cineclube da FCJA, no novo projeto que se intitula “Sessão das Dez”, serão realizadas aos sábados, uma vez por mês, com exibição de curta-metragens e com foco no cinema brasileiro, especialmente nas produções paraibanas. As sessões noturnas das quartas-feiras, já tradicionais, ocorrerão a partir do dia 7 de setembro, às 19h30.
José Jackson de Carvalho
O professor, escritor e acadêmico José Jackson de Carvalho lançou novo livro, como parte de uma trilogia sobre obras de grandes escritores, iniciada com Albert Camus, André Malraux e agora finalizada com Dostoiévski.

Editado pela Ideia, com capa de Magno Nicolau, o lançamento do livro “Dostoiévski - As paixões do príncipe idiota” teve empenho de Célia Carvalho, esposa do autor que enfrenta limitações de saúde. A revisão coube ao escritor Francisco Gil Messias, amigo pessoal da família. A obra está disponível na Livraria do Luiz.

Ao ALCR, o cronista Francisco Gil Messias, que escreveu a orelha da obra do professor Jackson, disse:

“O livro do professor José Jackson Carneiro de Carvalho constitui um importante acontecimento na vida cultural paraibana. Trata-se de um acurado estudo sobre o célebre romance do autor russo, fruto de demorada e minuciosa pesquisa do escritor paraibano, que, com essa obra, coroa sua respeitada trajetória de ensaísta e confirma definitivamente seu destacado lugar nas letras paraibanas e brasileiras contemporâneas.”

O escritor Hildeberto Barbosa Filho, prefaciador do livro, teceu as seguintes considerações em crítica literária:

“Sem comprazer-se com a erudição das citações, sem subsumir seus itinerários interpretativos a esta ou àquela corrente metodológica e sem deixar-se fascinar pelo falso brilho das terminologias esotéricas, Jackson Carneiro de Carvalho põe à disposição do leitor paraibano e brasileiro a grandeza e a complexidade da obra de Dostoiévski.”
⧎ Acontece
Foi aberta no dia 5 de agosto, e terá duração de 3 meses, a “Exposição sobre a vida e a obra de Maria Firmina dos Reis”, autora do primeiro romance abolicionista publicado no Brasil: “Úrsula” (1859). A homenagem celebra o 200º aniversário do nascimento da escritora, compositora e professora maranhense, no Museu Desembargador Lauro Berredo Martins, no Centro Histórico de São Luís, Maranhão (Rua do Egito, 144).

A escritora e linguista Conceição Evaristo descreveu a obra de Maria Firmina como uma “escrevivência que apresenta o negro em sua dimensão humana e confere a ele uma posição de sujeito de discurso, o que pode revelar uma íntima identificação com o negro escravizado”.

FotosTJMA

Maria Firmina teve presença relevante na imprensa, em que publicou poesia, ficção, crônicas, enigmas e charadas. Além de “Úrsula” (1859), escreveu outros: “Gupeva”, “O jardim dos Maranhenses”, “Porto Livre” e “Eco da Juventude”, “Parnaso maranhense” (poesia), “A escrava” (contos), “Cantos à beira-mar” (poesia) e o “Hino da libertação dos escravos”.

Entre as ações da professora que pontuaram a história do Brasil está a criação da primeira escola mista gratuita do país. Sua obra literária permaneceu esquecida durante décadas, sendo resgatada em 1962 pelo historiador paraibano Horácio de Almeida.

Horácio de Almeida

Na mostra, estão documentos históricos, objetos, ilustrações e painéis digitalizados que trazem a público os fatos mais importantes da biografia de Maria Firmina. A visitação, que ocorre entre 9h e 17h, todos os dias, precisa ser agendada por e-mail (museutjma@tjma.jus.br) ou pelos telefones (98) 3261-6160 e 3261-6146.
matéria da capa
Criado em 2017, a partir do lançamento da série “Concertos Internacionais”, promovida pelo Programa de Pós Graduação em Música do Departamento de Música da UFPB, o Festival Internacional de Música de Câmara da Paraíba está em sua 5ª edição.


