No térreo, os Armazéns Guarany (loja de tecidos); em cima, a Rádio Arapuan AM. O acesso era por uma escadaria na lateral direita da loja de tecidos. No final dos anos de 1950, foi adquirida pelo multiempresário e político Renato Ribeiro Coutinho, o "Comendador Renato", biografado em livro pelo escritor Evandro da Nóbrega, que aproveitou a pesquisa para realizar uma autêntica história da família eminentemente paraibana dos Ribeiro Coutinho.
O termo "Arapuan" é outra forma de escrever "arapuã" (mais exatamente, "arapuá"), uma variedade de abelha. A rádio adotou dois slogans: “Se a Arapuan não deu, o público não sabe o que aconteceu" e depois “A Emissora do Bom Gosto". Até hoje a Arapuan AM é considerada a "Globo de João Pessoa". Era de fato a melhor emissora de rádio da Paraíba, detentora de enorme audiência e possuidora de um arquivo de áudio que registrava importantes momentos da vida paraibana.
Depois de funcionar na Avenida Guedes Pereira, voltou para a Rua Duque de Caxias (no trecho entre a Livraria do Estudante, de Nolo Pereira, e A Britânia, loja da viúva Said Abel). De lá se mudou para a Avenida Almirante Barroso (entre a Princesa Isabel e a Lagoa) e, finalmente, para a Rua das Trincheiras, onde ocupava dois casarões (já demolidos), fazendo esquina com a Rua Alice Azevedo.
No final dos anos de 1970, seu controle foi assumido pelos irmãos Milton e Antônio Cabral. Na década de 1980, exatamente no segundo semestre de 1987, foi negociada com o Sistema Correio de Comunicação. Os novos proprietários trataram logo de mudar o seu "nome de fantasia", marca forte no meio radiofônico, embora mantendo o tradicional prefixo – 1.340 KHz. Ou seja, a rádio foi “enterrada sem velório” (expressão usada em protesto da época).
Ao longo de sua história, além de Orlando Vasconcelos, a Arapuan AM teve dois grandes executivos: os jornalistas Otinaldo Lourenço e Aluísio Moura, todos já falecidos.
Já a Arapuan FM, outra emissora do mesmo grupo, bem mais nova, inaugurada na primeira metade dos anos 1980, na gestão Aluísio Moura, foi inicialmente vendida ao empresário pernambucano Francisco Alberto, depois passou por outra mão, até chegar ao controle do empresário João Gregório, passando a integrar o Sistema Arapuan, como está até hoje.