Li o longo texto "A Juventude Carbonária, a prisão e o camarada João Manoel", de Francisco Barreto, publicado neste espaço, no dia 5 de agosto passado, com atenção, pois me relembrou o ano de 1964, eu também com 17 anos e estudante de uma estrela (primeiro científico) do Liceu Cearense.
Meu irmão mais velho, estudante de Direito da UFCE, recebia, graciosamente, a revista URSS, com propaganda das "maravilhas" da União Soviética e demais países da "Cortina de Ferro". Em contrapartida, meu pai assinava a revista Reader's Digest, versão brasileira da congênere americana. Eu lia integralmente as duas. Portanto, vi e vivi aquele período com certo grau de discernimento, o que, democraticamente, me permite ter uma visão diferenciada da do texto mencionado no início.
Meu irmão mais velho, estudante de Direito da UFCE, recebia, graciosamente, a revista URSS, com propaganda das "maravilhas" da União Soviética e demais países da "Cortina de Ferro". Em contrapartida, meu pai assinava a revista Reader's Digest, versão brasileira da congênere americana. Eu lia integralmente as duas. Portanto, vi e vivi aquele período com certo grau de discernimento, o que, democraticamente, me permite ter uma visão diferenciada da do texto mencionado no início.
Em primeiro lugar, nunca aceitaria um regime que fuzilava sumariamente seus opositores, autores do maior genocídio da história, em países que impediam seus cidadãos de saírem e entrarem de lá livremente, não tolerando a livre expressão e a livre iniciativa. Como poderia admirar uma figura como o Che Guevara, hoje sabidamente um psicopata, assassino frio e impiedoso; uma "revolução cultural" do Mao Tsé Thung, que queimava violinos e outros objetos da cultura ocidental e prendia seus possuidores?
É uma falácia, uma deturpação ou desconhecimento da verdade dizer que o "golpe militar" foi urdido nos quartéis. Tomaram o poder por pressão maciça da sociedade civil, que, em marchas homéricas, saiu às ruas pedindo ordem num estado anárquico e insuportavelmente caótico.
Ao contrário, nunca fui torturado, preso ou sequer constrangido durante aquele período. Nem ocorreu com meus sete irmãos e demais familiares. Tampouco houve casos com pessoa da minha relação, andando livremente em qualquer hora.
Sabia de relatos de pessoas, alguns provavelmente inocentes, que sofreram dissabores por serem militantes, simpatizantes, próximos ou confundidos com os pretensos revolucionários em prol dos regimes comunistas, muitos caindo na luta armada, também assassinando, torturando e roubando.
Causa-me estranheza que os admiradores de regimes comunistas totalitários e atrozes falem tanto em democracia...