O evento foi aberto no dia 12 de agosto, em concerto regido pelo maestro e violinista norte-americano Paul Chou, regente da Orquestra Sinfônica da Pennsylvania (EUA), com obras de Catarina Domenici, Brahms e Tchaikovsky.


Um dos aguardados momentos da apresentação foi o Concerto Duplo para Violoncelo, Violino e Orquestra em que o maestro simultaneamente regeu e tocou, ao lado do violoncelista paraibano Felipe Avellar de Aquino, um dos organizadores do Festival.

Paul Chou
Felipe Avellar de Aquino


Nesta segunda-feira, 15, o pianista David Witten, de Nova Jersey (EUA), fará recital com peças de Haydn, Chopin, Delibes, Copland e uma transcrição para piano, de autoria de Leo Smit, de 4 movimentos da obra West Side Story, de Leonard Bernstein. O escritor Marcus Alves, diretor da Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), abordará a inter-relação entre a música e a filosofia, dentro dos diálogos literários que fazem parte do Festival.

David Witten
O festival recebe anualmente convidados de diversas instituições do país e do exterior, que se apresentam ao lado dos docentes do Programa. Enriquece a vida artístico-cultural da Universidade e se estende à comunidade paraibana, com todos os concertos gratuitos e abertos ao público. Ao ALCR, o professor e violoncelista Felipe Avellar de Aquino disse:

“O Festival faz parte deste grande projeto de internacionalização da área de música da UFPB. É um espaço para a difusão da produção artística da Pós-Graduação em Música da UFPB e de intercâmbio artístico, troca de experiências artísticas com docentes de outros países. Uma iniciativa extremamente enriquecedora que estabelece novas parcerias e conexões acadêmicas com nossos alunos, que se apresentam em masterclasses para os docentes convidados e, muitas vezes, se transformam em oportunidades para prosseguir seus estudos fora do país”.

Masterclasses e ensaios realizados para o 5º Festival de Música de Câmara UFPB
Fotos Instagram @festival.internacional.ufpb/

O projeto do Festival também tem como meta a consolidação da excelência da produção artística do Programa de Pós-Graduação em Música da UFPB, positivamente avaliada pelo “Qualis Artístico” da Capes.


O evento prossegue até o dia 20 de agosto, na Sala de Concertos Radegundis Feitosa, no campus I da UFPB. A programação pode ser conferida neste link.
⧐ Acontecerá
Antônio Travassos Sarinho
Inicia-se no próximo dia 21 de setembro a 12ª edição da FLIBO (Festa Literária de Boqueirão-PB), que este ano celebra o poeta cordelista boqueirãoense Antônio Travassos Sarinho.

Foi no cenário dos roçados dos “Cariris Velhos”, onde já ajudava a família tangendo gado, ordenhando vacas e no cultivo do campo que, desde jovem, o poeta despertou para os primeiros versos, observando a natureza em forma de poesia. Autor de mais de 300 poemas, Antônio Sarinho, prestes a completar 80 anos, será o homenageado da Festa que se estende até 24 de setembro.

YT Programa Diversidade

A FLIBO é tida como pioneira no formato de festival literário na Paraíba. Acontece sempre no segundo semestre do ano. A programação inclui palestras, debates com autores, oficinas, minicursos, narração de histórias, apresentações de música, teatro e saraus poéticos. Durante o dia, as atividades serão realizadas em escolas da cidade e à noite, na Praça da ABES, onde ficarão os estandes de livros e artesanato local.

A professora Mirtes Waleska Sulpino, da Academia de Letras de Campina Grande, coordenadora da FLIBO e atual presidente da Associação Boqueirãoense de Escritores (ABES), disse ao ALCR que, durante quatro dias, a ‘Cidade das Águas’ se torna também a ‘Cidade das Rimas e Letras’, e "recebe um público oriundo de várias partes do Brasil, movimentando a economia local, hotéis e restaurantes”.

Mirtes Waleska Sulpino
O evento terá como tema “Onde mora a poesia” e será aberto com palestra da professora Joseilda Diniz, Curadora no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP/UEPB) e integrante da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Mirtes Sulpino também informou que “a programação ainda não foi definida, mas alguns participantes já são cotados, como Hélder Pinheiro, professor de Literatura da UFCG, e dos escritores Tiago Germano e Débora Ferraz, que ministrarão oficinas de Escrita Criativa.

