DAS INÚTEIS REFLEXÕES
O que pensa um gato, quando dormita em sua casinha de plástico? O que ouve um gato se, com voz de afeto e agrado, falo fininho, em falsete apaixonado? O que espera um gato, dia após dia, entre cochilos e sobressaltos? Sem respostas, prossigo e desisto de dar sentido ao que em mistérios já nasceu envolvido.
O que pensa um gato, quando dormita em sua casinha de plástico? O que ouve um gato se, com voz de afeto e agrado, falo fininho, em falsete apaixonado? O que espera um gato, dia após dia, entre cochilos e sobressaltos? Sem respostas, prossigo e desisto de dar sentido ao que em mistérios já nasceu envolvido.
DE OUTRAS LIBERDADES
Alguém abandonou um papagaio que vivia, há anos, aprisionado. Liberto, leve e solto, ele pôs-se a gritar o nome do dono, no telhado do vizinho. De tanto estar preso, não sabe ser livre e quer voltar para quem o largou sozinho.
Alguém abandonou um papagaio que vivia, há anos, aprisionado. Liberto, leve e solto, ele pôs-se a gritar o nome do dono, no telhado do vizinho. De tanto estar preso, não sabe ser livre e quer voltar para quem o largou sozinho.
SOBREVIVÊNCIA
o pulo ágil do gato para cima do rato revela o instinto guiado pelo olfato mas se, num átimo, o rato percebe, por enquanto, ele está a salvo
o pulo ágil do gato para cima do rato revela o instinto guiado pelo olfato mas se, num átimo, o rato percebe, por enquanto, ele está a salvo
DO VOO
Um pombo distraído atravessa o asfalto. Procura grãos que lhe matem a fome. Um carro se aproxima, impondo um levante: e da morte iminente ele escapa, alçando um voo tímido e rasante.
Um pombo distraído atravessa o asfalto. Procura grãos que lhe matem a fome. Um carro se aproxima, impondo um levante: e da morte iminente ele escapa, alçando um voo tímido e rasante.
CANTO DE PAZ
Um bem-te-vi canta, insistentemente, na minha janela. Seu canto é de alegria. Que ironia! São tantas intempéries que ora enchem esses dias: dores, guerras e a nossa mais ampla e estúpida letargia.
Um bem-te-vi canta, insistentemente, na minha janela. Seu canto é de alegria. Que ironia! São tantas intempéries que ora enchem esses dias: dores, guerras e a nossa mais ampla e estúpida letargia.
Poemas do livro PONTEIO (Marineuma de Oliveira - junho, 2022 - selecionado no concurso literário A arte da Escrita, promovido pela União Brasileira de Escritores - PB), com 60 poemas escritos nos últimos 2 anos, cujo eixo norteador é fazer uma conexão poética através de linguagens, como a música, dança, teatro e as artes visuais, numa costura feita pela literatura.
Ponteio está disponível por meio do Instagram da Livraria do Luiz ou do WhatsApp: 83 9972-7584