A FLIBO é uma realização da Associação Boqueirãoense de Escritores em parceria com a Prefeitura Municipal, Governo do Estado, FUNESC, IFPB, UFCG e UEPB.
Foi anunciada mais uma antologia de escritores da língua portuguesa também organizada e promovida pela União Brasileira de Escritores na Paraíba.

Com o título “Imagens Literárias”, o projeto já conta duas antologias anteriores, editadas pela Mondrongo. A próxima será lançada em 2023, igualmente com textos de escritores de países de idioma português, segundo informou ao ALCR o escritor e presidente da UBE-PB, Luiz Augusto Paiva da Mata.

A escritora Ludmila Saharovsky (Jacareí-SP), que lançou em julho passado novo livro de crônicas - "Confidências, a vida em textos breves" - será uma das organizadoras. Disse ela, muito gratificada:

Ludmila Saharovski
“Sinto-me orgulhosa e privilegiada por fazer parte desse belíssimo projeto literário. Agradeço ao Luiz Augusto Paiva da Mata pela oportunidade e confiança em mim depositadas”.

O escritor e poeta português Celso Cordeiro, natural de Matosinhos, atualmente radicado em Lisboa, que é um dos participantes desta série de publicações da UBE-PB, destaca:

Celso Cordeiro
“Já participei de 30 antologias, mas confesso que ‘Imagens Literárias’ me deixou particularmente honrado. A minha maior gratidão à União Brasileira de Escritores, de Paraíba, por esta presença como Autor Convidado nesta sua obra e por ainda me terem presenteado com exemplares da obra que acabei de receber do Brasil.”
⧉ Imperdível
Uma caravana de amigos composta por Juca Pontes, seu filho Tao, Alberto Arcela, Antonio David Diniz, José Nunes, Roberta e Paulo Emmanuel rumou no último sábado para Alagoa Nova, no brejo paraibano, a degustar paisagens, boas iguarias e o velho Engenho Velho, onde nasceu o cronista Gonzaga Rodrigues. Tudo regado com a hospitalidade e arte culinária local, oferecidas pelo casal Dayse e Achiles Leal. A jornada foi descrita pela refinada narrativa do poeta Juca Pontes no texto: “Um dia para guardar no sítio que anda com Gonzaga”.
Degraus... Degraus da vida, sempre à frente. Desafios, decisões, rumos, objetivos... sempre degraus. Na poesia de Lau Siqueira, as margens dos rios também são degraus...

"nas cheias / o rio comanda o espetáculo e as margens são apenas / degraus para o leito mais fundo / nas secas o rio é a margem"
Em um passeio pela cidade antiga, ao passar por uma das antigas redações de A União, o jornalista e cronista José Nunes se depara com um mundo de memórias vivas que o transportam para um passado de boas e enriquecedoras experiências naquele jornal, transcritas para o texto “A redação que anda comigo”.
Caix@ Postal
"Tive o prazer de passar meus três primeiros anos de rádio profissional na querida emissora do Bom Gosto, ao lado de Otinaldo, Zé Octávio, Archimedes, Cavalcanti, Nauda de Abreu, Vandal Dionísio, Enock Pelágio. Não era apenas uma Rádio… era uma escola!"
Eudes Toscano ▪ 13.08.2022
Comentário sobre o texto “Enterrada sem velório”, de Petrônio Souto.


"Pedro Osmar marcou minha juventude com sua arte, Jaguaribe que era meu universo, tive a honra de conhecer os irmãos Pedro e Paulo."
José Noaldo Pinto ▪ 08.08.2022
Comentário sobre a ALCR Revista nº 53.


"Nosso ilustre 'Tuta', conterrâneo de nosso orgulho, irmão de meu amigo Dorginho, retrata com muita propriedade aqueles tempos áureos de nossa privilegiada juventude... Sorte nossa termos nascido numa época de ouro. Grato por me recordar... Abraço fraterno!"
Wister Pontual ▪ 12.08.2022
Comentário sobre o texto “Água de Colônia”, de Frutuoso Chaves.


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